Nove

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Boa Tarde...

(Rs) perdi a hora de novo! Desculpem-me, mas para compensar, que tal...DOIS CAPÍTULOS!

Espero que gostem!

Bjks,

Ju.

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— A maior cidade perto é Corumbá, mas vamos pouco pra lá, porque o Zé Torquato está entregando as coisas aqui desde que a caminhonete quebrou, então...

Eu vou acompanhando a conversa da Rita enquanto nós duas separamos o feijão novo que Sueli irá preparar para o jantar. Tarefas domésticas como cozinhar nunca me atraíram muito, eu sempre preferi organizar ou limpar, nunca mexer em panelas. No entanto, o maior serviço da fazenda, eu percebi, é o preparo das refeições, pois Sueli faz a da casa e a dos peões.

Pelo que eu entendi, antes das cheias – geralmente no começo do ano – o gado é todo retirado para as partes mais altas da fazenda, e depois, quando ocorre o escoamento da água, que inunda tudo em volta, os peões vão trazendo os animais de volta. Este ano houve um aumento significativo da chuva, e a inundação durou bem mais do que o previsto, mas Rita me disse que no Pantanal nada é certo. Eles têm órgãos que ajudam a identificar os períodos de cheia, mas já houve inundações não esperadas e foram contabilizadas mais de 100 mil cabeças de gado perdidas em toda a área.

Agora, no período de estiagem, o terreno já está praticamente seco, a água está voltando para o leito dos rios, e o gado, para os currais e pastos.

Eu, claro, achei uma trabalheira terrível e questionei o motivo pelo qual não se deixam os animais já na parte alta, mas o que me responderam – Rita e Sueli – foi que a oferta de alimento, de pasto aqui da planície é melhor, além dos bebedouros naturais e da facilidade no manejo.

É realmente um enorme trabalho, mas eu percebi que eles amam o que fazem. É uma pena os negócios não estarem dando certo, pois é visível que eles enfrentam dificuldades financeiras. A casa precisa de reforma, o motor que gera a energia está velho e cheio de gambiarras, além dos piquetes, precisando ser renovados, telhados das construções com goteiras, e isso porque ainda nem conheci tudo.

Minha cabeça de economista e de mulher de negócios começou a maquinar possibilidades para uma melhora, mas, como eu não conheço todo o cenário e não irei me meter em assuntos tão delicados, acalmei-me e me dispus a ajudar na casa. Montei um pequeno cronograma de atividades a partir da hora em que irei acordar até a de dormir. Isso, claro, inclui atividades na casa, mas também coisas pessoais, como exercício, leitura e meditação.

Dois Destinos (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora