Atenção: (Cenas picantes)
...
Só algum tempo depois foi que eu descobri toda a jogada da Paôla. Primeiro ela me deixou segura dela mesma, ou seja me passando a ideia de que ela não me representava nenhum tipo de ameaça ou perigo. Só depois certa do objetivo alcançado foi que ela começou a segunda parte do seu plano. A Paôla era estrategista, preparou todo um terreno esperando o momento certo de atacar, o momento em que eu ia baixar a guarda. Primeiro veio com com aquele papinho da dificuldade na matéria de física, depois com o joguinho de menina frágil e carente de amigas, e por fim a sedução. Foi quando ela me prendeu na sua teia. Sair do armário não era o que ela queria, o que ela queria era eu.
Percebi sua jogada no primeiro momento em que a desejei pela primeira vez, sim eu a desejei.
A Paôla foi me envolvendo de um jeito que chegou num ponto em que eu já sentia sua falta quando não estava por perto e ficava toda feliz quando ela chegava. Pegava em sua mão só para sentir seu toque e sentia ciúmes dela conversando com outra garota. Cheguei até a me imaginar com ela. Pois é, tava foda, perdi o controle. Entrei num mundo para resgata-la e acabei presa ao seu lado. E chegou o dia da cama.
Um dia estavamos na cama dela brincando de Lutinha medindo força uma com a outra. As vezes eu ficava por cima e as vezes ficava por baixo.
Aproveitavamos daquela brincadeira para permitir o contato, permitir o toque, nos permitir. Rola pra lá, rola pra cá e a lutinha foi tomando ares mais leves, suaves e envolventes, com mais olho no olho e claro mais desejo até que num determinado momento sentada em cima dela eu prendi seus braços a cima de sua cabeça. Ela lutava tentando escapar fingindo uma força que já não era quase nada e que foi diminuindo ainda mais. Em seguida percebi ela se fazendo render. Seus braços sessáram a força, seu corpo amoleceu, seus olhos brilharam insinuantes dando mais vida a discreta malícia dos lábios propositalmente úmidos para o pecado. Literalmente ela se entregou. Me deixou vencer e ela era o meu prêmio. Nossa, que prêmio! Como ela tava linda, ou melhor, gostosa pra car... Corpo semi-nú muito bem desenhado de uma mulher ainda com dezessete anos, sim, ela tava só de lingerie. Um sutiã branco combinando perfeitamente com a pele perfumada de bela morena clara me convidando para o amor, porém, marinheira de primeira viagem eu fiquei como aquele cachorrinho que não sabe o que fazer quando a bicicleta para. Exausta aproveitei para ficar um tempinho mais naquela posição para respirar. Disfarcei meu evidente desejo ajeitando o cabelo. Vi seus olhos entrando nos meus como que parecendo gritar - Me pega - e como eu a queria, só que eu só conseguia ir até ali. Estava no limite da minha linha tênue. Estava congelada. Sentia dentro do meu eu que aquilo não deveria estar acontecendo e não conseguia fazer nada. Disfarcei de novo me deixando jogar ao seu lado respirando ainda ofegante. Para mim acabava tudo alí. Era game over. Eu não podia Prosseguir com aquilo apesar de querer muito, ou seja, eu estava vivendo um dilema diante de um lindo banquete e ela percebeu. Foi quando senti seu movimento leve como o de uma gata sinuosa vindo para cima de mim. Agora eu estava na posição em que ela foi derrotada e era ela que iria vencer. O jogo virou, agora o banquete ... era eu.Seu rosto veio lentamente de encontro ao meu. Seu cabelo fez-se cortina de duas abas garantindo a privacidade ao contato suave das nossas peles. Senti seu cheiro. Um cheiro de fêmea desejando sexo. Um cheiro embriagante que permaneceu em minha memória por muito muito tempo. Fechei os olhos ao toque quase imperceptível dos seus lábios em minha testa. Lábios que percorreram quase imperceptíveis meu rosto em direção ao pescoço esbarrando propositalmente suave durante todo o demorado e instigante percurso. Beijou sublime a parte debaixo do meu queixo. Subiu em seguida na direção dos lábios sem ainda tocar. Ficou flutuando suave como que implorando por um sinal, um visto, uma permissão, mas agora eu estava ainda mais congelada. Seus lábios então aterrissaram nos meus realizando um muito discreto selinho seguido de outro e de outro e de outros até que enfim obteve resposta. Meu coração disparou no momento em que senti a maciez de sua boca. Curiosa abri meus olhos para ver sua expressão de sapeca acanhada. Uma cara de quem sabia que tava fazendo algo de que não podia mas que tava gostando de fazer, cara de quem tava fazendo arte.
Foi o meu primeiro beijo em outra garota, um simples selinho, mas que de inocente não tinha nada, pois sabia eu que aquele ato significava muito mais do que um simples beijo, significava a autorização que ela já estava quase tomando a força. Um sinal para ir mais a diante, quero dizer, mais para baixo._________
Completamente entregue ao calor do momento eu estava prestes a atingir um estágio onde nunca havia imaginado que seria com alguém do mesmo sexo.
Paôla sabia exatamente o que estava fazendo. Cada toque e a forma como eles deveriam ser realizados, cada jesto, passo e etapa.
Desceu agora com seus lábios muito tentadores em direção aos meus ansiosos seios ainda protegidos pela blusinha também branca de alça fina. Ficou flutuando acima deles como que me instigando ainda mais e funcionou. Eu queria muuuito aquela boca ali, mas...Infelizmente ou felizmente meu celular tocou. Uma chamada combinada com a Laís para quando o assunto fosse muito importante. Um toque diferente. Ao meu primeiro movimento Paôla pediu que eu deixasse tocar, só que eu tinha que atender. Expliquei rápido pra ela. Na moral véi, só uma coisa muito muito importante me tiraria dali:
- Onde você tá? - perguntou Laís.
- Tô na rua, fala aí. - dixavei.
- Na rua onde? Deixa pra lá. Você nem imagina o que eu acabei de ver nesse exato momento! - ela ia começar com aquela história de suspense de novo. Parecia até piada, eu no meu primeiro e melhor sexo da minha vida e a Laiz falando no meu ouvido.
- Fala logo Laís, tô ocupada.
- Adivinha quem acabou de chegar!
- Nem faço ideia...- já tava querendo desligar o celular na cara dela apesar de eu adorar a Laís, mas poxa, quem ia querer ficar de tititi numa hora como aquela? Só que havia uma pista naquela última frase dela, era uma palavra que nunca teve tanto valor na minha vida. - Pera aí... Chegar ?! Mentira!
- Isso mesmo, O TIOZINHO!!! ... - disse ela com voz de era a maior surpresa do ano - Caráca eu queria tá aí pra ver a sua cara. - Tiozinho, outra palavra e que veio para dar um start na minha cabeça, uma rota de fuga, uma mão me puxando de volta. Com aquela palavra a Laís conseguiu me salvar pela primeira vez na vida. TIOZINHO... Disparado muito mais que uma simples palavra, tiozinho era o MEU universo e como num passe de mágica meus pés fincaram nele de novo. Até aquele momento eu estava mergulhada no universo da Paôla e cara, vamo combinar, eu tava gostando e gostando de gostar. Estava amando tê-la do meu lado, em cima de mim, embaixo de mim, em minha volta. Felizmente pra mim teve uma ponta solta que a Paôla não teve tempo de amarrar. O que eu sentia por ela ainda não passava de um puta tesão, mas o meu sentimento pelo tiozinho estava num nível muito muito a cima disso.
Olhei para ela falando relativamente fácill a frase que ela torcia para que não saísse da minha boca:
- Preciso ir. - até hoje me lembro bem da cara dela de muito desesperada.
- Que?! - foi a última palavra dela naquela tarde antes de me ver sair correndo porta à fora. Na ãncia de rever o sonho meu eu nem olhei pra trás. Paôla ficou lá sentada naquela cama, naquele quarto onde eu tive a primeira e única experiência gay da minha vida.
Foi bom? Até onde foi, foi, mas esta foi uma página que eu precisei virar porque queria escrever TIOZINHO bem grande do outro lado, aliás agora eu não só precisava como necessitava mesmo.
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- Picante - No diário de uma AINDA adolescente
RomanceO tiozinho - No diário de uma AINDA adolescente. Ouça a estória dela contada por ela mesma antes de ouvir da boca dos outros e não se esqueça, todo mundo tem seus sonhos, desejos e principalmente todo mundo erra. Levemente picante