"Filho". Foi a expressão que o homem que se encontrava à minha frente usou, não era muito complicado de perceber quem era o sujeito, sim, era o meu pai, o homem que me abandonou a mim e à minha mãe quando nós mais precisávamos dele, só de olhar para ele dava-me nojo. Aquele sorriso de quem tivesse razão do que fez, pois bem, ele não tem, olho para ele como se fosse um monte de lixo, é basicamente o que ele significa para mim, um monte de lixo. Não sabia como reagir, os meus olhos fixavam-se arregalados nele com um ar de nojo, as minhas mãos tremiam de nervos pois só me apetecia saltar-lhe para cima e partir-lhe a cara toda. Ma não, eu sou uma pessoa com educação e sei bem o que é certo e o que é errado, já ele não, deixou a mulher e o filho para ir atrás de uma mulher, uma mulher que só queria o dinheiro dele deixando-me a mim e à minha mãe em uma situação complicada, mas o importante é que agora já não vivemos com dificuldades e temos uma boa casa, comida, enfim, uma boa vida, não me posso queixar.
Eu: Não me chames de filho, por favor.
Pai: Por favor não faças isto ao pai.
Eu: Pai? O meu gato é mais meu pai que o senhor. Aliás, você está abaixo de qualquer animal.
Pai: Lou, não me faças isto, eu voltei para cuidar de ti.
Eu: Lou? Que eu saiba o meu nome é Louis e o senhor não me conhece de lado nenhum para me tratar de qualquer maneira possível.
Pai: Mas eu conheço-te, fui eu que te dei a vida.
Eu: Não! Não conhece, ah sim, deu a vida e foi embora sem eu nunca saber nada sobre si, mas agora isso pouco me importa, o que me importa é saber quanto tempo vai demorar a pegar nessa mala que traz consigo e sair portão fora.
Pai: Eu vim para ficar, o pai promete.
Eu: Ficar? Ficar só se for na rua, na rua abaixo desta.
Pai: Eu trouxe presentes para te dar e tudo, filho.
Eu: Oh meu Deus, mas que descaramento o seu, e os anos que nos deixou em dificuldades? Consegue dá-los? E a educação, amor, carinho, ajuda que nunca me deu? Consegue dar-mos agora? Bem me parecia que não.
Pai: A tua mãe?
Eu: Não tem nada a ver com isso.
Pai: Louis! Respeita-me se fazes o favor!
Eu: O senhor está a gozar, só pode, que respeito quando quem está na minha casa é o senhor? Bem, que descaramento, faça uma coisa, pegue nas suas malas, saia daqui e para bem longe antes que eu chame a polícia
Pai: Filho, o pai não tem para onde ir, dá-me uma oportunidade
Eu: À 14 anos eu e a minha mãe também não tínhamos para onde ir e ninguém nos deu "oportunidades". Desenrasque-se. Nós também nos desenrascámos.
Dito isto fechei a porta na cara dele e voltei para o meu quarto a pensar em tudo que se sucedera. Passado 20 minutos depois ouvi de novo a campainha a tocar e lá fui outra vez pensando eu que era ele de novo, desta vez desci mais depressa e furioso, estava capaz de lhe bater ou até mesmo de chamar a polícia.
Eu (abrindo a porta): Mas quantas vezes tenho que lhe dizer que o quero bem longe daqui?
Dylan: Calma amor, sou só eu.
Eu: Desculpa, não te queria receber assim.
Dylan: Está tudo bem?
Eu: Não.
Dylan: Conta.Quem era aquele homem?
Eu: Era o meu pai, mas vamos mesmo tratá-lo por "aquele homem" não quero conversas com ele nem mesmo criar qualquer laço familiar com aquilo.
Dylan: Sabes que podes contar comigo se for preciso.
Eu: Amo-te tanto.
Dylan: Anda cá!
Fui directo a ele e dei-lhe um grande abraço, felizmente estávamos do lado de dentro se não já toda a gente iria falar. Aquele abraço fazia-me tão bem. Aquela mão sobre a minha cabeça e os beijos que ele me dá na testa quando estou triste. Ele simplesmente é tudo para mim, ele simplesmente é o que me faz querer ir para a escola, pois sei que lá vou estar com ele. Quando estou com ele tudo é mágico, adoro esse facto.
(...)
No jantar a minha mãe perguntou se estava tudo bem comigo pois eu estava muito calado e ela não estava habituada a ver-me assim de vistos que sou uma pessoa que fala pelos cotovelos com as pessoas mais próximas e eu não aguentei e contei-lhe o que se sucedera de tarde. Primeiro ela reagiu muito preocupada mas depois foi tendo calma de pois percebeu que eu tinha dado conta do recado sozinho. Depois de jantar fui para o meu quarto e comecei a pensar em tudo o que se tinha passado, sinceramente estava super confuso, mas por outro lado estava bem. Sinceramente não estava minimamente arrependido do que tinha feito, aliás, acho que foi o primeiro problema que consegui resolver sozinho, completamente sozinho. Pensando que ia ficar no tédio a noite toda ouvi a porta do meu quarto a abrir dando lugar às esbeltas caras do Dylan e da Sabrina.
Sabrina: Bem que cheiro a depressão aqui no ar.
Dylan: Vamos sair, vá.
Eu: Ah? Como assim, sair? Tenho que tomar banho então.
Dylan: Também eu, vamos economizar agua?
Eu: Por mim!
Sabrina: Menos mel, por favor.
Eu: Vá vou tomar banho então, Sabrina, liga ao teu amigo para vir também.
Sabrina: Oh meu Deus, posso?
Dylan: Deves.
Depois de ter tomado banho, de me ter vestido e de ter saído de casa fomos para um bar, mas naquela noite os bares estavam um tédio por isso decidimos ir para a praia, sim, fomos para a praia os três, ou melhor, os quatro contando com o amigo da Sabrina. A Sabrina e o seu amigo foram por um lado e eu e o Dylan por outro. Sabia muito bem estar longe da escola e estar apenas com ele, de mãos dadas à beira mar, isto é fantástico eu não podia pedir melhor. Lá para o meio da noite, ainda na praia, o Dylan começa a olhar seriamente para mim, este começou a pegar-me na mão e a encostar a sua testa na minha. Passado um pouco começou a beijar-me e a deitar-me de leve na areia da praia, felizmente não estávamos perto do mar. Estávamos ali os dois, deitados de mão dada, deitados sobre a areia suave da praia a olhar para as estrelas brilhantes do céu.
Eu: Nunca me deixas?
Dylan: Se tu nunca me deixares.
Eu:: E se um dia eu me for embora para outro lugar?
Dylan: Vou continuar a amar-te.
Eu: Promete que nem a distância nos vai separar.
Dylan: O nosso amor é maior do que qualquer distância.
E foi isso pessoal, mais um capitulo da fic e mais uma vez eu espero que gostem, comentem, votem, passem a amigos e sugiram novas coisas para lhe acrescentar. Para quem ainda não reparou, estou a começar uma nova história chamada "Melody" que ainda está no começo mas eu prometo muitas surpresas. E é isso, beijinhos do Litos. Love ya all <3
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Romance-"Promete que nem a distância nos vai separar" -"O nosso amor é maior do que qualquer distancia"