Capítulo 24

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“Me abrace como se eu fosse explodir em fogos de artificio” As If It’s Your Last - BLACKPINK

            Juho se separou de Kun. Seus olhos agora cheios de lágrimas, algumas que por sinal caíam sem seu consentimento.

            Kun limpou as suas lágrimas com aponta dos dedos. Puxou o coreano para mais um abraço, tão apertado que a sensação que dava era que ele estava com medo de que o outro evaporasse, que fosse apenas uma simples miragem.

            Se bem que chamar Juho de uma “simples miragem” era a maior calúnia que Kun poderia sequer pensar em dizer. Imaginar Juho era tudo menos simples. Imaginar tocar sua pele, beijar seus lábios, olhar no fundo de seus olhos e o abraçar era como um milhão de fogos de artifício explodindo  ao mesmo tempo. Era o calor de uma tarde de verão. As constelações de um céu noturno. Tudo de bom que Kun conseguia se lembrar e ainda um pouco mais do que isso.

            Mesmo no escuro, o coreano se afastou a apontou para a perna de Kun, que só então se lembrou do corte fundo que tinha nela. Olhou para a própria perna e suspirou.

            _ Wae? – Juho fez um som de duvida, ainda preocupado. Kun balançou a cabeça como se dissesse que aquilo não era nada e sorriu amigável, mas Juho continuou com um olhar de preocupação estampado em seu rosto e então esticou a mão para o outro.

            Kun sentiu eletricidade e calor percorrerem seu corpo no exato momento em que tocou as mãos do amigo, se é que a única coisa que sentia por Juho era mesmo amizade – obviamente que não. O mais velho começou a guiar Kun lentamente, já que ele mancava, para algum lugar. Contudo, Kun confiava de mais em Juho para sequer querer saber para onde estavam indo. Qualquer lugar era melhor do que a mansão de Chin-Hwa.

            Será que aquela altura do campeonato alguém já tinha descoberto o que havia acontecido? Será que alguém tinha por fim encontrado o corpo morto de Max e se dado conta de sua fuga? Só de pensar em Max o corpo de Kun estremeceu, um tremor aterrorizante e repulsivo tomou conta de cada osso de seu corpo.

            Ele tinha realmente tirado a vida de uma pessoa, esperava que aquilo não lhe tirasse o sono e atormentasse sua noite, porém seria difícil esquecer a imagem do capanga agoniando na cama até que a vida esvaísse de seu corpo.

            Juho estava explodindo de alegria por ter encontrado Kun. Tinha medo de que não pudesse o achar ainda com vida, de que já fosse tarde de mais. Só que ali estava ele, aparentemente bem e agora seguro. Bem se não fosse por sua perna, pois Juho iria querer saber o que tinha acontecido.

            Os dois andavam a passos lentos pelas ruas de Paris, em direção ao hotel onde o coreano estava hospedado junto a Andrew. Juho percebia que vez ou outra o mais novo fazia caretas de dor ao pisar no chão. Agradeceu aos céus quando finalmente avistaram o hotel mais a frente e por fim entraram nele.

            Assim que passaram pela entrada, a recepcionista arregalou os olhos ao notar o estado dos dois. Olhou para a perna de Kun e levou a mão a boca. Começou então a falar em um inglês com sotaque britânico:

            _ Meu Deus, mas o que aconteceu? Quem é esse jovem?

            _ Um amigo – Juho respondeu, torcendo para que as perguntas da mulher não durassem muito. Ele passou o braço de Kun por seu pescoço para que ele tivesse mais apoio. – Foi assaltado.

            Aquela pequena mentira deveria convencer a moça que aparentemente deveria estar na mesma faixa etária de Juho.

            _ Você precisa chamar a policia, e o leva-lo para um hospital... esse broche – ela apontou para a camiseta de Kun, que olhou para a própria roupa e só então notou o broche preso na camisa. Um pequeno circulo dourado, provavelmente ouro, com uma pequena raposa desenhada dentro. – Onde conseguiu?

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