Capítulo 15.

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Sonhar com sua mãe nunca foi uma experiência muito agradável, já que sua mente não conseguia ser nenhum pouco gentil com as lembranças que tinha da mulher, uma vez que sempre acabava tornando tudo em um traumatizante pesadelo.

As coisas foram assim desde sempre. A morte da única pessoa que lhe protegia não era algo que queria lembrar, até porquê, Hoseok fora o culpado.

Ele sempre era o culpado.

E quando percebeu que não tinha mais uma imagem feliz da pessoa que era sua mãe. Fragmentou toda uma memória onde sabia que a mulher poderia dizer "estou bem", simplesmente porque ela não existia.

Tinha noção que quando ela o colocava para dormir, sempre sorria, dando-lhe um leve beijinho na testa. Chamava-o de Hope, e permanecia ao seu lado até que dormisse.

Outrora, o tempo tornou todas essas cenas em algo quebrado e desconexos.

Já não sabia como era o rosto dela, não sabia mais como era seu tom de voz; por mais que soubesse o quão doce e gentil era. Já não se lembrava do cheiro materno, ou do sorriso que ela lhe presenteava toda noite.

Estava esquecendo-se dela, e não queria isso. Não queria apagar de sua mente a única coisa boa que tinha naquele tempo tão hostil.

Assim que acordou, sentiu uma brisa fria percorrer todo seu corpo, mesmo estando coberto por um tecido consideravelmente quente.

Sentou-se no sofá ainda sonolento, coçando os olhos com o dorso de sua destra. Ainda não enxergava tudo com seus olhinhos, mas notava que a TV estava ligada, e que ao seu redor não havia ninguém além dele e dos cómodos vazios do apartamento.

Hoseok se levantou, estirando os músculos. Fazia tempo que não dormia tão bem, na verdade, sentia-se estranhamente disposto para fazer qualquer coisa que não fosse ficar o dia todo sobre uma prisão domiciliar.

- Oh' ele acordou! - Exclamou. Fazendo o moreno se virar imediatamente para o balcão da cozinha.

Um rapaz de cabelos claros e bochechas salientes o olhava com um grande sorriso no rosto. O rapaz em si era pequeno, comparado a Taehyung e a Hoseok; que são quase da mesma altura.

Tinha um corpo fino, mas bem desenhando. Era quase como um bebê em tamanho adulto. E se não fosse impossível, poderia afirmar com certeza absoluta, que o menor brilhava, por ser tão aparentemente alegre.

- Leãozinho, nos apresente... - O menor sussurrou para o loiro, que estava focado na tela do notebook, digitando algo rápidamente.

Taehyung suspirou, relaxando os dedos.

- Hoseok, esse é meu amigo Park Jimin. Cursamos juntos a mesma faculdade. - Foi simplista, enquanto retribuía o olhar cerrado e animado do amigo.

Por outro lado, o Jung não se sentia nem um pouco alegre com a presença do garoto. Ele conseguia ser incrivelmente irritante só pelo fato de sorrir daquela forma, como se o mundo fosse mil maravilhas.

- Por que, "leãozinho" ? - Perguntou com um tom de desamor.

Não queria agir de forma tão transparente, sabia que estava estampado em sua testa "ciúmes", e aquilo era extremamente vergonhoso, ademais, irritante como quer que visse.

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