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9 de junho de 2018

Capítulo 18

TRINA COLOCOU A casa à venda algumas semanas depois de ela e papai ficarem noivos. Kristen é corretora de imóveis e disse que agora era a hora de vender, porque as pessoas gostam de comprar na primavera. Ela estava certa; um casal fez uma proposta na mesma semana, mais cedo do que qualquer um poderia ter imaginado. Papai e Trina achavam que a casa ia ficar à venda por pelo menos um mês, mas agora o pessoal da mudança está levando caixas e mais caixas para nossa casa, e tudo está acontecendo na velocidade da luz.

Nunca houve uma grande discussão sobre quem ia morar com quem; só pareceu certo que Trina viesse para cá. Primeiro, nossa casa é maior, mas também é mais fácil fazer a mudança de uma pessoa do que de quatro. Teoricamente. Para uma pessoa, Trina tem muita tralha. Muitas caixas de roupas e sapatos, os equipamentos de exercício, algumas peças de mobília, uma cabeceira enorme forrada de veludo que sei que provoca horrores no papai.

— Se fosse eu, não ia querer me mudar para a casa de outra mulher — diz Chris.

Ela está perto da janela do meu quarto, vendo Trina orientar os funcionários do caminhão de mudança. Chris passou na minha casa a caminho do trabalho para pegar um par de sapatos emprestado.

— Que outra mulher? — pergunto.

— Sua mãe! Eu sempre teria a sensação de que a casa ainda é dela. Que ela escolheu a mobília, o papel de parede…

— Na verdade, Margot e eu escolhemos boa parte. Eu escolhi o papel de parede da sala de jantar; ela escolheu a cor do banheiro do andar de cima. — Eu lembro que Margot, mamãe e eu nos sentamos no chão da sala com todos os catálogos de papel de parede e amostras de carpete e de cores de tinta. Ficamos a tarde toda examinando detalhadamente cada catálogo, com Margot e eu brigando sobre qual tom de azul era o certo para o banheiro que dividiríamos. Eu pensei em azul-turquesa, e Margot pensou em azul-celeste. Por fim, mamãe nos fez jogar pedra, papel e tesoura para decidir, e Margot ganhou. Eu fiquei emburrada até vencê-la na escolha do papel de parede.

— Só estou dizendo. Se eu fosse Trina, ia querer começar do zero — diz Chris.

— Bom, isso é meio impossível quando seu futuro marido tem três filhas.

— Você entendeu. Tão do zero quanto possível.

— Eles compraram uma cama nova, pelo menos. Chega amanhã.

Chris se anima com isso e se senta na minha cama.

— Eca, é bizarro pensar em seu pai fazendo sexo.

Eu dou um tapa na perna dela.

— Eu não penso nisso! Então, por favor, não toque no assunto.

Ela puxa os fiapos do short curto.

— Trina tem um corpo lindo.

— Eu estou falando sério, Chris!

— Só estou falando que mataria para ter um corpo daquele na idade dela.

— Ela não é tão velha.

— Mesmo assim. — Chris me olha com doçura. — Se eu abrir a janela, posso fumar aqui?

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