Capítulo 25

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Manoella

Estou extremamente nervosa. Saio do carro andando devagar, agarrada no braço de Gilberto... meu sogro, por parte do André. Sinto um frio no estômago e tenho a sensação que algo de ruim vai acontecer. Entramos no caminho ao altar montado na areia. Passo por um tapete verde enfeitado com arranjos de flores e um tecido leve.

Olho para frente e vejo meus dois homens. Meus olhos de enchem de lágrimas, mas seguro para não chorar. Aperto o braço de Gilberto, que me incentiva.

Montamos uma cerimônia pequena, para trinta pessoas... apenas as pessoas chegadas. Não queremos mídia, ou algo estrondoso. Meu vestido é bem trabalhado nos seios, com um decote razoável e bem modelado... abaixo dos seios ele é todo de um tecido bem leve até os pés com uma fenda generosa nas coxas. Meu cabelo está com luzes e em um arranjo com caimento lateral... feito com uma trança embutida e muitos cachos.

Noto o nervosismo de Guga, André está um pouco mais relaxado. Gilberto para, me fazendo voltar a realidade... saindo dos meus pensamentos distantes. Os dois vem me buscar e o cumprimentam. Beijo o rosto de cada um deles e seguimos para o altar, montado de frente para o mar... com alguns arranjos e mais tecidos.

O sol está se pondo e imagino que as fotos estejam ficando fantásticas.

Marcos, o amigo de Guga que cuidou do caso de André, é quem está fazendo a cerimônia e começa a falar.

— Apesar de conhecer o Gustavo há muito tempo, só tive o prazer de conhecer a Manoella e o André recentemente. A princípio fiquei receoso em aceitar fazer esse casamento, pois não é algo habitual. Conheci a história deles e pensei... tanto casamento convencional terminando por besteiras, onde a menor coisa que importa no fim das contas é o amor e a única coisa que eles querem com esse casamento é se unir, é estruturar uma família e consolidar um amor que veio com muita luta. Poucos lutam tanto... não posso falar pela Manu e pelo André, mas posso falar pelo Gustavo... ele sempre foi o cara impulsivo, que quer pra já, mas daqui a pouco não quer mais. Confesso que o senti completamente diferente, mais centrado e certo do que ele queria quando me pediu esse favor. Por isso aceitei e fico lisonjeado em poder fazer parte dessa história.

Sorrio com suas palavras e olho para Gustavo, que parece emocionado.

— Vocês não sairão daqui com um papel que oficialize essa união. O que muda dos últimos trinta minutos para os próximos trinta são duas coisas, primeiro o laço eterno nos corações de vocês e segundo, a formação de uma família, o reconhecimento de vocês como tal. Essa união é simbólica, mas esse símbolo é tão importante pra vocês, quanto um papel trocando seus nomes de nascimento para de casados. O dia de hoje marca esta união tão inesperada, mas que no fim... todos aqui presentes não viam a hora de acontecer. Prometam sim, fidelidade uns aos outros... prometam cuidar na saúde e na doença... na riqueza e na pobreza... mas acima de tudo, tenham compaixão uns pelos outros... tenham empatia, se olhem não apenas como companheiros de vida, pois se fosse assim, vocês seriam apenas bons amigos... se olhem como um. Se olhem como se o outro fosse si mesmo... você não faria algo para se magoar, então veja o outro pelos seus olhos... cuidem porque amam e porque não conseguem ver o parceiro acamado, sejam fiéis pois não cabe uma quarta pessoa entre vocês... não por obrigação, mas por falta de vontade de trair. Sejam bons uns para os outros, pois juntos vocês serão sempre mais. Vocês como três, sabem melhor que qualquer um... em um relacionamento não cabe divisão, a não ser que seja dos problemas... mas cabe sim a multiplicação, do amor e da ternura... da compaixão e do companheirismo.

Marcos nos entrega os vidros com as areias e prossegue...

— Assim como não da para separar os grãos de areia unidos... que o amor entre esses três também seja inseparável, indissolúvel!

União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora