Parte Do Seu Mundo

Capítulo 04

"Qual é o seu nome, você tem lugar para ir? Você poderia me dizer? Eu vi você escondido nesse jardim" The Truth Untold – BTS & Steve Aoki

Quando chegou a sua casa, Juho pareceu enfim se dar conta do que tinha feito. Trago com completo estranho para a sua casa. O "Garoto do Beco" estava parado bem em frente a porta de entrada que dava para a sala, sem se mover, apenas permanecia de cabeça baixa como se estivesse com vergonha de estar naquela situação.

_ Você já sabe o que vai fazer? – Chung Hee perguntou. Olhava para o garoto como se ele fosse uma obra de arte exposta no Louvre, da qual ele ainda tentava entender os sentimentos abstratos para dar sua opinião formada sobre a mesma.

_ Preciso pensar – confessou. Poderia ter decidido isso antes de trazer o estranho até sua casa.

_ Você sabe que isso lhe trará problemas – afirmou Chung Hee. – Bom... ele está imundo, comece deixando ele tomar um banho, depois de comida e tente descobrir mais sobre ele. O nome é um ótimo inicio. Não acha, Juho hyung²?

_ O que eu faria sem você? – Chung deu de ombros. O "Garoto do Beco" agora encarava ambos. Sua expressão não passava nada além de confusão, perguntava só com o olhar o que deveria fazer agora. Parecia estar com medo de mover um único musculo. Estava imóvel como uma enorme pilastra de uma construção da Grécia antiga. Ele então desviou o olhar, provavelmente envergonhado.

_ Bom, o garoto do bueiro não é mais problema meu – Chung Hee começou a caminhar em direção a porta. Ele passou pelo garoto e sorriu para ele, que não soube como reagir. – Boa sorte com isso, Juho hyung! – e saiu pela porta como se nada daquilo que acabara de acontecer fosse estranho de mais para ser verdade.

_ Agora somos só eu e você – Juho soltou o ar que estava preso em seus pulmões e analisou a situação mais uma vez. Precisava tentar se comunicar com o garoto de alguma forma.

Ele sinalizou com a mão e pediu que o outro o seguisse. Saíram da sala de estar e caminharam por um corredor que dava para a sala de jantar e depois para a cozinha, saindo dela o caminho dava para a lavanderia, onde ficava um banheiro pequeno usado apenas pela empregada da casa. O coreano então começou a passar as mãos pelo corpo como se estivesse passando sabonete em si mesmo.

_ Banho? – perguntou. O outro olhou para as próprias roupas e concordou. Juho sorriu ao ver que ele havia compreendido o que ele tinha tentado lhe dizer.

O coreano ascendeu a luz da lavandeira e procurou algumas roupas limpas na secadora, puxou uma toalha do varal e indicou a porta do banheiro, para que o outro entrasse, e então entregou as coisas limpas para o estranho, que relutante as pegou. Ele adentrou a portinha lentamente, como se para ter certeza de que não haveria nenhum animal faminto que pudesse o matar ali dentro.

Enquanto escutava a agua do chuveiro caindo, Juho correu de volta até a cozinha para revirar os armários. Sua empregada havia entrado de férias a pouco tempo, e por isso ele teria que fazer tudo sozinho – como não costumava acordar antes do meio dia nos dias em que não estava viajando por causa de seu trabalho, não teve tempo de preparar nada para o almoço. Resolveu encher uma panela de água e cozinhar um ramen, pois era o mais rápido e pratico para aquele momento.

Colocou dois pratos em direções opostas na mesa e depois serviu o macarrão.

Não demorou nada mais que vinte minutos até o garoto sair do banheiro. Juho precisou desviar os olhos dele, para não ficar observando como suas roupas ficavam muito maiores do que deveriam nele. A camiseta parecia caber dois dele dentro, não só por Juho ser mais alto, mas também fisicamente mais musculoso. Os braços do outro eram finos, assim como seu rosto. Agora, Juho conseguia notar melhor como sua visita era.