CORES DO DESTINO (EM REVISÃO)

Capítulo 49

Alguns dias se passaram desde o falecimento de minha vó, confesso que não tenho sofrido, sei que soa estranho uma neta não sentir a perda de uma avó, mas convenhamos que ela não era nem um pouco fácil de lidar. Além do mais, depois de todo mal que ela me causou é impossível sentir sua falta. Sinto muita pena do final triste que ela levou, enterrada quase como indigente, afinal se não fosse senhor Miguel, Chris e eu, ela teria ficado só. 
Os vizinhos nem um veio se quer saber como foi sua morte, mas também não tiro a razão deles, já que minha vó sempre fez da vida deles um inferno também. Por fim, só eu a suportava.

Desde seu falecimento algumas coisas mudaram aqui em casa, fiz uma mudança geral aqui e doei tudo que não era necessário, fique somente com o básico, afinal eu nunca gostei de muito luxo. As vezes fico até preocupada de como será minha vida depois que me casar com Edu e ter que morar naquela mansão tão luxuosa, pois não sou acostumada com luxosidade, não gosto e nem acho necessário. Ele entretanto, diz que sou merecedora de tudo aquilo em recompensa de anos sofrido ao lado de minha avó. Mas eu descordo, não me acho merecedora de algo que não batalhei para ter, afinal tudo aquilo pertence a ele, foi ele quem trabalhou para adquirir tudo o que tem. Mesmo diante dos meus argumentos ele insisti em dizer que tudo que é dele será meu, afinal iremos nos casar.
Chris vem em minha casa praticamente todos os dias saber como estou, se preciso de algo, assim como Edu, ambos me "protegem" 24 horas, eles ficam preocupados comigo pois mesmo após eu ter denunciado Mirella e Rico, eu ainda continuo morando no mesmo lugar. No fundo eles sentem receio de que Rico me procure para terminar o que começou. Eu particularmente não acredito que ele volte aqui, afinal ele esta foragido.

Foi muito difícil denuncia-los, doeu muito relembrar tudo que passei nas mãos de Rico, foi horrível.
Os policiais conseguiram imagens da câmera de segurança onde mostra Rico entrando comigo completamente apagada dentro de um quarto, e isso foi suficiente para o mandado de prisão, entretanto, ele está foragido. A respeito de Mirella, eles me disseram que não há muito o que fazer, afinal, ele não participou ativamente do estupro e não há como provar sua participação, mesmo que Rico confirme sua participação algum dia, não será suficiente, eles previsão de provas, provas essas que mostrem Mirella compactuando com o crime.
E isso infelizmente não tem. Será minha palavra contra a dela.

Não desejo mal a nenhum deles, só desejo que paguem por tudo de ruim que fizeram a mim e a meu filho.

Nesse momento ouço batidas na porta, certamente deve ser Crhis, afinal ela passa aqui todos os dias. Edu não pode ser porque a essas hora está realizando os últimos retoques da sua grife. O desfile de moda já é final de semana e eu  serei a modelo, confesso que não vejo a hora.

— Finalmente abriu a porta, minhas mãos já estavam calejadas de tanto bater.

— Não seja exagerada Crhis. -Respondeu Mia entre sorrisos.

— E então? Como tem passado? Nada de estranho?

— Quer saber se Rico veio atrás de mim?

—Bom...

— Crhis, já disse, ele está foragido. Não acredito que ele tenha coragem de me procurar novamente sabendo que pode ser preso a qualquer momento.

— Mia, pela milésima vez. Venha morar comigo até que seu casamento com Edu saia, eu não confio em você aqui sozinha, desprotegida.