Capítulo 10.

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Hoseok se encolheu, colando-se na parede.

Tentava ao máximo não olhar Taehyung nos olhos, porém, quanto mais tentava se afastar, mais era pressionado pelo corpo do loiro.

Ele era encarando de forma profunda, como se as pupilas do mais velho fosse o caminho para uma terra distante e cheia de sentimentos ainda indecifráveis por si.

Mas que sentimento que não fosse a dor, o medo, a raiva... Hoseok poderia conhecer?

Com força, fechou seus olhos, sentindo seu peito descer e subir rapidamente. Tinha certeza de que o Kim poderia ouvir a velocidade que seu coração batia no momento, de tão veloz e alterado que estava.

Borboletas pareciam voar agitadas em seu estômago, enquanto sentia cada fio de cabelo se atiçar. Ondas de choque lhe eletrizavam as veias, e sua falta de coragem impedia-lhe de falar ou retribuir o olhar hipnotizado de Taehyung que, ao perceber a vergonha do mais novo, não pode não sorrir em deleite.

O Jung era lindo. Um dos mais lindos seres que teve o prazer de conhecer.

O rosto de Hoseok estava extremamente vermelho, e se controlava ao máximo para segurar o riso divertido das tentativas frustradas do mais novo em respondê-lo algo após ouvir sua declaração repentina sobre beijá-lo. Tudo aquilo era uma graça, e Taehyung parecia estar cada vez mais apaixonado por aquele rapaz.

Sim, apaixonado, completamente louco por ele.

O loiro sorriu minimamente, e levando suas mãos até a cintura fina de Hoseok, afundou lentamente seus lábios contra o pescoço do mais novo, dando-se ao luxo de sentir cada espaço da pele macia e cheirosa do rapaz que surpreso, espalmou seu peito suavemente.

Era algo realmente bom de se sentir, tão bom, que não mediria esforços para tornar isso bom para o moreno também.

Porém, algo o parou. Grunhidos baixinhos e contidos havia sido a única coisa que ouviu antes do mais novo empurrá-lo para longe.

Hoseok estava chorando, chorando como se tivesse uma fonte trancada, que após muito tempo, foi acidentalmente aberta dentro de si. Estava vermelho, trêmulo, e por alguns minutos, Taehyung viu medo em seus olhos.

Medo de si, e do que havia feito.

Hoseok não gostava que o tocassem, não gostava que se aproximassem; mesmo que tendo relações com distintos homens, tudo que ele podia fazer, só era de fato feito, se estivesse sobre seu transe corrosivo do passado. Sobre o efeito de drogas, e de sua imensa vontade de esquecer a realidade.

– Ho... – O maior tentou falar, mas se calou ao ter o olhar choroso do rapaz sendo direcionado exclusivamente para ele

– Não... Não faça isso nunca mais! Nunca mais. Eu já disse... disse para não me tocar! – Hoseok se voltou contra o mais velho, segurando-se na parede para não cair contra o chão, uma vez que suas pernas pareceram perder as forças.

Ele não sentia apenas medo, sentia raiva e nojo, ao mesmo tempo que sentia culpa, além de um estranho desejo que Taehyung o tocasse mais. Apenas um pouco mais.

No momento, Hoseok era apenas um misto de sentimentos ruins que como ondas avassaladoras de um mar agitado, afogava a única sensação boa que acariciou seu interior através de uma brisa gélida.

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