XVII

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•HaeWon•

Três dias.

Três dias que não o vejo.

Desde que tudo aconteceu eu tentei encontrá-lo por toda essa grande estrutura de pedra e nada. Eu realmente não esperava que ele me evitasse e imagino que ele não esteja fazendo isso. Wonwoo não é assim.

O que aconteceu não me deixou dormir direito, mas o fato de não o encontrar me deixa ainda pior. O pensamento de que alguma coisa aconteceu não parava de rondar a minha cabeça e eu já estava mais que preocupada.

Que droga Wonwoo. Onde você está?

A voz da Senhora Kang colocando ordem na cozinha me tira dos devaneios e me forço a deixar minhas preocupações com o meu soldado de lado. Essa mulher de meia idade ainda era um mistério para mim, ela sabia de onde eu e Yeri viemos, mas como?

Eu já a sondei sobre isso a algum tempo, no entanto tudo o que eu recebi foi um olhar zangado e um pequeno discurso dizendo que eu confiava demais nas pessoas erradas.

"deveria ter mais cautela em quem você deposita sua confiança" ela disse com desgosto. De quem ela estava falando? Yeri? Wonwoo? Eu não faço a menor ideia.

E definitivamente não vou receber nenhuma resposta. Quando aceitei essa missão eu sabia que seria difícil, mas não tinha ideia de que teria que me preocupar com esse tipo de coisa.

A senhora com um tapa olho me entrega a bandeja com o café da imperatriz e eu não tardo a seguir pelos vastos corredores até o lugar que eu apelidei carinhosamente de ninho da cobra. Deixo a bandeja no móvel perto da cama, enquanto a imperatriz ainda tomava seu banho de espuma.

— Escrava! — Yeri se assusta com o tom de voz dela. — Você não! A outra, inútil.

Controlo o impulso de revirar os olhos e me aproximo mais, entrando em seu campo de visão.

— Odeio te dar esse gosto de liberdade, mas como eu não tenho outra escolha... — Ela suspira como se aquelas palavras lhe causassem repúdio. — Pegue aquela cesta e a leve ao lugar de sempre, não volte de mãos vazias e eu quero você aqui no quinto sino.

A imperatriz ordena com o tom superior de sempre e eu rezo para que tenham cartas para ela. Não quero nem pensar no que ela fará comigo se ficar com raiva do tal lorde.

Espero a Senhora Lee nos dispensar para poder falar com a mais nova e avisar sobre o que está acontecendo, para ela não se preocupar.

— Vou tentar falar com eles, qualquer coisa eu te aviso. — Passo o indicador pelo corte no lado esquerdo do seu rosto. — Sinto muito por ter que passar por isso.

— Está tudo bem, não se preocupe comigo. — Ela sorri minimamente. — Tudo isso vai valer a pena, e se pararmos para pensar se eu não tivesse aqui com você, eu não teria conhecido o Seokmin. — Ela pisca o olho direito e eu não consigo segurar o riso.

— Tudo bem. Fica de olho na senhora Kang para mim, eu sinto que tem alguma coisa estranha.

Ela assente e me deseja sorte por fim, sumindo no fim do corredor.

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Mais uma vez eu entrava pela porta daquele lugar com cheiro de papel e tinta, nunca quis tanto sair das ruas, estava chamando muita atenção. Já está virando um hábito vir aqui. Não havia sequer uma alma viva. Minghao provavelmente está resolvendo algum assunto. Espero que ele volte logo.

Sempre estranhei esse lugar, já que está cheio de cartas, mas nunca há ninguém além do rapaz de cabelos negros tomando conta do local.

Me apoio no balcão de madeira e espero pacientemente, segurando com força a alça da cesta. Depois de longos minutos de tédio eu escuto vozes próximas e a porta se abrindo com um leve ranger da madeira.

Behind the Mask  » » Jeon WonwooOnde histórias criam vida. Descubra agora