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•Wonwoo•

— Onde ele está indo? — A voz de Chan me acorda do devaneio.

Já faz alguns bons dias desde a descoberta do amante da Senhora Lee e por onde ele passa. Desde então eu e Dino nos revezamos com a resistência para mapear alguns dos seus passos pelas catacumbas nas áreas mais próximas do castelo, já que corremos menos risco se nos encontrarem aqui.
Os líderes querem ter certeza de onde essas passagens dão, visto que o mapa só mostra as mais próximas do castelo.

— Ele quer sair o mais perto possível da cidade. — O homem de roupas caras continua a andar praticamente as cegas pelos extensos corredores subterrâneos. — Já estamos chegando no ponto onde eles assumem. Têm dias que estamos o seguindo, não vai ser hoje que ele vai mudar a rota.

Depois de alguns minutos andando avisto a figura de Vernon, que apenas acena e torna a seguir o Lorde Kanou.
Eu e Chan voltamos em silêncio para o Castelo. Ele sai na frente, depois de eu pedir muito ele me ouviu e foi dormir um pouco. Ele estava exausto. Tive que andar mais um pouco até encontrar a saída perto dos jardins.

O sol já havia nascido no horizonte e o primeiro sino soava pelos meus ouvidos. Sem demora eu volto para dentro da grande estrutura de pedra, caminhando calmamente até a cozinha. Vejo HaeWon passar por mim, ela esbarra em meu ombro e eu entendo isso como um recado, um gesto a muito combinado entre nós dois.

O que ela quer falar comigo?

Travo um pouco vendo ela se afastar, segurando a vontade de correr até ela. Como eu quero que toda essa história acabe logo, quem sabe depois que tudo se resolver nós possamos ter uma chance. Decido apenas seguir meu caminho.

O lugar estava vazio por causa do horário, apenas alguns escravos estavam ali, todos se preocupando em fazer o que lhes foi ordenado.

— Rapaz! — A senhora com o tapa olho me chama indicando para eu ir até ela e assim eu faço.

— Sim? — digo após cumprimentá-la com uma reverência rápida. Ela me encara desconfiada estranhando meu ato. 

— Quero que faça uma coisa para mim... — Ela diz sendo direta e continua a falar quando vê minha expressão confusa. — Olha, eu tenho te observado a muito tempo e sei que é um bom rapaz e que cuidará das pessoas a sua volta.

A senhora com o tapa olho me encara, provavelmente esperando eu me pronunciar, mas eu opto por apenas ouvir. Ela não disse nenhuma mentira para contestá-la. Vendo que eu não tinha nada a dizer ela volta a falar.

— Esqueça o que eu disse... Não é nada importante. — Tudo bem. Isso está estranho. — Apenas... Tome cuidado meu rapaz, nesse meio tudo pode acontecer e não saia de perto da sua companheira quando a hora chegar.

Ela está falando da HaeWon?

Antes que eu possa perguntar o porquê dessa história ela se retira, praticamente me deixa falando sozinho. Eu apenas dou de ombros e decido não me preocupar, pelo menos não agora.

Volto até o meio da cozinha pegando algo para comer e saindo rápido antes que o número de pessoas ali aumente.
Os guardas estão acordando, isso me lembra que a muito tempo não vejo Mingyu por aqui.

Onde ele pode estar?

Torno a andar sem rumo pelos corredores, procurando pelo meu amigo. Foram longos minutos encarando as paredes claras e os desenhos que as pedras faziam ao se encontrar até eu encontrá-lo caminhando pensativo pelo jardim.

Aconteceu alguma coisa.

— Ei! Está tudo bem? — pergunto chamando sua atenção.

Ele assente brevemente, mas não diz nada. O que só serviu para confirmar que não está nada bem.

Behind the Mask  » » Jeon WonwooOnde histórias criam vida. Descubra agora