Tudo por mim

Parte 14

Tudo por mim
Parte 14
Dessa vez o Adriano estrapolou todos os limites, acordei com o rosto roxo e inchado, com meu celular tocando era meu irmão que não tinha vindo com meus pais.
- Lu...
- Oi
Silêncio e choro
- A mãe o pai e o Daniel...
- Misericórdia, me fala logo Denis o que aconteceu?
- Bateram o carro ontem quando estavam vindo da sua casa, e infelizmente... - ele começou a chorar - eles morreram
- Denis você não pode tá falando a verdade... Porque vc não me ligou antes, eu não tinha seu número novo...
Desliguei o telefone em desespero. Meus pais, meu irmão... Minha esperança...
Avisei o Adriano e ele me levou até lá, participei do velório e do enterro, meus pais se foram sem saber da minha dor e sofrimento, vieram somente pra se despedir de mim
- Luciana? O que é isso no seu rosto?
- Eu cai Denis...
- Você sabe que eu tenho estudado pra fazer intercâmbio e ele saiu esse mês.
- Mamãe me falou lá em casa.
- Ela te falou que tivemos um problema com o inventário da casa, e que eles estavam procurando uma casa de aluguel provisóriamente pra morar né?
- Ela me disse também.
- Eu vou viajar maninha vai ser bom pra mim, você está bem e encaminhada com seu marido e filhos, o advogado falou que assim que for resolvido a questão da casa entra em contato com um de nós.
Deixei meu irmão viajar em paz, que ele assim como meus pais pensem que a minha vida está boa. Não posso privar as pessoas de uma felicidade que eu não tinha.
Na volta pra casa silêncio no carro, Adriano não me disse sequer uma palavra de conforto. Meu coração despedaçado, eu não tinha mais nada do mundo além dos meus filhos.
Em casa meu luto sequer foi respeitado
- Eu tô com fome Luciana, vai ficar aí chorando até quando? Chorar vai trazer eles de volta? Então vai se consolar fazendo comida
Foi o que eu fiz. Ele voltou a trabalhar normalmente na terça. E a minha vida uma meleca como sempre. Vontade de sair correndo dali. Mas não sei pra onde. Se eu fosse sozinha? Mas e o Lucas e a Yasmin?
Trabalhando e ganhando o que a fábrica me paga não conseguiria tão cedo me erguer, agora que nem pra onde ir eu tinha.
Olhei pros meus filhos...
Mas era a minha única chance.