Parte II da Parte II

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Hilda estava de mãos vazias do lado de fora da vila. Seu olhar e postura eram inabaláveis e transmitiam imponência até de longe. Ela ouvia o barulhinho incomodativo do drone espião que rondava o local, sentia o estomago dando rodopios e mais rodopios dentro de seu corpo. As memórias passavam por sua cabeça como flashs de um relâmpago. Via sangue. Se via jogada no chão. Via corpos mortos a sua frente. Tudo de ruim que aconteceu na sua vida lhe voltou à mente só para lhe deixar mais tensa. Mas ela descarrega tudo num suspiro cansado, dizendo:

-Está acontecendo de novo... Mas dessa vez, farei um novo final.

No meio daquelas arvores douradas, uma parede de armaduras surgia a passos coordenados, marchando como zumbis desalmados. Logo atrás deles, uma horda de pessoas marchava e se atropelava por meio daquela imensidão de ouro em forma de folhas, sendo puxadas por uma aura vermelha como o mais puro rubi. A frente de todas aquelas formas de vida, estava a encarnação do próprio diabo. Estava horrivelmente lindo, com sua jaqueta imperial azul caneta, com roupas de puro algodão branco e botas de salto curto escuro, completando com uma maldita armadura prateada com safiras e um cavalo branco que parecia tão arrogante quanto o dono.

-Veio sozinha, senhorita Hilda? Se acha tanto a ponto de querer enfrentar um exercito sozinha? –O tom de Leuch era algo que beirava ao demoníaco de tão arrogante.

-Não, apenas quero ter algum tipo de diplomacia antes de cair nos meus instintos e atacar tudo que se move. –Hilda tinha os olhos semicerrados, imitando sem querer a expressão morta que a mão do garoto tinha em vida.

-Oh! Você quer diplomacia? Que coisa mais adorável! –Leuch abre um sorriso sádico, dando a liberdade de seus guardas de rirem.

-Escuta garoto, você realmente acha que a melhor solução é lutar até a morte e sacrificar seu povo para um deus que não liga pra sua existência? –Hilda estende a mão pra Leuch, o olhando fixamente –Existe maneiras melhores de resolver os problemas. E eles definitivamente não envolvem mortes de pessoas inocentes nem do meu, nem do seu povo. Confie em mim. Você não quer perder essas pessoas de jeito nenhum.

Leuch faz uma expressão de legitima surpresa com a ação de Hilda. Seus olhos pareciam recobrar o roxo original deles, enquanto ele analisava a situação com um estranho espanto. Ele faz sinal de que vai apertar a mão da mulher, mas um choque súbito o impede disso, como se sua mão estivesse em chamas. O vermelho retorna com força total à seus olhos, e nisso, ele dá um tapa fortíssimo no rosto de Hilda, lhe gritando:

-Você é uma tola se acha que isso vai funcionar! Mas isso é de se esperar, já que você é uma besta!

Hilda tinha uma fúria incontrolável nos olhos, mas sua classe a impedia de responder na mesma moeda. Suspirando tristemente, ela diz:

-Que pena. Eu ainda achava que poderia achar o seu lado bom. Igual meu sobrinho fez.

Ela pisa com força, quase quebrando o chão no processo. De lá, saiu uma enorme raiz de carvalho, que joga o príncipe e seu cavalo longe. Com a fúria de uma onça em meio a sua caçada, ela grita por sua deusa e grita por seu povo.

Num piscar de olhos, o que antes era um imenso baobá dourado desabou, mostrando que ele escondia uma linda vila atrás daquele tronco. Junto da vila, havia milhares de soldados mais do que prontos para defender sua casa ao sinal de sua líder.

O embate de exércitos começou. O barulho ensurdecedor de gritos desesperados e armas sendo usadas, além da própria algazarra de pessoas se pisoteando e se matando davam indícios disso. O drone espião transmitia em primeira mão as imagens grotescas que aconteciam naquele pequeno espaço de floresta para quem quisesse ver em seu celular, tablet ou TV. Era, obviamente, um drone de Konata, mas quem o controlava de uma distância segura era seu querido amigo Dylan, que assistia a aquele espetáculo de horror com o coração na garganta de tão sem palavras que estava.

Nexo-...Forever LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora