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9 de junho de 2018

Capítulo 34

NA MANHÃ SEGUINTE, acordo sem ter certeza se Peter e eu estamos brigados. Na noite anterior, pareceu uma briga, só que não sei se ele está com raiva de mim ou se eu estou com raiva dele. É um sentimento perturbador.

Não quero ficar com raiva dele. Viajo para a Coreia no primeiro dia de julho. Nós não temos tempo para ter brigas bobas por causa de cenouras e John Ambrose McClaren. Cada segundo que temos juntos é precioso.

Decido fazer rabanada como uma oferta de paz. A comida favorita dele de café da manhã, além de donuts, é rabanada. Na cozinha, encontro um pote de açúcar no armário, leite, meio pão e alguns ovos, mas não tem canela. A canela é fundamental.

Pego a chave do carro de Pammy e vou até o mercadinho perto da casa, onde compro um potinho de canela, manteiga, uma dúzia de ovos e um pão branco fresco, porque concluo que posso muito bem fazer rabanada para todos na casa de Peter. No último segundo, compro algumas cenouras.

Todo mundo na casa dele ainda está dormindo, e o lugar está ainda pior do que na noite anterior. Tem garrafas de cerveja para todo lado, sacos vazios de salgadinho no chão, sungas secando na mobília. Tem pratos sujos empilhados na pia, e tenho que lavar uma tigela e uma espátula cobertos de ovo velho para poder começar a cozinhar.

Como o pão está fresco, as primeiras fatias se desintegram na mistura de ovo, mas pego o jeito na terceira e mergulho o pão só alguns segundos antes de jogar na frigideira.

Os garotos começam a descer, e vou fritando mais rabanadas. Cada vez que a pilha diminui, faço mais. Peter é o último a descer, e quando ofereço uma, bem crocante e deliciosa, ele balança a cabeça e diz que não pode aceitar por causa da dieta. Ele não olha nos meus olhos ao falar. Só não quer comer uma coisa que eu fiz.

Depois do café da manhã, eu vou embora, e novamente Peter não tenta me impedir. Dirijo para casa e acordo Chris, que ainda está com a roupa da noite anterior.

— Deixei uma rabanada para você lá embaixo.

Eu levei para ela a rabanada que tinha guardado para Peter.

* * *

Há um jantar marcado para aquela noite, em uma casa a algumas ruas da nossa. O pessoal da nossa casa leva potes de salada de batata amarelo-néon e todos os coolers de vinho que sobraram. Como é a última noite, estamos esvaziando a geladeira.

No deque, acabo batendo papo com Kaila e Emily Nussbaum, uma das amigas de Genevieve. Quase não vi Genevieve a semana toda, porque ela foi com os amigos da igreja, e na casa dela há uma mistura de gente de outras escolas.

— Então, você e Kavinsky vão continuar namorando? — pergunta Emily.

Neste segundo? Não faço ideia, pois nós mal trocamos duas palavras a noite toda. Claro que não respondo isso. O que eu disser para Emily vai chegar aos ouvidos de Genevieve. Gen pode ter seguido em frente, mas ainda sentiria prazer se Peter e eu brigássemos.

— Sim, nós vamos ficar juntos. A UNC e a UVA não são tão longe assim uma da outra.

Kaila toma um gole da mistura de rum e Coca diet pelo canudo e me olha de soslaio.

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