Fugindo pela janela

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Então... O meu quarto era na parte de cima da casa ca minha janela de frente pro quintal que dava pra rua. Eu já tava acostumada a fugir por ali andando por cima do telhado da varanda a muito tempo, só que pra Laís isso ainda era uma parada totalmente nova e pra piorar ela ainda tinha medo de altura.

- Vai ter que se por aqui. - disse pra ela.

- Tu tá doida que eu vou descer por aí... Mas nem pagando!

- Cara... É o único jeito! Ou tu encara a janela ou encara meu tio... Que qui vai se? bora pela janela véi! - passei a primeira perna pela janela, passei a segunda e me virei para a Laís  quando que ela falô decidida:

- Sãhmi... Não vai dá não! Por aí eu não vou mais nem matando! - Cara, a parada era o seguinte, ou a gente saía por alí ou ia ficá as duas na internet até dormi.

- Bora Laís! - ela cruzou os braços tipo empacada de um jeito que eu tive que apelar. - Cê vai sozinha?! - disse olhando nos olhos dela. Ela só podia i se eu fosse junto. Se a mãe dela descobrisse que ala não tava comigo dava ruim pra ela e ela tava doida pra ver o Thiago, então, três minutinhos depois já tava as duas em cima do telhado. Eu de costas pra parede de frente pra rua e a Laís de costas pra rua e de frente pra parede pra não olhá lá pra baixo.
É fod. véi, ela não olhava nem pra onde tava pisando de tanto que tremia de medo, que qui cê acha que ia acontecer?! É claro que deu merda! Pisou de mal jeito desequilibrou e saiu capotando telhado a baixo, oh mi God! Nunca me esqueci daquela cena. A Laís rolando tipo de cambalhota naquele telhado até bater lá embaixo é a imagem mais engraçada que eu tenho dela até hoje. Ela podia ter si arrebentado toda, mais a nossa sorte é que existe um anjo protetor das crianças, dos bêbados e das mulé desajeitada! Laís caiu em cima da cama elástica do Filipe. Um pouquinho mais pra cá ou pra lá ela istabacava ca cara no chão. Eu chamava a Laís quase sem som:
- Laís... Laís... - preocupada qui ela tinha quebrado a cabeça. Ela respondeu do mesmo jeito:
- Tô bem, tô bem... - O robi começou a latir e eu não podia gritar pra ele parar. De repente a cabeça do meu tio apareceu na minha janela bem do meu lado. Se olhasse pra direita ele me pagava no pulo. Fiquei igual uma estátua que nem respirava coladinha na parede torcendo pra ele não me vê e pra Laís não fazê barulho lá em baixo, mais ela viu a sombra dele projetada da luz do quarto bem alí na frente dela, virô istátua também.

Bem... Depois que passô a gente riu muito daquilo tudo, mais naquela hora eu queria matá a Laís, mesmo preocupada se ela tinha machucado.

Depois fiquei sabeno que naquela noite meu tio zéca olhava pela janela da sala a gente fugindo lá no portão enquanto dizia pra tia Beth:

- Alá Beth... Agora é duas mancano e eu não sei si fico aqui achano bem feito pra elas ou si vo lá e "mato" pelo menos uma! Uma só. Só umazinha já ia me deixá sastisfeito. - É lógico  que ele me colocô de castigo no oto dia né, mas fugir pelo telhado não foi nada diante do que ainda ia rolar. A noite estava apenas começando.

- Picante - No diário de uma AINDA adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora