Capítulo 11 - Tudo vem com um preço

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Michael

Todo mundo passa por um momento na vida onde se arrepende profundamente dos últimos minutos e tudo o que queria era ser capaz de voltar no tempo de consertar aquele milésimo de segundo que te fez tomar aquela decisão ou agir por impulso. Esse definitivamente era o meu.

Cada parcela minha sabia que a partir daquele momento não tinha mais volta e enquanto eu estou submerso nesses pensamentos eu me pergunto, se eu desperdiçar minha chance, é assim que todos vão se lembrar de mim? Alguém me ensine a dizer adeus.

Os olhares de reprovação de todos, exceto do Rugge estão sobre mim e ele me diz com o olhar dele que é melhor eu me retirar e ficar sozinho naquele momento e eu sei que ele está certo. Em cada olho eu vejo um quadro pintado onde estão projetados os meus erros. Agora eu sou o vilão da sua história e eu era jovem e cego demais pra perceber isso antes.

O ódio não discrimina entre santos e pecadores, ele toma tudo o que encontra brecha e nós continuamos sangrando e sentindo ainda assim. Eu sobrevivi ao pior mas eu pago por isso. E se há uma razão pela qual eu deva enfrentar tudo e todos então eu vou esperar. 

Nesse momento os meus pensamentos são interrompidos pela imagem de um Jorge completamente irreconhecível na minha frente, ele olha pra mim com tristeza e apenas diz:

- Você foi um idiota e espero que tenha noção disso...

Eu os perdi pra sempre?

2 semanas antes

A rotina de shows era completamente esgotadora mas ao mesmo tempo maravilhosa. Tínhamos a oportunidade de conhecer muitos fãs, realizar seus sonhos e sentir tantos abraços lindos e calorosos. Entretanto, a loucura em que nos encontrávamos fazia com que eu falhasse em simplesmente todas as minhas tentativas de conversar com a Anita.

Durante vários dias eu tentei dizer as coisas como elas são mas sempre acontecia algo que me impedia. Na primeira vez, ela estava com muita saudade da família e um pouco triste e chorosa então eu simplesmente a abracei e fiquei com ela até tudo passar, eu não era um monstro insensível e aquele não era o momento.

Na segunda vez,  eu a chamei pra conversar mas a Lou e a Male chegaram dizendo ter uma super fofoca pra contar e ela não conseguiu resistir. Acho que as meninas ainda nos interromperam umas sete outras vezes e eu já estava quase pedindo uma ordem de restrição pra que elas se mantivessem longe por tipo, uns 3 dias, seria totalmente justo.

Eu e a pede concordamos em manter uma distância tranquila pra que eu pudesse dar esse passo e o único momento onde éramos livres pra sentir tudo o que sentíamos era no palco, então eu aproveitava a oportunidade para tornar cada cena única e cada beijo um pedaço do paraíso pra nós, mas aquilo já estava ficando difícil, nós realmente precisávamos um do outro e da maneira certa. Não íamos fazer nada que fosse magoar a ninguém mas também não íamos nos magoar e pra isso era necessário que eu encontrasse esse momento só que um momento perfeito nunca existiria, eu precisava ser justo com todos nós e seria em breve.

Escuto uma batida na porta do meu quarto e eu conhecia essa batida. Só o Rugge tinha idade mental suficiente pra bater na porta daquele jeito, mas brincadeiras a parte se tornou um código entre nós. Rugge era um ótimo amigo e nos aproximamos muito com o meu distanciamento do Jorge o que constantemente me deixava triste mas a presença do italiano na minha vida me fazia muito bem e eu amava receber os conselhos dele. Pra alguma coisa a criatura tinha que servir. 

Me dirijo até a porta antes que ele mofe de tanto esperar.

- Oi, cara! - batemos as mãos - Entra aí, eu precisava mesmo falar com você.

- E aí? Quando você vai falar a verdade pra Ana? - diz ele sentando na cama. - É muito esgotador saber de toda a verdade e não poder fazer nada. Eu sou amigo da Ana também e toda vez que ela chega toda minha capacidade de atuação vai embora e eu fico com cara de paisagem. Da última vez eu falei com ela sobre pizza pra disfarçar, acho que ela acreditou mas prefiro não arriscar.

- Ainda não consegui, toda vez que eu tento algo acontece ou alguém interrompe e eu simplesmente travo.

- Tem certeza que você não está com medo? Digo, de fazer tudo errado e da reação dela.

- Eu não vou negar que sim, eu tenho medo, mas eu só estou procurando a melhor forma e a melhor hora pra dizer, acima de tudo a Anita sempre foi minha amiga e eu não queria perder mais nada. Eu já perdi demais nesse nosso relacionamento.

- Mike, você nunca vai achar o momento certo porque o momento certo é agora. Quanto mais você demorar, mais você vai fazer com que a ferida se torne maior e maior. Já conversamos sobre isso antes e eu entendo os seus medos mas fica chato falarmos sobre isso e todas as vezes você ter as mesmas desculpas. É hora de agir e correr atrás do que você quer. Você vai fazer isso ou vai ser preciso trazer a sua mãe lá do México pra colocar juízo na sua cabeça? - diz ele soltando uma gargalhada leve ao falar sobre a minha mãe e eu sorrio junto ao imaginar o que ela seria capaz de fazer pra eu ter uma atitude.

- Eu vou fazer isso, eu prometo... mas não posso garantir nada essa semana já que é o aniversário de um dos sobrinhos dela e eu a estou ajudando  com a surpresa pra ele. - digo com um olhar pedindo clemência a ele.

- Mike...

- Qual é, você não pode tirar isso da pobre criança!

- Só acelera isso seu doido ou então você estará casado e com dois filhos e ainda não vai ter criado coragem pra dizer.

- Espero que isso tudo valha a pena, quer dizer, sei que tentar novamente com a Valu vai valer mas digo pelas pessoas que podemos magoar.

- Tudo vem com um preço Mike. As coisas que mais nos tornam felizes compensam tudo isso, você vai ver. Vai ficar pra semana que vem então?

- Sim, semana que vem sem falta, não acho que algo possa impedir dessa vez...

Bloco de Notas

> Próxima quarta: IMPORTANTE!!!

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Notas finais

Agora as coisas vão se complicar um pouco mas não percam a esperança, a tempestade logo vai passar, ou não... hahahaha 

Com amor, Viv.

Wherever You Are (Michaentina)Where stories live. Discover now