Capitulo XXI-Dia D parte I-Preparação

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O tempo acabou.

  Na madrugada de um dos primeiros dias de maio, o tempo da aposta dos irmãos acabou. Em sua sala, a Morte lia um livro de folhas amareladas e capa cor de vinho em sua sala de mármore puro. Era uma sala bem ampla e cheia de estantes, que por sua vez, estavam lotadas de livros e pergaminhos, além de ter um lustre de diamante branco no centro e uma lareira com fogo azul.

  Ela passava seus delicados dedos sob o velho papel do livro, reclinando em sua poltrona com a expressão de calmaria fria típica.

  -Morte... Está na hora... –Lumia entra na sala, o iluminando só de entrar.

  -Eu sei. A ampulheta terminou seu ciclo há algum tempo. –Morte aponta para uma pequena ampulheta encima de uma das estantes.

  -Você tem certeza... Que tá tudo bem? –Lumia se aproxima da amiga, fazendo borboletas de luz amarelada ao andar.

  Morte para de ler o livro, e encara Lumia com certa doçura. Mesmo por trás de uma enorme franja, o olhar da ceifadora-mãe era algo penetrante e capaz de calar até o mais orgulhoso rei ou fazer o mais honrado general largar suas armas e se reverenciar diante dela. Levantando, a mulher estende seus braços, oferecendo um abraço à deusa da vida.

  Lumia cai nos braços da Morte, sentindo-se segura ao estar com ela.

  -Queria que a Gaia estivesse aqui. Ela saberia o que fazer sem termos que... Fazer mais um massacre sem sentido. –A pequena deusa lamenta, chorando sob o peito da deusa da morte.

  -Ela é a própria encarnação da magia, Lumia. Com ela mesma já disse, ela sempre estará conosco. Do mesmo jeito, gostaria de vê-la em sua forma física. Quem sabe ela conseguisse impedir aquela atrocidade de acontecer, não é? –Morte acaricia aqueles cabelinhos dourados e curtinhos.

  -Ela ficaria de triste de ver que a maneira com a qual eles usaram a magia, sendo sincera. –Lumia tenta sorrir, apesar de tudo.

  -Com certeza... Enfim, chame por Aloih e peça para que ela e as ninfas estejam prontas para purificar a batalha quando ela terminar. Eu falarei com o Marcus e seus ceifadores para que preparem suas foices. –Morte pede com delicadeza.

  Lumia faz uma curta reverencia, saindo correndo para cumprir sua missão e espalhando borboletas douradas por todo o local. Morte suspira, criando muitíssimas mariposas por todo o local.

  -Me dê forças, Gaia. Seja lá onde sua estrela foi parar. –Ela pede, um tanto tristonha.

  Arrastando seu luxuoso vestido gótico, Morte desfilou com passos firmes por seu castelo de vidro, indo em direção à um lugar que ela carinhosamente chamou de "Fontes da dicotomia", que era onde ninfas e ceifadores se reuniam e descansavam de seu trabalho. Naquele momento, a maiorias dos ceifadores ali presentes estavam tensos, correndo para pegar suas foices e preparando seus portais, tendo poucas ninfas no recinto. Morte se dirige ao que parecia estar mais calmo ali, que era um rapaz muitíssimo alto de cabelos castanhos, que estava retirando seu casaco de frio azulado e pondo sua luxuosa túnica negra.

  -Que bom que não precisei pedir nada para você, Marcus. -Morte põe sua mão sob o ombro do ceifador.

  -Faço o que preciso fazer para manter o equilíbrio em seu nome, senhora dos mortos. Estou organizando o pessoal desde que os sinos dos templos começaram a tocar na madrugada. –Marcus faz uma reverencia a sua mestra.

  -Sua sapiência me encanta, ceifador das mil vozes. Tenho apenas um pedido a lhe fazer e espero que cumpra com excelência. –Morte abre um sorriso maternal.

Nexo-...Forever LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora