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9 de junho de 2018

Capítulo 35

QUANDO ARRUMAMOS AS coisas no carro pela manhã, fico achando que Peter pode aparecer para me levar para casa, mas ele não aparece, e eu também não o procuro. Volto para a Virgínia com as garotas.

Só tenho notícias de Peter no dia seguinte. Recebo uma mensagem que diz: Desculpa pela outra noite. Fui um babaca. Vamos dar um jeito, eu prometo. Tenho que resolver umas coisas para a minha mãe, mas posso ver você mais tarde?

Eu respondo:

Pode.

Ele responde:

Desculpa mesmo. Eu te amo.

Estou começando a responder Eu também te amo quando meu celular toca. É o número da casa de Peter, e atendo com ansiedade.

— Eu também te amo — digo.

Há um silêncio constrangido do outro lado da linha e uma risadinha para disfarçar.

— Oi, Lara Jean. É a mãe do Peter.

Estou morrendo de vergonha.

— Ah! Oi, sra. Kavinsky.

Ela quer que eu vá até lá para conversar. Diz que Peter não está em casa, que seremos só nós duas. Ela deve ter mandado que ele saísse para resolver algumas coisas para me chamar lá. O que posso fazer além de ir?

Coloco um vestido amarelo e passo batom, penteio o cabelo e dirijo até a casa de Peter. Ela atende a porta com um sorriso no rosto. Está usando uma blusa de algodão bem fino e uma bermuda.

— Entre — diz ela.

Eu a sigo até a cozinha.

— Lara Jean, quer beber alguma coisa? Chá gelado?

— Quero — respondo, sentando-me em um banco.

A mãe de Peter serve um copo de chá gelado de uma jarra de plástico. Ela me oferece o copo e diz:

— Obrigada por vir me visitar, só nós, as garotas. Tem uma coisa que quero conversar com você.

— Sem problema. — Minha pele está formigando.

Ela segura minhas mãos. As mãos dela estão frias e secas; as minhas parecem grudentas de repente.

— Peter está passando por muita coisa e tem se esforçado bastante. Tenho certeza de que você sabe como foi decepcionante para ele quando o pai não apareceu na formatura. — Os olhos dela observam os meus, e eu assinto. — Ele finge que não liga, mas sei que está sofrendo por dentro. Voltou da Semana na Praia falando em pedir transferência para a UNC antes do segundo ano. Você sabia disso?

Sinto todo o sangue subir para o meu rosto.

— Não, eu não sabia. Ele… ele não me falou nada.

Ela assente, como se já desconfiasse.

— Se ele pedir transferência, não vai poder jogar por um ano. Isso quer dizer que ele não vai conseguir manter a bolsa de atleta. As faculdades fora do estado são muito caras, como tenho certeza de que você já sabe.

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