— O que acabou de acontecer? —Olhei para Gregg do banco do carona enquanto o mesmo subia no lado do motorista— Um belo exemplo de alguém tendo um sonho erótico, não viu? Ele estava até interpretando — Gregg ligou o carro e olhou no retrovisor
— Você ta louco? Desliga isso — Disse pulando em cima dele e retirando a chave do painel
— Por quê?
— Temos muito para saber ainda, principalmente eu — Olhei pelo vidro fechado o enorme casarão enquanto a coisa o sobrevoava
— Então por que voltamos? — Olhei-o com receio— Desculpa — Em um rápido movimento tranquei a porta do motorista e a do passageiro, prendendo-o lá dentro
“Desculpe, eu te conto tudo depois” falei fazendo gestos com a mão e uma leitura labial e sai correndo em direção aos portões da casa, mas parei no meio do caminho com uma forte dor de cabeça.
Olhei para os portões enxergando um homem, nem alto, nem baixo com grandes cabelos castanhos e uma grandiosa barba, era bonito, mas o que chamava a minha atenção era uma grandiosa tatuagem em seu pescoço. Uma tatuagem de tridente.Caí de joelhos no chão com minhas mãos uma de cada lado de minha cabeça vendo o homem se aproximar, o som de suas passadas eram como facas em minha cabeça, mas uma coisa estava estranha, eu conhecia esse homem de algum lugar mas não lembrava de onde, era como se fosse um parente do qual não vejo a muito tempo. O homem então parou em minha frente dizendo as seguintes palavras:
— Taxídeva sto paráxeno parádeiso
"Acordei-me com o som de várias pessoas conversando, muitas vozes masculinas, outras femininas, mas uma se destacou, era a voz ao meu lado.— Minha querida, você está bem? — A doçura de sua voz fez emanar uma serenidade pelo quarto do qual me encontrava, era extenso e bem organizado
— Ah mamãe, é tão bom ouvir sua voz — Sorri fechando os olhos ao receber seu afago em minha bochecha
— Eu sei amor, é bom escutar a sua também — Aumentei meu sorriso sentando-me na cama, logo ouvimos alguém bater na porta
—Miss, rápido, só falta você lá e ela já tem que ir
Uma grave voz foi-se ouvida e seus passos se aproximaram, um homem, alto, loiro e musculoso adentrou o quarto e parou ao lado da penteadeira que tinha ali
— Ok Apolo, já estou indo — O homem então se retirou
— Ir? Ir para onde? — Perguntei a minha mãe que agora caminhava pelo quarto indo até o balcão ao meu lado
— Luiza, eu tenho tanta coisa para te contar que nem sei por onde começar — Disse vasculhando uma das gavetas — Mas quero que nesse instante você saiba de três coisas. Primeira, isso não é um sonho. Segundo, tudo o que Adam te falou é verdade. E terceiro, não se meta com Hades — Ela veio até mim me entregando uma caixa — Essa é a outra metade do amuleto, proteja-o totalmente e confie somente em seu pai e Adam, você me entendeu?
— Sim mãe, mas o que eu vou fazer com isso? — Disse me referindo a pequena caixa que ela havia me entregado
— Na hora certa você vai saber, se quiser saber mais alguma coisa, pergunte a Adam ou ao seu pai, eu te amo meu amor, agora precisamos ir — Ela veio em minha direção me dando um abraço e um beijo na testa e logo sumiu pelo minúsculo corredor em direção da porta"
Sento-me no sofá num pulo percebendo os olhares de meu pai e de Adam em mim, eu estava suada e suja como se tivesse rolado ladeira abaixo. Olho para meu pai que me olhava preocupado e para Adam que estava pensativo.
— Filha, você está bem? — Meu pai se pronuncia se abaixando ao meu lado
— Estou eu só... Ai — Paro de me mexer ao sentir uma pontada no meu antebraço — Só meu braço que está um pouco dolorido
— Onde estava? — Adam se pronunciou de braços cruzados
— O quê? Por quê? — Olho para ele que agora se encontrava na ponta do sofá
— Por quê? Eu só encontrei você jogada no meio da rua toda suja igual um trapo velho — Ele deu uma leve risada, que, se eu não tivesse com uma enorme dor de cabeça, teria achado bonitinha
— Ei! Eu só... — Parei bruscamente lembrando do “sonho”. Comecei a apalpar os bolsos buscando a tal caixa e a achei no bolso de dentro de um casaco do qual estava vestindo, que, aparentemente não era meu — Pai, Adam, vocês sabem o que é isso? — Mostrei a caixa para eles, meu pai e Adam se entreolharam e pude ver tanto um, quanto o outro estavam nervosos
— Luiza, aonde você estava? — Dessa vez meu pai perguntou com uma voz firme
— E-Eu não lembro — Menti. Eu queria falar disso com Adam, a sós
— Ok, quando lembrar me fale imediatamente — Meu pai se levantou — Vamos?
— Pai, eu tenho que falar com Adam sobre umas coisas — Falei receosa vendo seu semblante preocupado
— E como você vai voltar depois?
— Eu volto com o Gregg, Por falar nisso, cadê ele? — Olhei para Adam
— Eu não vi nenhum Gregg
— Nem eu filha — Dirigi o olhar ao meu pai franzindo o cenho
— Ok...
— Eu levo ela Richard — Adam se pronunciou e dirigi um olhar sorridente para ele
— Ok, quero você em casa antes das 10h — Ele veio até mim dando-me um beijo na testa
— Sim general
E com isso, ele saiu.
Observei Adam sentar ao meu lado e me encarar.
— E então?
— Vai parecer loucura, mas eu encontrei a minha mãe — Me virei para ele para encara-lo melhor — Ela me deu isso e falou que era para eu protege-lo, e eu não faço a menor ideia do que é — Adam olhou para a caixa sério e depois pegou minha mão retirando o anel que estava ali
— Isso Luiza, é a outra parte desse anel — Enquanto ele encaixava o anel junto da outra peça, comecei a observa-lo, ele era bonito concentrado.
— Pronto, um perfeito cordão — Adam o levantou em frente aos meus olhos e pude ver o anel que costumava estar no meu dedo em volta a uma meia lua azul
— É lindo — Sorri o colocando em volta do meu pescoço
— Se era só isso então vamos — Ele se levantou indo até o cabideiro e pegando seu casaco
— Para ser bem sincera, isso é um dos motivos de eu ter pedido para ficar
— Então prossiga, meu tempo é curto — Pronunciou pondo seu casaco
— Eu encontrei seu pai — Me levantei pegando minhas coisas da mesa
— Ah, e daí?
— E daí que eu não sei, é tudo muito novo para mim esse negócio de filha de uma deusa grega, neta de um maioral, sua prima e bla bla bla — Fui em sua direção me encostando na parede a sua frente
— Eu também descobri pouco tempo antes de você que eu era filho de Apolo — Nos olhamos por um tempo até ouvirmos um barulho na porta da frente e alguém entrar pela mesma
— Priminho, já está em casa? —Imediatamente reconheci aquela voz, e eu não gostava nada dela
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Nefasa
FantastikGarras arranharam meu braço profundamente fazendo-me arfar e soltar um pequeno grito. Olhei na direção de onde Gregg estava preso vendo-o mesmo ter seu pescoço rasgado por uma das várias criaturas negras que sobrevoavam o local, as mesmas soltavam g...