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9 de junho de 2018

Capítulo 26

NA CASA DE Steve Bledell, um monte de gente está na sala ao lado da cozinha fumando maconha e vendo futebol na enorme tevê de tela plana na parede. Lucas está aqui e, quando lhe conto as novidades, ele me pega no colo e me gira.

— Você também vai sair daqui!

— Bom, eu só vou para o estado vizinho, para a Carolina do Norte — falo, rindo. Sinto uma emoção inesperada ao dizer essas palavras em voz alta. — Não é tão longe.

— Mas é fora daqui. — Lucas me devolve ao chão e encosta as mãos nas minhas bochechas. — Vai ser muito bom para você, Lara Jean.

— Você acha?

— Tenho certeza.

Estou na cozinha pegando uma Coca quando Genevieve entra descalça, usando um moletom da Virginia Tech e segurando uma cerveja em um porta-latas também da Virginia Tech. Ela se balança um pouco antes de dizer:

— Eu soube que você entrou na UNC. Parabéns.

Eu espero o golpe, o comentário venenoso, mas ele não vem. Ela só fica ali parada, um pouco bêbada, mas ainda sóbria o bastante.

— Obrigada — falo. — Parabéns pela Virginia Tech. Sei que você sempre quis estudar lá. Sua mãe deve estar feliz.

— Está. Você soube que Chrissy vai para a Costa Rica? Aquela vaca sortuda. — Ela toma um gole da cerveja. — Chapel Hill é bem longe daqui, hein?

— Nem tanto. Só três horas — minto.

— Ah, boa sorte então. Espero que Peter continue tão fiel a você quanto é hoje. Mas, conhecendo ele, duvido muito. — Ela solta um arroto alto, e a expressão de surpresa e susto em seu rosto é tão engraçada que quase dou uma gargalhada. Por um segundo, parece que Genevieve também vai rir, mas ela se controla, faz cara feia e sai da cozinha.

Só tenho vislumbres de Peter ao longo da noite, conversando com as pessoas, tomando cerveja. Seu humor parece ter melhorado. Está sorrindo, com o rosto um pouco corado por conta da cerveja. Acho que nunca o vi beber tanto.

Perto da uma da manhã, ando pela casa à procura de Peter, e quando o encontro, ele está participando de um jogo envolvendo bebida na garagem de Steve. Todos estão rindo de alguma coisa que ele disse. Ele me vê no alto da escada e faz sinal para mim.

— Venha jogar com a gente, Covey — diz ele alto demais.

Meus pés ficam firmes no degrau.

— Não posso. Eu tenho que ir para casa.

O sorriso dele some.

— Tá, eu levo você.

— Não, tudo bem. Vou pegar uma carona ou chamar um Uber.

Eu me viro para ir embora, e Peter vai atrás de mim.

— Não faça isso. Eu levo você.

— Não, você está bêbado. — Tento não ser cruel, mas é a verdade.

Só pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora