Capítulo 15

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Eduardo Narrando: Como é bom estar de volta ao meu Brasil querido, depois de anos fora, colocar os pés aqui denovo é muito bom, ainda mais aqui nessa cidade, nesse bairro, onde tudo começou

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Eduardo Narrando: Como é bom estar de volta ao meu Brasil querido, depois de anos fora, colocar os pés aqui denovo é muito bom, ainda mais aqui nessa cidade, nesse bairro, onde tudo começou. Foi aqui que comecei minha carreira de modelo, nem em sonho imaginei que algum dia seria modelo, mas aconteceu, me chamaram pra um teste e eu gostei, e eles também gostaram do meu trabalho. Foi tudo muito rápido e de repente, eu estava aqui na pracinha, nesse bairro mesmo, com meus amigos jogando conversa fora, e algumas pessoas responsáveis pela empresa chegaram, conversaram comigo, e  logo em seguida foram até minha casa, falaram com meus pais, e assim que comecei as fotos, fui embora para fora do país. Eu era meio novo na época, então meus pais foram embora comigo, lá meu pai virou um empresário de sucesso e minha mãe sua "primeira dama" . Quando disse que voltaria para o Brasil a trabalho e talvez até ficasse aqui, minha mãe surtou, não gostou da idéia, ela quer que eu volte pra lá, mas não sei, depois que cheguei, que vi esse lugar denovo, me apaixonei novamente pela minha terra brasileira.

Quando soube que viria para o Brasil, tratei logo de comprar uma casa aqui nesse bairro mesmo, aqui eu me sinto melhor do que qualquer outro lugar, tenho ótimas lembranças aqui.

Aquela moça da sorveteria, algo me diz que já vi aqueles olhos, é como se já estivéssemos muito próximos algumas vezes, eu só não me lembro onde. Tenho que confessar que achei ela muito linda, Mi.. Mire... Mia, isso, Mia é o nome dela, esse nome também é familiar. Quando cheguei na sorveteria e a olhei, senti algo diferente, e percebi que ela também, afinal ela ficou muito nervosa quando meu viu, meio destrambelhada ela. -Risos
Ela tem um jeito único, atrapalhada, mas doce, meiga, ela é a definição de maravilhosa.
Tô afim de ir lá amanhã, conversar com ela, e quem sabe descobrir de onde nos conhecemos. Agora vou tomar um banho, descansar, afinal estou exausto da viagem...

Estou deitado, pronto para dormir, entretanto, o sono não vem, aquela menina não sai da minha cabeça, e a vontade de descobrir de onde a vi está me consumindo.

Nossa, peguei no sono que nem vi, e meu primeiro pensamento do meu dia foi em Mia. Como pode? Preciso falar com ela. Me levantei, fiz todas as higienes, tomei café, e sai. Já eram 9:27 am, então peguei meu carro e foi a sorveteria ver minha "deusa (des)conhecida" . -Risos

— Bom dia. - Disse Eduardo

— Bom, bom dia . - O nervosismo começa a tomar conta

— Me um sorvete de morango por favor.

— Tudo bem. -E foi preparar o sorvete, percebendo os olhares dele sobre ela.

— Como se chama? - sabendo resposta.

— Me chamo Mia. Sem se virar para ele.

— Eu me chamo Eduardo, muito prazer.

— Eu sei... -Disse baixo.

— Sabe o que? Meu nome? - Ansioso pela resposta.

Não, não disse nada, engano seu. - Sem conseguir disfarçar o nervosismo. Aqui está seu sorvete.

— Obrigada, vou me sentar ali. Disse apontando o dedo para uma das mesas.

— -Mia assentiu com a cabeça.

Ela realmente era linda, o modo com ela fica nervosa ao me ver, chega ser engraçado (risos). Sem perceber, ela deixou escapar que já me conhecia, mas de onde? Preciso descobrir.

— Moça . -Disse acenando para Mia, que foi até sua mesa.

— Pois não. Disse de cabeça baixa

— Pode se sentar comigo? Queria falar com você.

— Estou trabalhando, me desculpe. -E foi saindo

— Fica, 5 minutos?! -Disse segurando seu braço, nesse momento Mia viu seu corpo todo se arrepiar, ela nunca havia tido tanta aproximação com Eduardo, e sentir seu toque foi maravilhoso.

— Tudo bem . -E sentou-se.

— Mia ?! Então, eu não sei por qual razão, mas quando te vejo, é como se tivéssemos nos visto em algum lugar.

— -Mia apenas observava.

— E percebo que você também. Por favor me ajude  a me lembrar de onde nos vimos.

— Sinto muito, mas não o conheço. -Retrucou Mia

— Sei que conhece. -Olhando eu seus olhos

— É verdade, nos conhecemos -Disse criando coragem para contar-lhe.

— De onde?

Mia: Sou Mia, a menina negra que estudava na mesma escola que você, onde todos me tratavam mal, inclusive alguns professores. Sou aquela menina que todos faziam piadinha racistas, bullying, aquela que chorava todos os dias na escola, que pedia pra Deus pra que a levasse embora desse mundo porque não aguentava mais sofrer. Aquela que pedia socorro com os olhos e ninguém percebia, além de você , aquela que era motivo de piadas em muitas rodinhas de amigos. Eu me lembro de você Eduardo, na verdade nunca esqueci, porque você foi o único daquela escola que me olhava com outros olhos, embora a gente nunca tivéssemos conversado, você era o único que não fazia piadinhas comigo. Pelo contrário, você sempre me transmitia paz, mas dai do nada você foi embora, e minha vida naquela escola foi um verdadeiro inferno, antes eu tinha pelo menos você como refúgio, quando te via na escola, mesmo que por poucos minutos, era tranquilizador, porém, depois que você se foi, tudo ficou mais difícil, não tinha mais você pra me dar apoio, mesmo que você não soubesse você era meu alicerce ali. -As lágrimas escorriam eu seu rosto, e quando percebeu o que havia dito, colocou as duas mãos na boca com cara de espanto.

— Eu.. Eu nem sei o que dizer. -Boquiaberto.

Eu não devia... Não de via ter te cont... - Foi interrompida por Eduardo.

— Eu sabia que havia te visto, tinha certeza.

— Preciso trabalhar, com licença. - Disse Mia e foi se retirando.

— Tudo bem Mia, vou, mas eu volto pra te ver denovo.

Eu sabia, sabia que a conhecia de algum lugar, agora me lembro vagamente dela, de fato, ela sofria muito na escola, nunca a tratei mal de fato, hoje porém, vejo que agi mal, quando meus amigos a humilhava eu nunca a defendi, hoje vejo que fui egoísta. Eu sempre odiei esse tipo de atitude, mas nunca pedi para que parassem. Mas estou disposto a me redimir, não por pena, mas por atração pela mulher linda que se tornou

Quero rever aqueles olhos mais vezes, e quem sabe a chamar para sair.



CORES DO DESTINO (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora