Capítulo 3

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Gustavo

— É isso aí, gata! Loiro e moreno você já tem: pega o ruivo!! — grita Júlia agitando.

Olho para trás e vejo as meninas sorrindo para Manu. Olho feio e Gio mostra a língua para mim.

Os caras do futebol começam a fazer barulho.

— Ô, lá em casa... — grita Rogério, um dos nossos colegas.

As dançarinas evidenciando suas belas curvas e eles... Porra! Quero quebrar cada um deles. Levanto da cadeira bravo, mas Matheus e Juliano me fazem sentar novamente.

— Para de ser estraga prazeres, cara... ninguém vai encostar na tua mulher, te garanto — diz Matheus baixando a voz e chegando perto do meu ouvido — paguei um adicional pra cada um manter distância das garotas.

Ele sorri como se tivesse roubado um doce de uma criança, mas eu não vejo graça.

Os próprios dançarinos nos fazem levantar e organizam nossas cadeiras de modo que eu e André fiquemos de costas para Manu.

Olho pra Matheus com ódio nos olhos.

— Calma, bicho.

— Se isso der merda eu arranco sua cabeça fora — esbravejo — eu te avisei que não queria dor de cabeça e já estou tendo.

Tento virar o pescoço para olhar Manu, mas a loira e a morena passam a mão pelos meus braços e rosto para me distrair. Olho para André. Ele encara uma ruiva, que sensualiza para ele.

Tudo o que consigo imaginar é o que estão fazendo com a Manu.

Tento olhar mais uma vez, mas a morena senta no meu colo.

— Sai! — falo rispidamente com meu pior olhar.

A morena sorri para não demonstrar o desconforto. Vai até o lado onde os homens estão concentrados e dança sensualizando para eles. Olho mais uma vez para André e, embora a ruiva esteja rebolando no seu colo, também tenta olhar Manu.

Ouço as mulheres gritarem mais e mais, o que me deixa puto. A loira puxa meu rosto e passa a mão pelos meus cabelos.

— Você me larga agora — rosno furioso.

Eu e André nos olhamos e como se um lesse o pensamento do outro, levantamos da cadeira. As meninas tentam nos fazer sentar, mas ao ver nossas caras de poucos amigos nem insistem.

Ele fala algumas coisas no meu ouvido e eu concordo. Chamo Karen, que se arrepia ao me olhar nos olhos.

— Quero um microfone.

Em segundos estou com um nas mãos. Olho para Umberto que baixa a música na hora, até sumir por completo.

— Muito bem, muito bem! Sugiro que desencostem da nossa mulher enquanto ainda têm saúde pra isso — digo determinado, sem sorrir e com a mão desocupada dentro do bolso.

Todas as pessoas do salão ficam sérias e nervosas pela nossa reação. Manu levanta da cadeira com os olhos arregalados e os dançarinos se afastam rapidamente.

Os dançarinos começam a se retirar, mas peço para que voltem para o paco.

— Tanto os dançarinos quanto as dançarinas, por favor voltem pra cá — aguardo os seis chegarem e volto a falar — Sei que pagaram um bom dinheiro pra vocês esta noite, então aproveitem a festa ou deem o fora. Os padrinhos e madrinhas que gentilmente contrataram essa babaquice podem utilizar seus serviços ou dispensá-los. Acho que todos aqui presentes me conhecem a ponto de saber que isso nunca daria certo.

União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora