Já estava a um algum tempo dentro daquele banheiro. Ouvi a voz de algumas mulheres que haviam entrado, então resolvi esperar não queria ter que bancar a miss simpatia com ninguém naquele momento. Abri a porta quando tive certeza que elas já haviam saído do mesmo.
Segui para bancada das pias, e fitei meu reflexo no espelho. Respirei fundo e arrumei a postura, eu era Alicia Williams, nada nunca havia me abalado, e agora não seria diferente. Eu só...precisava esquecer minha consciência, por um longo tempo.
_Então veio se esconder aqui?- ouvi Débora falar, assim me viu ao adentrar o banheiro.
_Esta me seguindo!?- Questionei me virando para ela. Até que estava demorando para infeliz aparecer.
_De forma alguma querida- ela sorriu, cruzando os braços e se encostando na bancada próxima a mim- Só estava preocupada com minha norinha, vi que você saiu, toda apressada...
_Só precisava ficar um pouco sozinha... sogrinha- disse irônica, fechando a cara.
_Parecia que estava passando mal... Não vai me dizer que está enjoada!
_Não seja ridícula Débora!- a repreendi, ouvindo logo em seguida uma gargalhada dela.
_Ah é, me esqueci que você é uma inútil até para isso, né Alicia! Não consegue nem ter um filho- ela dizia cínica, ao me relembrar de meu "problema" para engravidar.
Sorri ao ouvir aquilo, pois na verdade eu que havia inventado essa história ao Eduardo. Eu não queria, e nunca quis ter um filho, mas sabia que Eduardo queria e muito. Com isso sabia que só o meu não, era insuficiente para para-lo, então mexi meus pauzinhos, e consegui um exame falso, dando veracidade ao que eu falava. Ele aceitou, e não voltou a tocar mais no assunto de filhos comigo. Mas sabia que sua família havia ficado a par desse meu "problema".
_E você Débora? Cadê seus filhos? Já faz tanto tempo que está com Gilberto e nada!- falei a confrontando- Mas sabe que é até bom... Seria um castigo para qualquer pessoa no mundo, ter você como mãe!
Débora para minha surpresa pareceu se incomodar com minhas palavras. Vi ela engolir seco e respirar fundo, isso durou apenas alguns segundos antes dela voltar a ser a mesma Débora infeliz que conhecemos. Logo vi, um sorriso falso surgiu em seu rosto e ela se aproximou de mim.
_Está certa de que quer entrar nessa briga comigo, Docinho?- ela disse tentando acariciar meu rosto, mas rapidamente segurei sua mão.
_Absoluta!- Respondi firme, segurando com mais força sua mão- Nada do que você faça, vai consegui me atingir Débora!- continuei, vendo seu sorriso sumir.
_Ah....Alicia!- ela começou a falar e vi seu semblante mudar- A vingança é um prato que se come frio! O pouco que quis, você foi incapaz de me dar... Então tudo que quiser, terei o prazer de tirar de você!
_Tente achar algo!- ri incrédula, era impressionante como algumas pessoas não conseguiam lidar com foras.
_Eu vou- ela puxou sua mão com força, se distanciando devagar- E vai ser aquilo que você mais deseja!
Após dizer aquilo, Débora saiu batendo a porta. Respirei fundo, relaxando meu corpo que estava até então, tensos por conta dela. Afastei de minha mente suas últimas palavras que de alguma forma, ficaram ecoando em minha mente, e voltei para o jantar.
***
*Geovanna*
Assim que o jantar acabou, suspirei aliviada. Mal via a hora de chegar em casa e finalmente descansar um pouco. Me sentei novamente nos bancos perto do bar e tirei meu saltos, nem me importei pois a maioria dos convidados já haviam ido embora, sobrando apenas os funcionários do buffet, que estavam organizando tudo para irmos.
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Má Sorte (Romance Lésbico)
RomanceGeovanna Platel, uma garota de 18 anos que vê sua vida mudar assim que conhece Alícia Williams. Uma mulher de 36 anos que é dona de uma empresa de contabilidade, onde a jovem trabalha temporariamente como faxineira. De uma chance para esse conto!✨ ...