Cap 37

4.5K 542 47
                                    


     Melissa

Acordo com alguém batendo palmas na porta da minha casa, me levanto e vou ver quem é,  abro a porta e vejo um homem com um papel  e caneta na mão, me pergunta se sou Melissa Alcântara e eu digo que sim, ele diz que tem uma entrega pra mim e pede minha identidade, mostro pra ele que confere os dados, me pede pra assinar a folha e depois começa a descarregar umas caixas enormes, fico curiosa pra saber de quem é  e ele diz que foi Poly, ele começa a desembalar geladeira,fogão,monta uma cama de casal, um berço,guarda roupa, sofá e uma estante e ainda vejo uma caixa de  televisão...
Não acredito que Polyana comprou isso tudo,ligo pra ela no mesmo instante...

Eu_ alô, Polyana você está ficando maluca?

Poly_ Por quê amiga? Haaaa... já sei o seu presente de aniversário adiantado chegou?

Eu_ Presente de aniversário?? você decorou minha casa inteira, deve ter usado todas as suas economias, pode ligar pra loja e devolver...

Poly_  Não gastei todas as minhas econômias, esqueceu que minha família  tem dinheiro? 

Eu_ NÃO esqueci...como também não esqueci que seus pais não te dão mais dinheiro porque você saiu da faculdade de medicina...

Poly_ hahahaha como minha amiga tem boa memória,mas eles não são os únicos que têm dinheiro,meu avô depois que abriu minha clínica me deu uma reserva que nunca precisei usar e agora vi uma boa hora pra gastar um pouco desse dinheiro, há e não adianta reclamar que esses presentes não é só pra você é também do meu afilhadinho ou afilhadinha...

Me emociono com as palavras dela e digo:

Eu_ Só você amiga... muito obrigada!

Poly_  Para de chorar!  se não vou achar que você não gostou.

Eu_ É claro que gostei... E esse berço que coisa mais linda...

Polyana é a melhor amiga que eu poderia ter, está sempre ao meu lado me apoiando e dando força..

Poly_ Eu sabia que você ia gostar! não vejo a hora de ter um bebezinho chorão nele.

Eu_ Eu também amiga...

Depois de tudo montado os entregadores vão embora e eu fico lá contemplando a casinha que antes não tinha nada cheia de móveis...

No dia seguinte vou em busca de algum trabalho temporário e encontro um de secretária substituta em uma empresa de advocacia,saio da empresa feliz da vida pois vou conseguir juntar mais um dinheirinho pra quando estiver de resguardo, depois que meu meu brotinho nascer só vou poder ficar uns três meses com ele e depois tenho que procurar um trabalho pra nos sustentar, só de imaginar que vou ter que me separar dele e deixá-lo com alguém enquanto trabalho corta o meu coração...

Os dias passam correndo e estou gostando do meu novo emprego, ele me distrai da dor  e da saudade que sinto de Rodrigo.
Vejo Poly todas as vezes que tenho que ir ao Rio pra me consultar com a Dra.Valeska, minha mãe acha uma besteira eu ter que ir até Rio pra fazer pré-natal, mas eu só tenho confiança na Valeska pois ela me acompanha há anos... toda vez que piso naquela cidade entro em uma luta interna para não correr e me humilhar perante Rodrigo, em uma das minhas  consultas quanto estou no quarto mês de gestação  descubro que o meu brotinho é um menino,  chorei que nem uma condenada olhando pro ultrassom... Nem precisei pensar muito no nome pois já sabia que se fosse menino ia se chamar Benício, nome do pai de Rodrigo...

QUATRO MESES DEPOIS...

Minha barriga está enorme, estou com oito meses e meio e já não trabalho mais na empresa de advocacia, enquanto estou arrumando minha mala pra viajar pro Rio escuto meu celular tocar, vejo que é Poly e dou um sorriso, ela está mais ansiosa que eu pro Benício nascer...

Eu_ Oi amiga!

Poly_ Você não vai acreditar quem acabou de sair daqui de casa!

Eu_ Quem? fala logo!

Poly_ Rodrigo...

Quando escuto o nome do homem que amo, meu coração palpita e  uma lágrima rola de meus olhos, tenho um fio de esperança que ele tenha ido pra me perdoar e digo:

Eu_ E o que ele queria?

Poly_ Apenas te atormentar... eu disse que um dia ele vai se arrepender pelo que está fazendo com você.

Eu_ Eu confesso que ainda tinha um fiozinho de  esperança no nosso amor, e que ele enxergasse que jamais o trairia com o seu irmão... Mas pelos vistos ele já me esqueceu pois nunca me mandou uma mensagem em todos esses meses e ainda teve a coragem de ir aí só pra continuar me humilhando...

Poly_ Não fica assim amiga,homem quando acha que foi traído perde toda a noção da verdade... É... e eu  tenho outra coisa pra te falar... Eu quase contei que você estava grávida...

Eu_ O QUÊ??? NÃO ACREDITO!!!

Poly_ Calma que consegui disfarçar e ele nem percebeu...

Eu_ Ainda bem Polyana porque  se não eu mesma ia matar você com minhas próprias mãos...

Poly_ Mudando de assunto você chega aqui que hora?

Eu_ Vou chegar na rodoviária do Rio às  cinco da manhã e vou direto pro apartamento.

Poly_ Eu não vou dormir em casa hoje então quando você chegar aqui amanhã não vou estar presente, mas você tem a chave então não  vou me preocupar...

Eu_ Pode ficar tranquila que vou me sentir em casa...

Poly_ Palhaça, você sabe que este apartamento sempre será seu também... há e amanhã quero que me encontre no restaurante  Camaleone para almoçarmos juntas.

Eu_ Mas esse restaurante é muito caro!

Poly_ Temos que comemorar com estilo a quase chegada do Benício...

Eu_ hahahah só você... tá bom combinado te vejo lá amanhã ao meio dia.

Depois de me despedir de Poly e arrumar minha mala, tomo um banho e espero dar o horário pra eu ir pra rodoviária,chego lá e meu ônibus já está parado, guardo minha mala e entro no ônibus pedindo a Deus pra que ninguém sente do meu lado, porque com a barriga desse tamanho vai ser difícil viajar com alguém do lado, minhas orações são atendidas e viajo sozinha... Assim que chego no apartamento de Poly tomo um banho e me jogo na minha antiga cama,quando acordo já é onze da manhã me arrumo pra encontrar Poly no restaurante, coloco um vestido de grávida amarelo e um par de sapatilhas brancas,pego minha bolsa e chamo um taxi,assim que desço na frente do restaurante sinto um calafrio, acho estranho porque está com um sol escaldante... Entro no restaurante e paralizo quando vejo um homem familiar  de costas ele é  alto e loiro e está vestindo um terno feito a medida, engulo em seco quando ele se vira e o seu olhar se cruza ao meu, vejo a surpresa e o brilho em seu olhar... e quando ele dá um passo em minha direção, uma mulher linda que não tinha notado, segura o seu braço e o chama de amor...
  O meu mundo paralisa com aquela cena e no meu desespero pra não ver aquilo saio correndo do restaurante,  sinto uma pancada forte nas costas não sei de onde veio, começo a sentir umas fisgadas na barriga e  levo minhas mãos até ela,escuto a voz de Rodrigo  desesperada gritando o meu nome...
Tento me levantar mais não consigo todo o meu corpo doi... sinto Rodrigo levantar minha cabeça e com os olhos cheios de lágrimas grita desesperado por uma ambulância e com as forças que me restam digo:

Eu_ Eu não te traí, por favor acredita em mim...

Rodrigo _ Eu acredito, mas por favor não fala mais nada..

Eu_ Por favor!! eu imploro salva o nosso filho... não se importe comigo só com ele por favor!! sinto as lágrimas quentes dos olhos do meu amor cair em meu rosto, antes de mergulhar na escuridão digo que o amo...

QUANDO EU MENOS ESPERAVA...Onde histórias criam vida. Descubra agora