Nexo-...Forever Love

Capitulo XX-Você pode sorrir agora

  Três jovens sentados no sofá. Todos estavam diante da onça líder, que os encarava com um rosto de irritação, batendo de leve as unhas no próprio braço. O coiote-corvo entrelaçava os dedos, a borboleta apenas olhava para os próprios pés e o gatinho batia as mãos nos joelhos, todos tensos.

  -Muito bem, quem quer falar primeiro? –Hilda encara os três sem a mínima piedade.

  Todos acabam se embolando com as palavras, tentando arranjar alguma desculpa descente, mas só conseguiam se dificultar ainda mais, o que fez Hilda perder a paciência e bater seu bastão no chão, dizendo:

  -Vocês não conseguem passar um dia sem desobedecer alguma coisa que eu peço?!

  Faulk e Kynoir coram de vergonha, enquanto Ight abaixa ainda mais a cabeça, sussurrando inúmeras desculpas. A líder acaba soltando um suspiro, levando a mão a testa.

  -Só não façam isso de novo, ok? O dia D está se aproximando e não estou disposta à perder nenhum guerreiro fora de batalha, entenderam? –Ela diz, se jogando na poltrona.

  -Então... Posso ir pra casa? –Kynoir se levanta de supetão.

  Hilda faz um sinal com a mão que indicava que o gatinho poderia ir. Ela estava estressada demais para ter que lidar com ele.

  -O-Ok... Vejo vocês amanhã, galera! –Kynoir sai correndo e num piscar de olhos já estava pulando de ponte em ponte da vila.

  Ight se levanta logo em seguida, toda tímida e recatada, se aproximando à passos lentos de Hilda.

  -Desculpe por te causar tantos problemas, senhorita Hilda. Estou indo embora agora. –A pequena faz uma curta reverência.

  -Espere Ight.

  A garotinha para na porta, um tanto confusa. A bela onça vai até ela e se abaixa para ficar na altura da pequena e lhe dá um abraço extremamente maternal que surpreende os dois jovens ali presentes. Ight teve certeza de escutar Hilda soluçar e sentiu as mãos dela acariciarem seu cabelo, mas ela não compreendia o porquê daquilo.

  -Você não precisa voltar pro orfanato essa noite. Pode dormir no meu quarto hoje. –Hilda lhe sussura com um tom confortante.

  Sem entender quase nada, Ight apenas sobe as escadas e vai para o quarto de Hilda descansar. Já tivera sua dose de adrenalina mais que suprimida aquela noite, fora que queria que o machucado em seu braço precisava de tempo para se curar.

  -Hilda... Você não vai contar pra ela? –questiona Faulk, um tanto preocupado.

  -Quero que seja especial pra ela. Quando eu resolver a papelada toda, vou contar tudo que ela precisa saber. –Hilda se senta ao lado do afilhado, respirando fundo pra não chorar.

  -Engraçado... Você gosta tanto de cuidar de crianças, mas nunca foi mãe ou se casou. Tem algum motivo pra isso? –questiona Faulk

  -Um trauma, se é que eu posso dizer que é isso. Mas isso eu guardo pra mim mesma e só contarei quando achar que devo. Mas tem algo que eu guardei por bastante tempo e eu quero compartilhar isso com você, Faulk. –Hilda agarra as mãos do afilhado com força.

  Faulk engole em seco, pensando ser algo extremamente sério e ruim, mas vendo o olhar estranhamente calmo de sua madrinha, ele conseguiu achar uma certa paz em seu pensamentos.

  Hilda tira do bolso da camiseta um pingente dourado com formato de flecha e duas alianças de prata, entregando-os nas mãos do garoto. Faulk não sabia ainda o porquê, mas tinha a impressão que havia visto aquelas coisas antes.