Com cada pequeno desastre
Deixarei as águas se acalmarem
Leve-me a algum lugar real
Porque dizem que lar é onde o coração se grava em pedra
É onde você vai quando está sozinho
É onde você vai para descansar seus ossos
Não é só onde você encosta sua cabeça
Não é só onde você faz a sua cama
Contanto que estejamos juntos, importa aonde vamos?
(Home - Gabrielle Aplin)
- Para o aeroporto, por favor! - Disse Rose, assim que sentara no banco do carona do carro amarelo.
O homem pisou fundo no acelerador e Rose só ia admirando as ruas da cidade onde residiu durante anos e foi consideravelmente feliz... na medida do possível. Mas os últimos meses, ela tinha que admitir, haviam sido extremamente prazeroso e era algo que iria guardar pra sempre, junto com tudo de bom que já viveu na vida. Sentiu uma lágrima quente na pele e se apressou para limpá-la com as costas da mão. Não queria demonstrar fraqueza.
Rose estava indo para Washington. Aceitara o emprego que Edward lhe ofereceu e jurou a si mesma ser feliz dali pra frente... daria um novo rumo a sua vida, assim como prometera a ele. Mas não pense que era por ele. Era por ela. Somente ela. Havia se passado uma semana desde aquela viagem e eles não tinham se visto, apenas ouvira a voz rouca do homem por o telefone. Evitou vê-lo e ele também evitava... seria torturante vê-la e não poder tocar.
A mulher desceu rapidamente do carro como se fugisse de alguém, jogou umas notas no banco da frente do carro e se apressou para arrastar suas bagagens no carrinho do aeroporto. A passos firmes e largos, fez o check-in e sentou-se em uma das cadeiras estofadas perto da saída. As malas já tinham sido despachadas e ela estava apenas folheando uma revista qualquer, sem prestar atenção em qualquer letra que passara por suas vistas.
- Voo 77526 com destino a Washington. - Uma voz suave ecoou pelo ambiente.
Rose se levantou, ajeitou a saia preta justa até o joelho e seguiu para a saída, até que ouviu a voz que tanto já sussurrara em seu ouvido e a deixava louca. Edward estava ali e ela não queria acreditar. Havia ele ido buscá-la? Virou-se e se deparou com aqueles olhos azuis mais brilhantes que a água da ilha. Aliás, nada era mais lindo que eles.
- Rose! - Disse Edward, mais uma vez. Foi em sua direção e os corpos se encontraram no meio do caminho.
- O que faz aqui? - Foi o que conseguiu dizer. Ela havia pensado nas mais diversas respostas como: "Vim te buscar." "Não sei viver sem ti." "Fica comigo."
- Não deixaria ir embora sem ao menos te ver. Tive uma semana tão complicada. Desculpe-me. - Não mentiu quando disse que a semana foi difícil. A casa e a sala onde trabalha estava vazia... a vida também estava, mas ele tinha consciência que era um erro impedi-la de ser feliz. Com ele, talvez ela não fosse.
- Tudo bem. - Tentou mostrar alguma felicidade.
Antes que ele respondesse, a voz soou novamente avisando que era a última chamada para a partida do avião. Rose levantou os braços como se dissesse: É isso, estou indo. E ele tinha lido exatamente isso. A conhecia como ninguém e suas expressões diziam muito mais que suas palavras. Seus olhos lacrimejaram e as mãos tremeram, mas não havia mais nada a ser feito. Era injusto com os dois, se continuassem.
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O contrato (concluída)
RomanceQual a probabilidade de quatro meses serem transformados em uma vida? Acompanhante de luxo e conformada que era aquilo que a vida tinha a lhe oferecer, Rose conhece o incrível e enigmático Edward. Edward, sério e completamente focado nos seus obje...