Parte 7

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Tudo por mim
Parte 7
Chegamos em casa e eu fui fazer as minhas correrias, arrumar a casa e fazer a comida. Me sobrou só um pouco de dinheiro do que eu havia recebido, mas eu não me importava, queria mesmo era Fazer meus filhos felizes, pelo menos uma vez.
Adriano chegou como sempre bêbado e reclamando de tudo. Nada nunca tava bom pra ele.
- Não arrumou esse cabelo? Passou o dia todo fazendo o que?
- Calma, hoje ainda é quarta, nos só vamos sair no sabado
- Falei com a minha cunhada e ela vai ficar com as pestes
- Não fala assim Adriano, nossos filhos não são pestes.
- São pragas, que comem tudo que vem pela frente.
Eu nem retrucava , não pra ele ouvir mas na minha cabeça eu acabava com a raça dele.
- amanhã vou fazer horas extras, tá cheio de trabalho lá.
- Hum, que bom né ?
- Bom pra quem? Pra você né que vive nas minhas custas.
- Vivo porque você quer, já disse que dá muito bem pra eu arrumar um trabalho o Lucas já está grande e a Yasmin passa o dia todo na creche, nesse período eu posso arrumar um emprego, as crianças estão crescendo e perdendo roupas, sapatos eu também não tenho uma roupa legal...
- Tá reclamando????? - ele se levantou
- Não. Só estou falando que poderia te ajudar.
- Não preciso da sua ajuda. Se vc em casa, as coisas vivem essa zona imagina você trabalhando.
Fiquei quieta. Ele já tinha se alterado eu não estava a fim de rebater, porque eu sabia o que ia dar.
A casa estava sempre impecável eu que não entendia o que ele tanto reclamava.
Minha mãe me ligou aquele dia. Pediu que eu fosse vê-la, eu sentia vontade mas não tinha coragem. Mãe sempre entende, mãe vê as coisas, eu tinha vontade de chorar quando falava com ela, principalmente quando ela me perguntava se estava tudo bem. Eu tinha dois irmãos homens e eu fico aqui pensando o que eles fariam se soubessem o que Adriano fazia comigo. Mas e a coragem de falar? Não sei se era covardia da minha parte, mas, amor eu sei que já não era.
Ao contrario do que algumas pessoas pensam eu não gostava de apanhar, quem gosta?
Mas ele era pai dos meus filhos. E cada dia as ameaças dele se tornavam mais intensas. Eu tinha medo do que ele poderia fazer comigo com eles e até com meus pais e meus irmãos.
Não era fácil
Não era uma decisão fácil
Eu tenho vergonha
E medo
Muito medo

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