Parte Do Seu Mundo

Capítulo 13

"Eu tenho coisas boas para sentir na vida. Oh, não venha atrás de mim hoje (Ceifeiro)" Reaper - Sia

Juho sabia que Kun estava certo quando disse que era melhor Chung Hee e os outros também se esconderem em algum lugar. Claro que quando ele ligou para Chung Hee e contou o que tinha acontecido o outro surtou. Disse que sabia que aquilo iria acontecer que ele acabaria se metendo em uma confusão enorme por causa de Kun, e que era melhor se ele já tivesse se livrado do garoto ao invés de bancar a babá protetora. Depois de uma pequena discussão Chung Hee concordou em passar ao menos aquela noite fora de casa, e disse que levaria Young Jae e Suk consigo, mas que não contaria o que estava acontecendo – já que nem mesmo ele sabia direito.

•

No fim da noite finalmente encontraram um hotel afastado, no meio da estrada que saía de Seul, um lugar pequeno e que dificilmente alguém conseguiria acha-los por ali. Era a melhor opção de hospedagem que tinham, pelo menos para dormirem um pouco antes de tomarem alguma atitude concreta.

_ Preciso de um banho – disse Eunbyul prendendo os longos cabelos negros num coque alto e entrando no banheiro pequeno que havia ali. – Toma cuidado com ele.

Juho apenas concordou, mesmo que achasse que não precisava temer Kun. Tinha certeza de que ele tinha mentido sobre diversas coisas, entretanto não achava que precisava chegar ao ponto de sentir medo do garoto.

Quando ouviu o barulho do chuveiro sendo ligado, pegou o celular e começou a digitar uma mensagem para Kun, que estava sentado cabisbaixo, as mãos entre as pernas e o peito apertado pela culpa.

Juho: Ela me disse que você é um príncipe e que seu nome verdadeiro é Kwang.

Kun leu a mensagem, os dedos rápidos digitando sem parar. Seria cem por cento sincero dessa vez, sem medo do que poderia lhe acontecer, sua vida já estava revirada de mais, não tinha mais porque ele esconder algo de Juho.

Kun: Ela está certa. Meu nome é de fato Kwang. Ou melhor, Príncipe Kwang Lee DeLaGarza, herdeiro do trono de Costa Luna.

Juho: Costa Luna?

Kun: Uma pequena ilha da América Latina. Tão pequena que aparece apenas em alguns poucos mapas.

Juho: Mas o seu nome é asiático, isso não faz sentido algum.

Kun: Meu pai é latino, por isso o sobrenome, os dois primeiros nomes vieram pela minha mãe. Era uma plebeia descendente de asiáticos, até se casar com meu pai e se transformar na primeira rainha sem sangue real de nosso povo.

Juho: E o que realmente aconteceu com você? Por que está aqui e não... você entendeu, fazendo coisas que príncipes fazem?

SEMANAS ANTES

_ Príncipe Kwang? – uma voz feminina ecoou pelo quarto, baixinha e suave como uma pena. – Príncipe Kwang, você precisa acordar. Hoje é o grande dia.

Ele gemeu. Que horas deveriam ser? Remexeu-se na cama como se pedisse por mais cinco minutos. Hoje era o grande dia, mas de que? Tentou se lembrar... é claro, o dia da coroação. Da sua coroação. A ideia invadiu sua mente com força e ele se levantou num impulso, assustado. O cabelo loiro embaraçado, grudando no pescoço por causa do calor intenso que fazia em Costa Luna naquela época do ano.

Na porta de seu quarto estava Demetria, uma de suas criadas. O rosto corado e a mão nos olhos, envergonhada. Ele olhou para baixo e se deu conta de que estava sem suas roupas, puxou os lençóis para o corpo e caiu na gargalhada por ter constrangido a pobre Demetria.