Capítulo 6

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Manoella

Quando acordo, Guga não está mais na cama. André está sentado ao meu lado... de cabeça baixa.

— Oi — digo baixinho.

— Oi, linda, como se sente? — pergunta ele, tentando mostrar-se animado.

— Estou melhor, a dor de cabeça passou — respondo.

— Que bom, princesa.

— Pare de se culpar, amor... você ouviu o médico, não teve nada a ver com o sexo — tento animá-lo.

— Não foi bem o que ele disse e antes do sexo você estava bem, brincando.

— Pare já com isso! — digo irritada.

— Tudo bem... não se estresse! Descanse um pouco mais. Chesca está fazendo uma canja pra você.

— Mas que horas são? Já anoiteceu. Ela ainda está aqui? — pergunto sem entender.

— Sim, são sete e quinze da noite, mas ela fez questão de fazer a canja antes de ir embora e esperar pra ver como você está. Sabe que ela lhe tem como uma filha, certo?

As palavras dele me alegram por pensar em Chesca, mas, ao mesmo tempo, me ferem sem saber: minha mãe!

— Ela é uma fofa. E Guga, onde está? — pergunto.

— Não sei... não saí de perto de você desde que adormeceu. Sei de Chesca porque ela veio avisar.

Durante o jantar, André quase não toca na comida.

— Acho que devemos adiar o casamento — diz Guga pensativo.

— Por quê? — pergunto emburrada.

— Podemos nos casar depois que as bebês nascerem, mas agora é um estresse desnecessário — explica ele.

— Eu concordo. Vamos nos casar de qualquer forma, não custa esperar — diz André.

— Estão dizendo que casar comigo é estressante? Hoje eu tô sensível ou vocês que estão extremamente amorosos?

— Não é isso, Manu, você ouviu o médico: repouso, sem estresse, e casar é estressante. Vai querer tudo perfeito e qualquer coisa estressa — fala Guga.

— Agora tudo o que mais importa é você e as bebês — diz André.

— Tudo bem, mas tenho que ver se vão querer adiar a data de tudo — rosno.

— Fique despreocupada, amanhã eu e André resolvemos isso — diz Guga — procure apenas descansar.

***

Duas semanas se passaram e a pressão estabilizou, mas continuo tendo que fazer o controle. Os dois estão extremamente carinhosos comigo e estamos sempre fazendo um programinha gostoso, mas sem muita adrenalina.

— Vocês não estão subindo pelas paredes? — pergunto para os dois.

— Tem outras formas de aliviar, princesa... não se preocupe com isso — diz André sentado na cama mexendo no seu notebook.

— Que bom pra vocês... e eu alivio como?

— É melhor você procurar coisas pra se distrair, gatinha... você bem sabe que não podemos — enfatiza Guga.

Ando até André e tento provocá-lo.

— Desculpa, princesa. Não vai rolar... — diz ele.

— Até você?

— Manu, tenha um pouco de paciência — André me acalma.

— Tudo bem — respondo irritada.

União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora