Capítulo 2 - ponto final

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Valentina's pov

1 semana depois

Checo meu celular uma e outra vez na esperança de ter alguma resposta do meu namorado, o que é frustrante e patético, já que estávamos distantes faz algum tempo e que três dias atrás ele me disse que precisávamos conversar então ele não deveria sumir assim, ainda assim a lembrança do beijo do ensaio geral é tão viva na minha mente quanto o sabor e o cheiro do mexicano eram vivos no meu coração.

Faço uma nota mental que preciso tirar isso da cabeça mas acabo me perguntando até que ponto aquilo era apenas atuação. Com beijos como aquele tudo se tornava mais difícil de distinguir, não importa quão bom ator você seja, ninguém bloqueia os sebtimentos de tal forma. Minha mente consegue ser bem insistente e iludida quando quer.

Perdida nos meus pensamentos eu levo um tempo pra perceber que meu celular estava tocando e sinto um arrepio ao checar o nome na tela. "Mi amor ❤". Ele finalmente se dignou a aparecer o que me fez questionar se isso era bom ou ruim. A dúvida matava mais que a resposta então atendi de uma vez o telefone.

- Oi, meu amor. Tudo bem? Por que demorou tanto pra responder? Estava preocupada. - Tento parecer o mais tranquila que consigo, surtar com namorados não fazia meu estilo e de verdade eu não estava a fim de discutir naquele dia.

- Oi, valu. Me desculpa de verdade, é que eu precisava pensar um pouco sozinho então me distanciei um pouco. Podemos conversar pessoalmente? Eu realmente queria fazer isso antes da turnê começar e tudo ser uma loucura pra você. - Um arrepio percorreu todo meu corpo e eu definitivamente não sabia o que pensar mas decido não sofrer por antecipação e aguardar o que quer que me esperava nesse encontro.

- Tudo bem, sweety. Vou até a sua casa então? - digo ainda mantendo o ar de serenidade, ser atriz pode ser bem oportuno em alguns momentos.

- Pode ser, te espero aqui linda. Até mais.

- Um beijo. - desligo o telefone e fico olhando pro nada durante alguns minutos pensando que o que quer que me espere naquele apartamento pode mudar bastante as coisas. Acho que no fundo todos nós temos aquela sensação de que as coisas vão ficar complicadas e às vezes - ou na maioria das vezes - temos razão.

Levanto de uma vez da cama, abro o guarda roupa e escolho a primeira roupa que vejo, uma camiseta preta, uma calça jeans escura um tanto quanto surrada e sapatilhas pretas. Agarro a jaqueta em cima do sofá e procuro pela chave do carro, mas não a encontro em lugar nenhum o que me faz questionar se eu realmente deveria sair de casa. Numa última tentativa eu encontro as chaves no bolso da jaqueta que eu estava segurando, o que me faz rir do quanto sou atrapalhada por um momento e então eu deixo o apartamento.

Entro no elevador e a única memória que vem a minha mente é o ensaio, aquilo realmente tinha ficado preso na minha mente e eu nem sequer conseguia explicar a razão. No momento que o elevador chega à garagem eu me desperto dos meus sonhos e a realidade me corta por dentro.

Alcanço meu carro, abro a porta, entro e jogo a carteira no banco do passageiro. Ligo o carro e saio em direção ao que tanto me assusta. O trajeto até o apartamento de Marcos não é tão longo então eu apenas me concentro em não causar nenhum acidente.

Chego ao prédio, me identifico sem muita dificuldade já que frequentava bastante aquele prédio e subo até o andar onde ficava o apartamento dele. Cada passo que dou em direção a ele meu coração se sente mais apertado mas decido enfrentar de vez o que está por vir.

Bato na porta e não demora muito pra que ele atenda. Me convida a entrar e me dá um beijo casto e um tanto seco e tenta estampar o melhor sorriso de mentira que tem. Marcos não era ator e conseguia ser um péssimo mentiroso em algumas ocasiões, o que só confirma algumas desconfianças que tinha. Ele então me convida a sentar e pergunta se quero beber alguma coisa o que eu nego, o que quer que fosse acontecer preferia que fosse de uma só vez.

- Então, disse que precisávamos conversar... sobre o que seria essa conversa? - tento ser o mais direta, ele sabe que sou assim e que não gosto de rodeios.

- Olha, eu realmente espero que me entenda e que não me odeie por isso, mas eu realmente não posso seguir com esse relacionamento.

- Como assim? você realmente está terminando comigo tão perto da minha estreia? Algo que é tão importante pra mim? - falo isso ainda sem pensar e sem acreditar que de verdade aquilo está acontecendo.

- Eu não queria que fosse assim mas eu achei melhor que isso fosse agora assim você poderia se concentrar mais no seu trabalho.

- E você espera mesmo que eu acredite que é só por isso que está terminando comigo? Por favor, Marcos, eu sou mais inteligente que isso - falo num tom um pouco sarcástico, mas já não sei mais como reagir e sinto que a qualquer momento as lágrimas vão surgir.

- Eu realmente não vou conseguir lidar com outra turnê nessa fase do nosso relacionamento, tá? Pensei que conseguiria, mas não dá.

- E como você espera que eu me sinta quando você sempre termina comigo em um momento importante pra minha carreira? Eu pensei que dessa vez seria diferente e poderíamos chegar a outro nível, mas a verdade é que você pensa apenas em si mesmo - as lágrimas começam a surgir e a verdade é que tento segurá-las pois não quero que ele me veja chorar.

- Não é bem assim, você sabe que eu sempre te apoiei na sua carreira mesmo não compartilhando dos mesmos sonhos.

- Se você realmente me apoiasse não estaria terminando comigo assim como fez da primeira vez que eu tive algum projeto realmente relevante, me diz a verdade Marcos, por que está fazendo isso?

- Eu não vou conseguir te ter longe por tanto tempo e não acho que meus sentimentos sejam tão fortes quanto eu achava que eram pra sobreviver a algo assim.

- Quer saber? Vai lá! faça o que você faz de melhor, fuja... eu cansei de esperar por você. Cansei de esperar que você me entenda da mesma forma que eu te endendo com aquela maldita boate... - evitei ao máximo tocar nesse assunto mas estava tão magoada que não consegui. - Estou CAN SA DA! Esperar por você é como esperar neve no verão, inútil e decepcionante!

Saio de lá sem deixar que ele me diga mais nada pois não quero ouvir qualquer coisa que ele tenha pra me dizer. Entro no carro e começo a dirigir sem direção, vários pensamentos passam pela minha cabeça enquanto eu soluço e sinto as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

Decido que apenas um lugar me faria bem naquele momento e sem pensar muito pego o celular e busco nos contatos a única pessoa que quero comigo naquele momento. Olho pra tela e reluto um pouco em ligar, mas tomo coragem e escuto os sons da chamada sendo realizada. Alguém com a voz rouca atende e então eu finalmente falo.

- Alô, Mike? Preciso de você...

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Bom dia,
esse capítulo me deu um pouco de trabalho porque não tinha certeza se queria que isso acontecesse agora. Mas não pensem que a história está indo rápido demais pois quero seguir um caminho bem diferente nessa história. Espero que gostem e que dêem a opinião de vocês.
Com amor, Viv.

Wherever You Are (Michaentina)Where stories live. Discover now