Capítulo 17

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Giovanna

Acordo com várias ideias na cabeça.

— Bom dia, anjo meu — digo à Matheus, com carinho.

— Por que está gritando? — pergunta irritado.

Acho graça e lanço meu melhor sorriso.

— Você fica lindo irritado, sabia?

Ele rosna e me bate com o travesseiro.

Dou risada, saindo da cama. Vou para a cozinha e preparo algo para comermos, com direito a um sal de frutas para o meu bonitão.

Matheus demora algum tempo para se reestabelecer, enquanto junto todas as fotos da despedida de solteiro no pendrive e vou passando. Foto a foto.

Abro um vídeo. Os três juntos. Sinto um aperto no peito vendo a felicidade dos três: Manu, Guga e André juntos. Uma lágrima cai dos meus olhos.

— O que foi amor? — pergunta Matheus.

— Só de pensar em tudo o que eles estão passando, me dá uma tristeza tão grande. Vivi com eles... os três se amam! Não é justo...

— Se acalma, menina linda... vamos dar um jeito nisso tudo. Vamos tirar André da cadeia e resolver isso tudo!

— Matheus... acabei de tomar uma decisão. Preciso falar com o Guga primeiro, mas se tudo der certo... essa gente vai ter o que merece e não vão mais perturbar.

Matheus me olha com curiosidade.

— O que você vai fazer?

— Você vai ver!

André

Jamais pensei viver o que estou vivendo.

O hematoma no meu rosto evidencia a perseguição que tenho sofrido aqui dentro. Não sou maricas, mas de alguma forma souberam aqui dentro e teimam que sou namorado do advogado.

Outro detento tentou passar a mão em mim, disse que eu era muito bonitinho para estar aqui dentro e acabou na enfermaria, mas os amigos dele fizeram questão de deixar meu rosto marcado e algumas costelas bem doloridas.

Tentei reclamar, mas piorei minha situação, desde então estou quieto no meu canto. Sempre alguém vem com uma piadinha ou alguma gracinha, mas já entendi que não adianta retrucar ou revidar.

Não durmo direito, com receio do que podem tentar. Estou cansado. Sinto-me sujo. Preciso sair daqui. Não fiz nada para estar aqui.

Guga não apareceu mais, não sei o porquê. Disseram que um novo advogado está cuidando do meu caso, mas não tenho maiores informações.

Nos piores momentos, fecho os olhos e mentalizo coisas boas. Minha Manu, minhas filhas. Lembro da sensação de tê-las em meus braços no dia do nascimento e de ajudar no primeiro banho delas, mesmo todo sem jeito.

Eu me lembro do cheiro dos cabelos da Manu e do toque macio da sua pele. Seu jeito doce e, ao mesmo tempo, sua determinação. Nosso primeiro beijo, naquela balada. A loucura que tomou conta de nós. Lembro do medo de perdê-la quando foi sequestrada e na sensação frustrada, ao acordar e perceber que ela nos foi tirada. Também do alívio, ao tê-la em meus braços quando tudo acabou bem.

Quero minha família de volta, não aguento mais isso.

Gustavo

— Tem meu apoio, acho que só assim terei paz — digo a Gio — Carta branca. Conte comigo para qualquer coisa.

Gio abre um largo sorriso e sai pela porta do meu escritório, cheia de si. Preciso me precaver para o que vem pela frente, se Gio estiver certa, preciso me resguardar.

Verifico algumas informações e tiro a manhã resolvendo assuntos que assegurem que Manu e as meninas estejam amparadas, caso algo me aconteça.

Converso com Marcos sobre o caso do André e faço alguns contatos. Talvez Heloísa possa nos ajudar, talvez conheça as pessoas certas.

— Nossa! Ao que se deve essa ilustre ligação?

— Oi, Helô. Estou precisando de ajuda.

— Espero que fale de ajuda nas festas maravilhosas na mansão — diz ela, sabendo que não se trata disso.

— Infelizmente não.

Explico tudo o que houve pra ela.

— André? Nossa! Que loucura... é óbvio que meu xodozinho não faria mal pra ninguém.

— Sabe que não pediria favores em outros casos, mas estamos ficando sem opções — digo aflito.

— Em outros casos eu não te ajudaria, sabe como trabalho, mas sempre adorei o André. Não consigo negar ajuda. Muito menos por um caso absurdo desses! Se fosse contigo eu até teria minhas dúvidas — diz ela se divertindo — mas se tratando dele, é absurdo.

— Obrigado, eu sei disso tudo. Você sabe que ele é um irmão pra mim!

— Ligue mais tarde, tenho uma audiência agora.

— OK, obrigado.

Começo a mexer em um processo quando meu telefone toca:

— Lembrou que tem um filho, dona Gabriella? — pergunto, sem achar nenhuma graça.

— Não esqueço nem por um dia sequer, meu amor — responde minha mãe.

— Diga: precisa de quê? — pergunto, sem paciência.

— Gustavo Gelbke, não foi essa a educação que eu te dei! — diz ela.

— OK, OK!

— Estou te ligando pra dizer que eu e seu pai estaremos aí no seu aniversário.

— E?

— Como "e"? Vou falar pessoalmente com a Karen. Quero um evento para esta data. Afinal, não é sempre que seu pai está no Brasil. Vai ser uma ótima oportunidade para apresentar suas filhas à sociedade — explica ela.

— Meu aniversário é daqui uma semana. Nem pensei no que quero fazer e você querendo um de seus desfiles de moda para mostrar o que é ser Gelbke? Dispenso os refletores. Já superou meu relacionamento exótico, mamãe?

— Ah Gustavo, não subestime minha inteligência e a agilidade das informações. Sei tudo o que acontece na sua vida, meu amor.

— Acho que até mesmo antes de mim — cutuco.

— Bom, tratarei os detalhes direto com ela. Alguma coisa que você gostasse de acrescentar?

Penso por um instante e abro um largo sorriso.

— Claro, mãe, acho uma ótima ideia. O que acha de ser um baile de máscaras? É tradicional pra mim, sabe que gosto muito, mas pode fazer à sua maneira.

— Excelente, meu filho...

Desligo o telefone sorrindo. Procuro um número nos meus contatos e ligo.

— Tenho novidades.

CAPÍTULO CURTO, MAS CHEIO DE PROMESSAS HEIN????

QUAL A EXPECTATIVA DE VOCÊS?

UMA BEIJOKA PRA VOCÊS...

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União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora