Capítulo 39

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Mia Narrando

Confesso que foi um choque muito grande quando vi aqueles três testes de gravidez dando positivo, não pensava em ter filhos por agora e ainda mais nessas condições no qual se originou essa gravidez. Mas agora, mais calma, posso ver essa gravidez com outros olhos, vejo como se fosse um sinal para que eu não desista de mim, não desista de lutar por mais que tudo esteja difícil, pois sempre após a tempestade vem o sol.

Agora pela manhã eu e Crhis iremos ao médico realizar alguns exames, mas claro que não vou comentar nada com ele do que aconteceu. Hoje vejo que errei e que já deveria ter realizado esses exames antes para saber se contrai alguma alguma DST ou qualquer coisa do tipo, mas é que estava tão abalada que não conseguia sair de casa, e também meu psicológico já estava bastante confuso e sem preparação para receber um resultado desagradável.

Rapidamente saio de casa com Crhis e em pouco tempo estamos no local a ser realizado os exames. Fiz todos os exames e aparentemente está tudo certo comigo e com o bebê, e também já iniciei o pré-natal para acompanhar passo a passo do crescimento do MEU FILHO.

Aproveitei e fiz minha primeira ultrassom mas não deu para ver nada pois o bebê ainda é muito pequeno, mas confesso que fiquei emocionada ao olhar para aquele aparelho e saber que em breve vou ver meu bebe naquela telinha e em seguida vou tê-lo em meus braços.
Agora mais calma, já me sinto feliz com essa gravidez. Realmente é difícil para qualquer mulher descobrir que está grávida do homem que a estuprou, o medo de não conseguir amar essa criança é inevitável. Não foi fácil descobrir essa gravidez, sofri muito, mas em momento algum eu cogitei a hipótese de abortar esse bebê, e agora mais tranquila só consigo imaginar em como eu vou amar essa criança.
Ainda estou no primeiro mês de gravidez mas até já escolhi o nome, se for menino vai se chamar Márcio e se for menina vai se chamar Lúcia, tudo isso em homenagem a meus pais que  de onde estão tenho certeza que estão felizes assim como eu em levar essa gravidez adiante.

Eu sinceramente não tenho como agradecer a Crhis por tudo que ela já fez por mim desde que nos conhecemos, ela sempre foi um anjo em minha vida. Ela foi e está sendo a única que não me desamparou, e sei que posso confiar cegamente em sua pessoa.
Já minha avó, bom ela infelizmente não liga mesmo pra mim, nem se quer me deixou falar sobre minha gravidez e já foi logo me julgando, me ofendendo, sem ao menos saber um terço da história.
Mas tomei uma decisão, vou trabalhar no senhor Miguel e juntar um dinheiro até meu filho nascer, e assim que acontecer pego minhas coisas e vou embora daqui, desse lugar que só me trouxe infelicidade, vou ter minha casa e ser feliz só eu e meu bebê, bom e quanto a minha avó eu sinto muito, mas não sou sua babá e não posso viver sempre a seu mercê. Agora vou ser mãe e a única e coisa que tenho que me preocupar é com o bem estar do meu filho, e naquela casa sei que ele não será feliz, se ela não ama a mim também não será capaz de amar meu filho.

Hoje de manhã quando saí minha avó não estava na sala como de costume, estranhei e fui procura-la e então a encontrei, ela estava nos fundos de casa com várias ervas nas mãos, semelhante aquelas que ela carregava nas mãos a um tempo atrás quando também a encontrei aqui.

Bom dia . - Disse Mia de cabeça baixa.

— -Dona Maria só olha com desdém.

— Para que essas ervas? Está se se sentindo mal?

Não é pra nada. Simplesmente vou fazer um chá para algumas visitas que virão aqui hoje a tarde, e falando nisso, gostaria que passasse o dia fora, não quero que elas vejam a vergonha da família.

— Vó, não fala assim. - Disse Mia com olhar melancólico.

— Vai poder ou não?

Vou , pode receber suas visitas.

Ótimo.

Fico feliz que minha vó esteja fazendo amigos, até porque ela não tem nenhum, então quando ela me disse que iria receber visitas de certa forma fiquei feliz por ela.

Passei o dia todo fora como a minha avó havia pedido, mas agora preciso ir embora, até porque não comi nada durante todo o dia pois estava sentindo muito enjoo, agora estou morta de fome e não vejo a hora de chegar em casa e comer qualquer coisa.
Pedi que Crhis me levasse até a porta de casa e assim ela fez, e rapidamente já estava na sala de minha casa.

E então vó? Suas visitas vieram?

— Sim.

Será que posso conhecê-los qualquer dia desses?

— Acho que os conhece. - E deu um sorriso de lado.

Como assim ? os vi?

Claro que não. - Dona Maria percebeu que havia falado demais.

— E  então?

Não é nada, falei sem prestar atenção.

— Tudo bem .

Agora para seu quarto e eu vou terminar de preparar uns pães e um café que estou fazendo e já levo para você.

— Para mim? A senhora está bem?

— Anda antes que eu jogue tudo aquilo fora e desista de fazer.

— Desculpe-me, não fiz por mal, vou para meu quarto e espero então.

Quando cheguei em casa e minha avó me disse que havia preparado algo para eu comer eu até estranhei, a tempos ela não prepara nada para comermos. Mas fiquei feliz, confesso que sempre senti falta do seu tempero e hoje vou poder matar essa saudade.
Nem quis demorar  no banho pois a fome estava demais, não via a hora de comer algo e quando sai e vi aquela bandeija com pães e café sob minha cama minha boca começou a salivar muito.
Mais do que depressa já fui logo comendo e tomando o café que por sinal estava muito bom.
Mas agora, após tomar o terceiro gole sinto meu corpo se desfalecer e minhas vistas pesarem, tento me manter acordada mas parece ser inevitável. Está acontecendo da mesma forma que aconteceu no dia que me aconteceu aquela tragédia.
Meu corpo começa a pesar e então me deito aos poucos na cama e não vejo mais nada.

Acordo meio sonolenta ainda meio tonta, e a única coisa que vejo são vultos, porém quando tendo me mexer sinto meus pés e mãos amarradas a cama e percebo que estou nua da parte inferior do meu corpo, tento me mexer porém de nada adianta.
Vejo vultos mas não consigo identificar de quem é, mas me parece familiar. Espere, parece ser o Rico, meu Deus esse monstro não pode estar aqui, por favor Deus me proteja desse homem.
Grande pavor toma conta de mim, tento gritar mas nenhuma palavra saí de minha boca, tento me desprender mas é inútil, estou muito fraca para isso, e então novamente sinto meu corpo desfalecer, e com a boca seca tento  dizer poucas palavras, como se fosse um grito de socorro que vinha da alma.

Alguém por favor me salve.

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Peço desculpas pela demorar em postar, mas é que está muito corrido para mim.
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Ah, não esquecem de ler minha nova obra: UM PEDIDO DE MORTE.

Bjs.
VOTEM E COMENTEM
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CORES DO DESTINO (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora