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9 de junho de 2018

Capítulo 27

AGORA QUE DECIDI estudar na UNC, de repente preciso fazer várias coisas, e logo. Informo à William and Mary que não vou para lá; pago a taxa de matrícula da UNC. Conto a novidade para minha orientadora, a sra. Duvall, que fica feliz da vida. Ela diz que sou a única da nossa turma que vai para lá e que mal pode esperar para acrescentar a UNC à lista de faculdades para as quais os alunos passaram.

— Eu sabia que você iria me deixar orgulhosa — diz ela, assentindo. — Eu sabia.

Os capelos e as becas chegaram, e Peter e eu vamos ao ginásio buscar os nossos, com os convites para a formatura.

Nós nos sentamos nas arquibancadas para experimentar os capelos, e Peter inclina o meu e diz:

— Você ficou fofa.

Eu jogo um beijo para ele.

— Me deixe ver seus convites.

Quero ver o nome dele todo caprichado, com a caligrafia elaborada.

Ele me entrega a caixa, e eu a abro. Passo os dedos pelas letras em relevo. Peter Grant Kavinsky.

— Você pensou mais sobre se vai convidar ou não seu pai?

Peter olha ao redor para ver se tem alguém ouvindo antes de comentar em voz baixa:

— Por que você fica falando nisso?

Estico o braço e toco no capelo de Peter.

— Porque acho que, no fundo, você quer que ele esteja lá. No mínimo para ver tudo que você conseguiu e tudo que ele perdeu.

— Vou pensar — diz ele, e eu paro por aí. A decisão é de Peter.

* * *

A caminho de casa, Peter me pergunta:

— Quer ver um filme hoje?

— Não posso. Kristen, a amiga de Trina, vai lá em casa para acertarmos os últimos detalhes da despedida de solteira.

Ele me olha com malícia.

— Vocês vão para um clube de strip?

— Não! Eca. Eu nunca ia querer ver uma coisa dessas.

— Ver o quê?

— Um bando de músculos besuntados de óleo. — Eu tremo. — Fico feliz de você não ser todo musculoso.

Peter franze a testa.

— Ei, eu sou forte.

Eu aperto o bíceps dele e ele automaticamente o flexiona debaixo dos meus dedos.

— Você é lindo e magro, sem ser muito musculoso.

— Você sabe mesmo fazer um cara se sentir másculo, Covey — diz ele, e entra na minha rua.

Eu me sinto um pouco mal, porque agora lembro que ele disse que não estava tão em forma quanto os outros caras do time de lacrosse da UVA.

— Eu gosto de você como você é — acrescento, e ele ri, então não pode estar tão magoado.

Só pra mim.Onde histórias criam vida. Descubra agora