Nove da manhã e recebo uma chamada do Dylan a dizer que achava melhor assumir pois não queria viver uma mentira e mostrar a toda a gente que me amava principalmente aos nossos pais. Bem eu não sei se o devíamos fazer mas se era realmente o que ele queria porque não? Eu acho é que a minha mãe não vai gostar de saber que eu sou gay, que dizer, contar-lhe do nada? Mas sim mais vale assumir logo de uma vez do que estar a viver uma vida de fachada. Mas pronto, talvez mais tarde, agora é hora de me vestir. Depois de tomar um banho vesti uma camisola preta com uma cruz branca desenhada, umas skinny jeans cinzentas e umas creepers pretas. Desci as escadas para ir ter com o Dylan e lá estava ele mesmo à minha porta.
Dylan: Louis, pensaste no que eu te disse?
Eu: Pensei.
Dylan: E então?
Eu: Por mim não há qualquer problema.
Dylan: Ok, sendo assim hoje à tarde eu conto aos meus pais e tu à tua mãe.
Eu: Achas que eles vão reagir bem?
Dylan: Não, e tu?
Eu: Acho que a minha mãe sempre o soube,
Dylan: Então pronto, hoje à noite vemos como foi, ok?
Eu: Sim.
Eram já umas duas da tarde e eu já tinha almoçado, pensando ainda no contar à minha mãe. Será que ela iria reagir mesmo bem? Eu espero que sim. Eu não tenho medo da reacção dela mas sim dos pais do Dylan. O Dylan contou-me que não tem uma relação muito boa com o pai e que só não andam à pancada porque ainda há algum respeito. Então pronto, não tenho nada a perder. Vamos lá ver como é que a minha mãe vai reagir e depois, logo à noite, ver como é que os pais do Dylan reagiram.
Eu: Mãe, tenho que falar contigo.
Mãe: Diz.
Eu: Mãe, é um assunto sério.
Mãe: Estás a deixar-me preocupada assim. Voltaram a bater-te?
Eu: Não, é estranho falar sobre isto contigo.
Mãe: Conta.
Eu: Mãe eu...
Mãe: Tu...
Eu: Eu sou gay!
Mãe: Eu sei.
Eu: Como assim sabes?
Mãe: Querido, desde os teus 3 anos, nos supermercados, quando vias os brinquedos, pegas sempre em bonecas e em coisas de meninas. Uma vez estavas tu a andar nos meus saltos altos, quando tinhas uns 5 anos. E ainda hoje, dá para ver muito bem.
Eu: Então e não há problema?
Mãe: Em que?
Eu: Não sei.
Mãe: Ouve bem, tu podes ser gay, bissexual, hetero, preto, branco, mas acima de tudo és meu filho e eu vou amar-te sempre da maneira que fores.
Eu: Ufa, ainda bem.
Mãe: Ah, e como vão as coisas com o teu namorado?
Eu: Tu sabes do Dylan?
Mãe: Claro que sei, achas que não reparo nos vossos olhares?
Eu: Bem, é recente mas espero que dure.
Mãe: Já sabes, a mãe está aqui.
Eu: Sei.
Depois de ter contado à minha mãe que era gay fui para o quarto e fui ver se tinha alguma mensagem do Dylan, mas nada. No Facebook não tinha nada, na janela ele também não estava e cada vez estava a ficar mais tarde. Será que aconteceu alguma coisa? As horas foram passando e eu fui jantar com a minha mãe. Ao jantar eu não consegui comer nada pois estava preocupado com o Dylan então, decidi ligar-lhe mas ele não atendeu, mandei mensagens e ele não respondia. Fui ver à janela mas estava tudo fechado e ao ver isto tudo ficava cada vez mais preocupado. Será que o pai dele reagiu mal e lhe fez alguma coisa? Não, provavelmente ele só ficou sem bateria e não consegue responder às mensagens nem às chamadas. Mas o estranho era ele não responder no Facebook, de vistos que está sempre online e sempre disposto a responder. Liguei à Sabrina mas ela também não sabia de nada e começou também a ficar preocupada. Cada vez pensava mais em ir bater à sua porta mas tinha medo que não gostassem da minha visita. Cada vez pensava mais que o pai dele tinha reagido mal, ou melhor, muito mal mesmo. Fui para a sala ter com a minha mãe e já eram nove horas da noite até que o meu telemóvel toca. Fui a correr para o quarto pois tenho o habito de o deixar lá e era o Dylan. Atendi e este encontrava-se com uma voz bastante triste e disse para eu me encontrar com ele ao pé de um parque que ficava perto do nosso bairro. Assim foi.
Eu: Porque demoraste tanto a responder?
Dylan: Desculpa, como reagiu a tua mãe?
Eu: Foi a melhor coisa de sempre, reagiu super bem.
Dylan: Boa!
Eu: E os teus pais?
Dylan: Bem, os meus pais.
Conseguia ver o brilho nos olhos dele, parecia que ia chorar a qualquer momento e assim foi, senti o seu abraço forte e as lágrimas dele. Algo não estava bem, de certeza que o pai dele não tinha reagido bem. Mas será que tinha sido só isso? Na minha opinião tinha sido mais alguma coisa. Depois de ter chorado bastante voltou a ter calma e a olhar para mim como nunca tinha olhado.
Dylan: O meu pai não aceitou muito bem e não é só isso.
Eu: Então?
Dylan. O meu pai quer por-me num colégio militar para ver se me torno um "homem".
Eu: Não!
Dylan: Mas não é só isso
Eu: Há mais?
Depois de ter perguntado isto ele virou-se de costas e tirou a camisola. Nas suas costas viam-se manchas negras, ele tinha sido espancado pelo próprio pai. Tinha também algumas feridas com sangue e depois reparei na sua cara que o seu lábio estava ferido. Visto isto eu agarrei-me a ele como nunca antes. Ele também me abraçou e começou a chorar e a pedir desculpa, como se ele tivesse culpa de tudo o que estava a acontecer. Pois não tem, senti-me tão culpado ao ver aquilo tudo, senti que a culpa tinha sido minha.
Eu: Não me deixes.
Dylan: Nunca.
Eu: Mas e o colégio?
Dylan: Eu não vou.
Eu: Mas e o teu pai?
Dylan: Nem que tenha que passar por cima dele mas eu a ti não te deixo por nada deste mundo, nem que tenhamos que fugir para bem longe.
Eu: Não te quero perder.
Dylan: Não vais perder, eu prometo.
Bem pessoal, sim eu sei, muita emoção mesmo. Espero que tenham gostado e que passem a amigos, comentem, votem e adicionem à vossa "biblioteca", Espero também que andem a ler a minha nova história "Melody" e que a adicionem à vossa "biblioteca" é mais uma história cheia de emoção mas com outro passado. E é isso. Beijos do Litos. Love ya all <3
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Romance-"Promete que nem a distância nos vai separar" -"O nosso amor é maior do que qualquer distancia"