Nexo-...Forever Love

Capitulo X-Brincando de encontro

  Acho que qualquer um que conhece bem a história dessas irmãs deve estar se perguntando: A Miki ficou parada esse tempo todo? Por que ela não está acompanhando a Konata ou tentando ajudar a mãe? Por que ela está... Literalmente dançando sem parar?! Isso não vai levar a nada!

  Caríssimo leitor, peço que pesquem na memória os últimos capítulos do livro anterior, onde a pobre garota teve seu demonio interior, conhecido como Sangria, revelado. Dado o poder dessa entidade e falta de controle que Miki tem dela, apesar de ser extremamente amiga dela, obviamente deixa-la num trabalho cansativo e estressante como esse, principalmente tendo de lidar com pessoas que ela não gosta e que a provocam constantemente é igual a pedir para esse demonio fazer a festa! Então para a sanidade de ambos os lados, Miki fica em casa se focando em coisas que ela gosta de fazer pra tentar controlar a Sangria.

  Ora ela gravava alguma coisa para seu humilde canal de internet, ora tirava algumas fotos, ora andava de bicicleta, mas sua atividade favorita era, sem duvidas, o balé, ao qual ela se dedicava até a exaustão dado o quanto ela desejava ganhar o concurso da famosíssima bailarina Veronika Evanoff, que era uma belíssima besta cisne negro, com as asas ligadas aos antebraços, sendo fortemente admirada por seu balé inclusivo e perfeccionista.

  A rotina de Miki durante esses dias se tornou ter pesadelos junto de Sangria, acordar assustada e correndo para acompanhar suas irmãs até a estação, voltar pra casa e deixar sua área de dança pronta para ela e Dai treinarem, ensaiar até os pés sangrarem, se despedir do garoto e cair morta na cama só para ver seus sonhos virarem pesadelos. O que ela aprendeu nesse tempo? Bem... Muitas coisas.

  Primeiro, descobriu que se seu cabelo ficasse vermelho, Sangria assumia parcialmente o comando, e se sua pele ficasse coberta pela aura da mesma, ela ainda estaria no comando do corpo. Depois, que ficar sozinha no mesmo ambiente que seu paquera era estranhamente interessante, mas muito desconfortável, já que ela mal sabia com reagir às tentativas no mínimo atrapalhadas de Dai de fazer elogios a mesma, ainda mais quando sua mãe era capaz de ver e saber de tudo sem precisar mover um dedo. Falando na deusa, Miki acabou por saber que sua mãe estava na mesma situação que ela antes de qualquer uma das irmãs. Por que mesma situação? Porque ambas estavam limitadas a usar quase nada de sua magia, restritas aos limites da torre, enquanto os outros tentavam resolver os problemas sem elas, a fim de poupa-las de mais dor. Mas assim como a deusa, que estava farta de ficar parada enquanto o inimigo fazia a festa, a garota estava começando a achar os dias extremamente parecidos.

  Neste dia em especifico, tentando escapar da mesmice, ela não colocou o collant que costumava usar para treinar. Preferiu uma regata preta sem estampa (Que era de Ramén e que misteriosamente foi encontrada no armário de Miki naquela manhã) e uma saia rosa salmão que ia até seus tornozelos, sem suas enormes meias ou sapatilhas, apenas os pés tocando o chão.

  No rádio, a música "Chandelier" tocava em seu volume máximo, o que tornava impossível da menina escutar qualquer barulho do lado de fora da sala. Seu estilo de dança era delicado com o movimento de uma pétala de rosa, além de muito livre, parecendo uma linda bonequinha. Sem ninguém observando, ela conseguia se concentrar completamente na música e em seus passos, se sentindo totalmente guiada pela voz de Sia. Sussurrava entre os lábios o pré-refrão, dando um enorme salto e giros, se divertindo e se entregando de corpo e alma a letra da música.

I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier
I'm gonna live like tomorrow doesn't exist
Like it doesn't exist
I'm gonna fly like a bird through the night, feel my tears as they dry
I'm gonna swing from the chandelier, from the chandelier

  Tão livre. Tão feliz. Mexia-se no mesmo ritmo do tal candelabro e flutuava, tentando imitar um pássaro a voar. Sim! Aquele dia não seria igual aos outros... Pelo menos até a porta abrir.