Má Sorte (Romance Lésbico)

16*

*Geovanna*

A semana se passou praticamente se rastejando, eu comecei a entregar currículos na parte da manhã, e na parte da tarde eu ajudava a Neusa com os bolos e as entregas. Isso junto ao Matheus, que todo final de tarde vinha até minha casa e me ajudava a entregar as encomendas.

Matheus e eu estávamos em um impasse, porque eu queria apenas sua amizade e ele queria algo a mais. Tanto que na terça-feira, ele tentou me beijar novamente, e eu sei jeito para recusar, fui salva por terceiros.

Agradeci a Deus por conta de um carro que saiu acelerando, quase batendo em tudo. Chamando atenção de todos, tanto de Mateus que parou com a sua tentativa, quanto a minha que logo me afastei.

Depois daquele sufoco, eu decidi que seria a última vez que isso aconteceria. Então conversei com ele, disse que no momento não queria me envolver com ninguém; Que eu era muito nova, que eu queria focar em outras coisas como, arrumar um novo emprego, voltar a estudar, fazer uma faculdade, enfim. Enchi ele de obstáculos, mas nada apareceu desmotivado. Porém agora ele parecia respeitar mais meu espaço.

Agora, outra relação minha que estava em um impasse, era o emprego. Como eu disse, passei praticamente a semana inteira entregando currículos, e fui diretamente nas agências. Mas não existia nenhuma vaga para o meu perfil, era isso em todas as agências, o que era estranho.

Porque as vagas existiram e pediam experiência, a única experiência que eu tinha era era como faxineira, o que solicitado, eu era maior de idade o que também solicitado, e o último requisito era morar perto, o que eu também já fazia. Então parecia uma completa mentira tudo aquilo.

Mas não desisti, resolvi entregar nas lojas do centro, para ver se alguém pegava. Mas como sempre foi o mesmo tratamento, eu sempre chegava perguntando se estava contratando. E em 80% das lojas que fui a resposta era sim. Mas assim que elas olhavam meu currículo elas davam qualquer desculpa e me devolviam o currículo.

Acontecer isso, em uma ou duas lojas estava tranquilo. Mas acontecer em todas já era um pouco demais! Eu estava começando a achar que eu realmente era desqualificada para qualquer coisa.

*

_Talvez eu nunca arrumei um emprego! -pensei alto comigo mesma sentada no balcão de uma padaria famosa na cidade.

Estava tentando tomar um café e comer um pão de queijo, depois de vários não que levei, tudo que eu queria era voltar para casa.

_Falando sozinha?- Uma atendente me questionou, me tirando de meus pensamentos.

_Ah...-sorri sem jeito- Desculpa, eu estou meio aérea hoje! Sabe como é, dia difícil hoje!- disse me aproximando do balcão, por conta do barulho do ambiente.

_Difícil porque? Hoje o dia está tão bonito, como ele pode tá tão difícil?- A jovem falou me fazendo sorrir com seu jeito espontâneo.

_Em dias bonitos támbem acontece coisas ruim!- retruquei sorrindo.

_Ah eu duvido!- ela sorriu de forma sincera. Realmente parecia alguém sem bom humor.

_Ah...É que...Não consigo arrumar um emprego em lugar nenhum!- confessei suspirando fundo.

_É... Na crise em que a gente está, tá um pouco difícil mesmo! Mas isso é para todo mundo. Não desiste não, sempre tá pegando aqui no centro!- ela falou confiante, logo me analisando em seguida- Você tem experiência em no quê?- ela me questionou parando de trabalhar e prestando atenção em mim.

_Eu só trabalhei, como faxineira. E no momento tenho 18 anos e essa foi minha única experiência. Agora estou tentando arrumar alguma coisa nova, mas acho que é impossível!