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•HaeWon•

◇algumas horas antes◇

— Será que tudo dará certo? — Ouço a voz de Yeri pela primeira vez depois de algumas horas em uma pergunta tímida.

— Espero que sim, não podemos perder as esperanças... vai dar tudo certo.

Olho na direção dela, estudando suas feições, mesmo nessa situação ela não está assustada e nem mesmo recua quando nos aproximamos do castelo.

Ela parece ser tão nova.

— Por que está junto de pessoas como eu? — pergunto me referindo à resistência da forma mais discreta possível e olhando na sua direção.

Ela sorri.

— Eles precisavam de alguém com as minhas habilidades já que há poucos disponíveis e a falta de oportunidades me obrigou, então aqui estou. — Droga de códigos agora eu estou curiosa.

Me pergunto que horas são, nós estamos a um bom tempo na estrada e saímos um pouco tarde da cidade. Já deve ter passado do décimo sino com toda certeza.

Yeri encosta a cabeça na grade e fecha os olhos. Não quero acordá-la, mas já estamos chegando e se estiver dormindo não serão tão receptivos.

— Ei... não dorme, já estamos chegando. — Ela resmunga, mas abre os olhos em seguida.

Fofa.

A carroça para diante dos portões do Castelo e a grande construção de pedra surge diante dos meus olhos em toda sua grandeza, as torres parecem maiores olhando de perto e todos os guardas ali presentes reforça a ideia de que aquilo é de fato uma fortaleza impenetrável.

Os guardas, todos com metade do rosto coberto, liberam a passagem e voltamos a nos mover.

A extensão dos muros vai até onde meus olhos alcançam e a altura deles impossibilita escaladas. Vai dar um trabalhão... Um amplo pátio a esquerda, uma espécie de arena na direita, uma estufa, pelo menos eu acredito que seja uma e um belo jardim. Esse lugar é enorme.

Seguimos até a construção central que em sua maioria era composta de pedra, imagino que seja mármore ou até mesmo quartzo pela cor clara, vinhas sobem pelas paredes claras e as dão cor em um deslumbrante verde-escuro de suas folhas que já estão caindo pelo chão. Logo à frente a bandeira do Império sacode com o vento e cai pela extensão da alta fachada, o azul-escuro e preto são um fundo já característico para o prata que desenha a flor símbolo dessa nação. O cocheiro para a carroça à frente das grandes portas de madeira escura e pesada.

— Vamos não tenho o dia todo. — O senhor que guiava a carroça diz abrindo a porta da jaula. Uma dupla de soldados nos guia até a parte interior. Eles nos seguiam e empurravam de vez em quando dizendo de uma maneira nada gentil em que direção seguir.

Subimos bons lances de escada até chegarmos em um quarto, relativamente grande e decorado em tons escuros de vermelho e prata. Uma mulher de meia idade olhava a movimentação do pátio da sacada.

Ela usa um longo e caro vestido azul bem tradicional, inúmeras joias e anéis se espalham pelo seu corpo, tem a estatura alta e o cabelo castanho estava preso perfeitamente deixando o rosto fino e com traços delicados a mostra.

— Minhas pequenas coisinhas, sejam bem-vindas. — Ela dá um sorriso cruel quase maníaco e vem andando em nossa direção nos avaliando atentamente.

Seus olhos escuros me causam arrepios.

— Você! Escravo fique aqui. — Ela chama um homem alto e esbelto que usava roupas das mesmas cores que as nossas. Ele não contradiz e se posiciona ao meu lado.

Behind the Mask  » » Jeon WonwooOnde histórias criam vida. Descubra agora