Capítulo 6

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  A ironia da dor é que você quer ser consolado por quem te machucou.  

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Rose acordou mais inspirada que o normal e está malhando desde às sete horas da manhã. Sua mãe já ligara hoje cedo e puxara qualquer assunto, só para ficar alguns minutos ouvindo a voz da filha. Agora, seu celular apita. É Edward.

Na minha empresa. Às nove.

Edward.

- Oi, bom dia pra você também. - Disse Rose brincalhona.

Ok!

R.

Respondeu a mensagem, desligou a bicicleta, secou o suor que descia pelo seu rosto e voltou para casa. Ainda não tinha se alimentado e viu que não havia tempo pra isso, tinha menos de uma hora para estar na empresa.

Se vestia confiante. Se olhava no espelho e se agradava do que via. Rose sempre se achara linda e ninguém nunca havia roubado esse seu amor por si e pelo seu corpo. Você deve está pensando: "mas ela deixou que usassem e abusassem do corpo. Como pode haver amor nisso?" Ela se acha linda a ponto de querer que a achem também. Não é pecado o que fez. Se a queriam, era porque tinham o mesmo pensamento que ela: Era linda.

Chegou na empresa na hora exata e antes mesmo que dissesse seu nome à atendente, já estava com a sua entrada garantida. Deram livre passagem para ela, que seguiu a passos firmes para a sala de Edward, sendo guiada por Emma, a sua secretária.

- Edward, a senhorita Rose já está aqui. - Rose se surpreendeu como Edward deixava ser tratado pelo primeiro nome, pelos seus funcionários. Ele parecia ser alguém muito exigente.

- Deixe que entre. - E assim ela fez.

- Bom dia, Edward. - Rose o cumprimentou amigavelmente e ele fez sinal para que se acomodasse na cadeira à sua frente.

- Quero te fazer outra proposta. - Rose logo pensou: vai desistir de mim e riu por dentro, ao se imaginar desesperada por alguém não a querer mais.

- Estou toda a ouvidos.

- Emma, minha secretária, ficará em dois setores ao mesmo tempo e eu quero uma outra auxiliar. E pensei em você. Noite passada mostrou que pode ser bem eficiente.  

- Está me convidando para ser sua secretária? Trabalhar aqui? E o nosso contrato?

- Quantas perguntas, Rose. - Queria sorrir por perceber o seu nervosismo. - É, trabalhar aqui, comigo, me auxiliando. Você será treinada por Emma, caso aceite.  O nosso outro contrato continua de pé.

- Eu aceito. - Já era a frase que Rose mais repetira para Edward. Aparentemente, ele tinha total controle sobre ela.

- Emma - A chama pelo telefone e no mesmo instante ela adentra a sala - Mostre o que a senhorita Rose terá que fazer e tire quaisquer dúvidas que tiver. - Vira-se para Rose. - Quero que comece amanhã. 

Emma assente e Rose a segue. Estava eufórica por dentro, mas precisava manter a postura. Era um sonho, talvez um passo para se desvencilhar dessa vida, que por mais que lhe proporcionasse conforto, não era bem o que queria até os fins de seus dias. 

Edward era uma boa pessoa, mas não tinha um costume evidente de ajudar aos outros. Ele não ajudara Rose por pena ou algo assim, jamais contrataria alguém que não fosse eficiente, prezava por o profissionalismo dentro da sua empresa. Ele se encantou como ela entendia de certos assuntos como se houvesse estudado sobre. Passou a noite toda pensando em como poderia fazê-la usufruir dessa qualidade de aprender as coisas tão rápido. Foi a primeira vez que passou a noite em claro procurando maneiras de como ajudar alguém. 

O contrato (concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora