Capítulo 17 - Passado

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POV Kushina

― Kushina, como está Hinata? – Hiashi me perguntava me olhando por cima do jornal.

― Está bem, meu amor, ela e Naruto se entendem muito bem, você sabe. – Disse caminhando até ele e me sentando no braço do sofá ao seu lado.

― Isso que me preocupa... – Disse em um murmuro.

― O que quer dizer, Hiashi? – Perguntei confusa.

― Nada amor, nada. – Dei de ombros. Sabia que ele queria dizer alguma coisa com aquilo, Hiashi sempre teve um certo ciúme, ou receio da relação de Hinata com Naruto.

Quando conheci Hiashi eu estava frequentando um grupo de apoio para pessoas que perderam um ente querido tragicamente, havia perdido meu marido, Minato, há seis meses de uma maneira terrível, ele foi assassinado na minha frente, fomos vítimas de assalto, os bandidos queriam o carro, mas Minato tentou reagir e levou um tiro na cabeça, morrendo na hora, não sei por que me deixaram viva, mas eu parecia estar morta. Naruto estava em casa com uma babá, tínhamos saído para jantar e ir ao cinema. Sua morte foi prematura, eu não conseguia superar, me indicaram um grupo de apoio e resolvi frequentar, Hiashi já fazia parte do grupo, ele havia perdido a mulher no parto da filha e entrou em depressão depois disso, mas o grupo o ajudava, já que ele tinha uma linda filha para cuidar e foi o amor pela filha que o fez reerguer e o meu amor por Naruto me ajudou também, conversávamos muito sobre nossos filhos e juntos íamos superando a perda, depois de seis meses no grupo e uma forte amizade com Hiashi, percebemos que estávamos apaixonados, começamos a namorar, ficamos juntos por um ano e seis meses e depois disso nos casamos, eu assumi Hinata como minha filha, já que eu a conhecia desde bebê e ajudava Hiashi em sua criação, ela tinha três anos quando veio morar em minha casa e Naruto tinha cinco anos. Deixamos as crianças em um mesmo quarto, coloquei mais uma cama no quarto de Naruto e Hinata dormia lá, meu filho sempre foi muito carinhoso e amável, se apegou a menina logo de cara, era algo impressionante, ele cuidava de Hinata como se fossem irmãos de verdade, Hiashi não se opusera a nada e gostava da relação de Naruto e da menina, ele cuidava do meu filho tão bem quanto eu cuidava da filha dele, que agora era nossa filha.

Naruto e Hinata ficavam a cada dia mais amigos, descobri de uma maneira muito difícil o medo que a menina tinha de chuva forte, com raios e trovões.

Um dia, Hiashi me explicou que no dia do nascimento de Hinata chovia muito forte, ele não conseguiu sair de casa para levar a mãe da menina ao hospital, uma vizinha que era médica teve que ajudar, a chuva caia fortemente, raios riscavam o céu, seguidos de um estrondo causado pelos trovões, nada foi bom naquele dia, exceto a pequena menina de olhos perolados que assim que nasceu chorando muito segurou os cabelos compridos do pai que sorria olhando para ela, quando ele foi mostrar a menina para a mãe ela não parava de sangrar, a vizinha, que mesmo sendo médica, não conseguiu conter a hemorragia dizia preocupada que Hikari não estava nada bem, Hiashi estava preocupado, segurava a criança em seu colo, parece que as últimas palavras da mulher foram:

"Cuide da nossa Hinata, meu amor". Ela disse olhando a menina e com suas últimas forças acariciou o rostinho de Hinata com carinho.

Depois disso Hikari fechou seus olhos e não abriu mais, Hiashi ficou desesperado, sacudia a mulher na intenção de trazê-la de volta, mas ele obviamente não conseguiu, sua vizinha segurava a pequena Hinata em seu colo, a chuva continuava forte, com raios e trovões, Hinata não parava de chorar e apenas quando a chuva cessou a menina parou com o choro e assim era todas as vezes, nada e nem ninguém conseguia fazer a menina parar de chorar, ela tremia, chorava e gritava, mas nada a fazia parar até que um dia durante a madrugada, já vivendo conosco, ela se desesperou, levantei e apenas observei a cena. Naruto segurou a menina em seus braços, acariciava seus cabelos e falava algo em seu ouvido, Hinata foi se acalmando lentamente e a partir daí só ele a acalmava, só ele parava com seu desespero e assim foi até o dia dele partir, mas isso foi mais para frente.

Desejo proibido, muito além de irmãosOnde histórias criam vida. Descubra agora