Capítulo 1 - Sienna.

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Esta obra ficará disponível até 20/06, após, será retirada para revisão, deixando apenas alguns capítulos para degustação.
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Eu estava entediada. Mais do que isso na verdade. Fazia muito tempo que andava angustiada de um lado para o outro. Não tenho muita certeza do motivo, mas parecia que nada mais tinha graça. Não estou dizendo que estou em depressão e já tentei me matar, nem nada parecido! Mas sabe quando você acorda de manhã com o seu irritante despertador tocando, vai para a faculdade, trabalho, volta para casa e no outro dia acontece tudo de novo? Pois bem, era assim que minha vida estava: uma monotonia.

Mary, minha melhor amiga desde que trombamos acidentalmente nos corredores da faculdade, insiste que estou sofrendo com a falta de sexo. Ela é como um despertador irritante que me lembra a cada cinco minutos que estou na seca. É sério, ela pensa tanto sobre a minha "necessidade" que às vezes começo a desconfiar dela. Não é normal alguém se preocupar com as suas partes intimas mais do que você mesma.

Mas também não é como se eu não me preocupasse. Não, claro que não. Porém, não é como se eu pudesse fazer algo a respeito além de dedicar alguns minutos por noite, ao meu amiguinho movido à bateria.

Sim, é isso mesmo, e daí? Até parece que você nunca fez isso. Não é como se eu fosse uma ninfomaníaca de qualquer forma.

Já estava sem autoestima. Sei que deveria seguir com minha antiga rotina: corrida matinal, academia... Mas não encontro tempo. Muitas coisas em minha vida foram deixadas de lado, pois eu não encontrava tempo para elas. Deixei de fazer minhas atividades favoritas para que pudesse estudar para testes e terminar trabalhos atrasados em casa.

E por esse motivo Mary não parava de encher meu saco. Sendo minha amiga há dois anos, ela me conhecia bem. E não era só minha melhor amiga, ela era também minha colega de quarto. Sabe o que é dividir um apartamento com uma garota que não para de insistir em te arrumar uma foda?

Insuportável! Extremamente irritante! E a ironia é que metade das mulheres de todo o planeta sonham em ter uma amiga assim.

Podem ficar com a Mary, eu deixo.

– Ah, qual é, Sienna?! – exclamou Mary, quando eu permaneci sentada no sofá. Não liguei para ela e continuei comendo os donuts que eu havia comprado mais cedo. Já estava em meu pijama, uma horrível combinação de uma camisa – muito grande – de beisebol com uns shorts curtos com desenhos de pedaços de melancia nele.

Não me pergunte o porquê, mas eu adorava meu pijama.

Mary puxou a caixa de donuts das minhas mãos. Foi um enorme erro. Nunca, jamais, tire o donut de alguém. É pedir para morrer.

Levantei de um pulo e puxei a caixa, determinada em ter meus donuts de volta. Mary puxou, também, então estávamos fazendo um pequeno cabo de guerra com a caixa.

– Nem pense nisso! – gritou Mary, apertando suas mãos em volta da caixa. – Você vai sair hoje!

Puxei a caixa com mais força, e, porque Mary soltou, caí estabanada de bunda no chão coberta de donuts. Um pequeno grito saiu de minha garganta. Aquilo ia deixar um hematoma, com certeza. Não somente choraminguei pela dor em minha bunda, como também, pela perda de meus preciosos doces.

– Olha só pra você! – riu Mary. – Levante daí e vai se arrumar!

Sem pressa e com nenhuma vontade, deitei de costas no chão, pegando um donuts caído em minha barriga, comendo–o tranquilamente. Não queria fazer nada a não ser sentar naquele sofá, assistir a um bom filme e depois dormir. Isso seria uma perfeita noite de sexta, assim como tem sido por tempos.

Mary gritou exasperada. Pegando em meus tornozelos, ela me arrastou pelo apartamento. Enquanto eu esperneava e gritava para que parasse, não pude conter o riso. Mary também estava rindo em meio as suas tentativas de me guiar pelo apartamento até meu quarto.

– Está bem! Pare com isso! – gritei, por fim, querendo acabar com aquilo. – Eu vou!

Satisfeita, Mary largou meus pés, fazendo-os bater contra o piso, e limpou suas mãos, sorrindo triunfantemente. – Muito bem. Leve seu traseiro para o chuveiro e eu vou arrumar sua roupa!

Oh, que ótimo.

Rastejei até meu quarto e entrei no banheiro, não tendo a mínima pressa em começar o banho. Porém, sabia que era melhor começar de uma vez do que correr o risco de Mary invadir o banheiro e me dar banho ela mesma. Eu não duvidava de que ela fosse capaz disso.

Lavei meu cabelo, depilei-me... Tudo sem nenhuma pressa. Quando saí do banho, notei que Mary havia deixado às roupas em cima da cama. Suspirando, eu as vesti. Se fosse possível processar uma loja pela falta de pano no vestido, eu com certeza iria. O vestido preto ia até metade de minhas coxas, tomara que caia, em formato de coração. A saia não era tão justa como a parte de cima, mas também não era tão solta. Para completar, Mary havia escolhido um par de saltos altos. Eram pretos e muito bonitos. Pareciam ser aveludados, e eram tão altos, que eu tive medo de subir naquelas coisas.

Sequei meu cabelo e o deixei solto. Sempre me sinto mais confiante com o cabelo solto. É como se fosse uma camada que me protege. Só espero que essa camada seja espessa o suficiente para hoje.

Com a maquiagem pronta, encontrei Mary na nossa pequena cozinha. Ela estava linda. Seus cabelos pretos contrastavam com o vestido vermelho que usava tão curto quanto o meu. Às vezes, eu a invejava. Ela só não tinha um cabelo lindo e perfeito, sem um fio fora do lugar, como também tinha um belo corpo.

– Até que enfim! – disse assim que me viu. Abrindo um largo sorriso, ela veio ao meu encontro. – Você está linda! Agora, vamos à caça!

– Caça?

– Sim, bobinha, vamos caçar uma foda para você.

Intenso - Sinclar's Club (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora