Capítulo 1

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André

— O casamento de vocês é em breve... um dia antes, as garotas não vão nos deixar ir. Melhor marcarmos logo essa despedida — diz Matheus.

— Acho melhor fazermos como o da Hellen e do Juliano... todo mundo junto, isso pode dar merda. Além do mais, elas acabam fazendo também — digo.

— Podemos fazer alguma coisa na mansão do Guga — propõe Renato.

— Podemos sim, mas já estou exausto de problemas... então sem farra, não quero minha gordinha nervosa — diz Guga.

Matheus lança seu sorriso mais perverso e concorda com a cabeça, olhando para Renato e Juliano. Antes que eu pudesse falar alguma coisa, o juiz do time que está em campo sinaliza o fim do jogo, finalmente dando espaço para nosso time entrar.

Com a adrenalina da partida, não tocamos mais no assunto.

Toda quarta-feira nos reunimos para jogar futebol num clube em que o Renato é associado. Enquanto jogamos, nossas garotas se reúnem para fofocar.

Meses Antes...

Logo após o sequestro da Manu, minha mãe fez um almoço de família onde acabei contando para eles sobre meu relacionamento exótico.

— Sempre desconfiei de você e do Guga, seu bichinha — zoa meu irmão Daniel.

— Eu sabia! Desconfiei no dia que você sofreu o acidente... quando me apresentou a Manu como sua namorada, o Guga ficou visivelmente enciumado. Não quis ser indiscreta, mas tive certeza que alguma coisa tinha ali — diz Débora triunfante, como se tivesse desvendado um grande mistério.

Meu pai olha incrédulo para mim e para minha mãe.

— Não! Isso não é possível... você e o Guga são namorados? — pergunta minha mãe aflita, com lágrimas nos olhos.

Não pude deixar de rir, mas ainda me preocupa a reação do meu velho.

— Não, mãe, não sou namorado do Gustavo. Nunca tive, não tenho e nem pretendo ter relações com ele.

— Desculpa, mas não entendo isso. Vou te apoiar se for boiola... continua sendo meu irmão — diz Daniel rindo — Mas explica isso.

Meu pai só me olha sem encostar na comida.

— Estamos morando juntos, os três.

Os olhos do meu pai se arregalam.

— Fala alguma coisa, pai — peço.

Sempre tive uma relação muito boa com meu pai, seu apoio é muito importante para mim.

— Estou digerindo essa bomba, André... e esperando sua explicação à pergunta de Daniel. Como pode namorar a mesma garota que Gustavo, morarem juntos e não terem relações?

— Bom, a gente se apaixonou por ela... tínhamos a opção de nos afastarmos, mas nenhum dos dois queria... no fim das contas o sequestro acabou nos unindo ainda mais.

— E você acha que isso vai dar certo? — pergunta minha mãe.

— Mãezinha... você mais do que ninguém me conhece. Eu vivo o que tiver que viver... não tenho medo disso. Nos damos muito bem e eu gostaria de ter o apoio de vocês. Não tenho a intenção de terminar essa relação e nem o Gustavo.

União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora