Eu e Você 3° temporada Tudo a partir de agora

Não é a assim que se faz.

                         William Jonatas

O que eu vou falar para os pais da Nora, ou da Eva? O Tio Lorenzo me mata e o Patrick... Pensa cara, pensa. Peguei o celular e liguei pra Nora. Ela atendeu de primeira, olhei para o celular nervoso. Estava no alto falante, eu estava tirando o pelos que só nasciam quando queriam, do meu rosto.

- meu amor. Disse sem ao menos perceber o impacto daquilo.

- diga meu amor. Ela retribuiu com sarcasmo.

- eu não vou precisar ir aí, escuta bem. Diz pra sua mãe que você vai pra casa da Cris, por que a Violeta não estar bem. O Calebe acabou fazendo uma coisa idiota, e que sua amiga precisa de você. Pode fazer isso?

- posso! Mas ela vai querer que eu chame as meninas pra cá. Você não viu meu quarto, minha cama cabe três pessoas.

- isso é um convite? Perguntei brincando.

- achei que não pensava em mim desse jeito.

- e não penso. Respondi, me arrependo na hora.

- por que você não vai para o inferno Jonatas?

Ela estava brava.

- Jonatas? Sério?

- William está muito solicitado.

- você está com ciúmes?

- vem cá e devolve essa intimidade que eu não te dei. Vou falar com a minha mãe, torce pra que der certo. Liga pra Eva.

- ok.

Ela desligou, estava chateada e desconversou. Provavelmente vai usar isso contra mim, eu não posso deixar ela pensar que eu não desejaria ela. Mas também não quero que ela pense que vai rolar algo. Somos amigos, melhores amigos. Talvez ela não me considere mas, mas eu ainda a considero. Deitei na cama e ouvir o barulho do carro do meu pai estacionar na garagem.

Criei coragem e levantei para ir cumprimentá-lo. Queria saber como tinha sido o primeiro dia no trabalho, após tanto tempo. Abrir a porta do quarto. O meu quarto era embaixo e o do Jonas e do meu pai em cima, dei alguns passos e dei de cara com o meu pai, ele estava bêbado, jogado no sofá. Escutei passos vindo da escada, o Jonas estava descendo e dando o seu sorriso de desgosto.

- você acha que ainda pode salva-lo?
Perguntou ele triste.

- nós dois? Sim! Ele estava indo tão bem.

- ele não aguenta pressão Jonatas, ele não sabe fazer isso. Não sem ela. Ele apontou para o quadro do meu pai e da tia Mary que estava na estante. Eu não podia ir atrás da tia Mary, ela tinha suas obrigações e seu casamento. Não podia começar a cuidar do meu pai.

- qual é? Acha mesmo que depois de tantos anos o Lorenzo ainda tem ciúmes?

- eles foram o grande amor da vida um do outro, não sei você... Mas eu teria. Disse sem exitar.

- se você não for falar com ela, ele vai acabar se matando. O Jonas disse dando meia volta para seu quarto. Fui até o meu pai e observei ele dormir. O que eu não entendo é como ele bêbado pode voltar pra casa sem se matar, e em segundos dormir!? Tirei os sapatos dele e o ajeitei no sofá, voltei ao meu quarto peguei meu cobertor e o cobri. Eu era muito parecido com ele, e isso me deixava orgulhoso. Mas quando eu lembrava do que ele estava fazendo com a sua própria vida... Eu sentia anseio, será que um dia eu vou ser como ele?

Duas batidas na porta fizeram eu me assustar.

- quem é?

- sou eu.