Capítulo 11

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André

Dias Antes...

Tudo está escuro. Abro os olhos fazendo força para enxergar.

A meia luz e a zonzeira não me deixam identificar onde estou. Minha cabeça dói. Escuto uma música abafada, pisco com força e vejo meu celular tocando. Embaixo do celular tem um papel. Um bilhete, que desisto de tentar ler.

Estou em um quarto. Encontro uma pia e chego nela com algum esforço. Lavo meu rosto algumas vezes.

Sinto minha calça escorregar e percebo que ela está aberta. Olho ao redor e vejo duas camisinhas jogadas no chão; meu tênis, meias e cueca também.

— Mas que porra?

Pego o bilhete rapidamente e me esforço de novo para ler.

"Adorei a noite gatão... você superou minhas expectativas. Preciso trabalhar, beijos.... Sua Ruiva"

Um pavor toma conta de mim. Minha Ruiva? Não entendo. Eu lembro de tê-la visto na boate e ela veio falar comigo. Encontrei meu cliente, fechei alguns detalhes com ele. Bebemos alguns drinques, mas não consigo me lembrar de mais nada.

— Meu Deus! Que merda eu fiz?

Olho no espelho e vejo um chupão no meu pescoço. Marca de batom na minha blusa. Sinto minhas costas arderem e quando subo a blusa vejo várias unhadas distribuídas ali.

O pânico toma conta de mim. Pego minhas coisas e saio do quarto e dou conta de que ainda estou na boate. Vejo a ruiva e vou até ela, seu sorriso se alarga ao me ver e sinto nojo de mim mesmo.

— O que aconteceu? — pergunto chegando perto dela.

— Tive o melhor orgasmo da minha vida, gatão. Não finja que não lembra de nada! — diz ela sorrindo.

— O que você fez comigo? — pergunto apertando seu braço mais do que deveria.

— Ei! Você está me machucando. Você quer dizer o que você fez comigo — diz ela, se soltando e mostrando um roxo enorme no pescoço — Sabe que isso me dá um prejuízo enorme, certo?

— Eu não fiz isso... — digo incrédulo.

— Ah sim, você fez! Não sou de marcar meus clientes, mas você quis brincar. Aí, eu te marquei.

Um segurança se aproxima e olha pra ela, que nega com a cabeça.

— É melhor você ir embora — diz ela, olhando de mim para o segurança — Volta em outra noite, podemos relembrar nossos momentos.

Pego a mesa de madeira e jogo longe, com raiva.

Três seguranças me imobilizam e me levam para os fundos da boate me colocando para fora e chutando minha barriga.

— Seu bêbado sem noção. Tem uma puta oportunidade com a ruiva que quase ninguém pega e vai sair fazendo bagunça? — pergunta um deles.

— Deixa, Norberto, a ruiva já deu uma canseira nele.

— João, não é bom quebrar uns ossos?

— Não, não. Ele tá bravo porque vai ter que se explicar pra noivinha. Deixa ele.

Eles me deixam caído no chão e voltam para dentro da boate.

O celular toca novamente e vejo a foto do Guga na tela, tento atender mas ele desliga antes. Abro o aplicativo de mensagens e vejo inúmeras mensagens dele.

Guga

"Onde você está?

Ela foi atrás de você...

União Inesperada - Livro 3 (Trilogia: Inesperada)Onde histórias criam vida. Descubra agora