IV. Setença De Morte Ou Liberdade

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[P.O.V. Camila]

Quando a Agente Jauregui - vulgo meu novo monstro pessoal, como Tifão era para os deuses e gregos - disse que eu iria para a pior cela, ela não estava brincando nem um pouco. Me encontro numa cela de paredes brancas, toda fechada com apenas um fio de sol que entra por uma janela retangular fina, uma cama dura onde o colchão é apenas um fio de espuma, um projeto de privada e um bebedouro que sai água com o gosto do inferno. Passar a noite nesse local foi simplesmente terrível. Nesta cela devem ser colocados os piores criminosos dos EUA e eu, sinceramente, não sei quando entrei nesse grupo, porque eu não sou criminosa e muito menos uma pessoa ruim. Talvez eu seja teimosa, orgulhosa e atrevida demais, mas não acho que isso me torne alguém ruim.

Dou um longo suspiro perdida em meus pensamentos e me sento no colchonete, onde, antes, eu estava deitada, com as costas encostadas na parede branca e gelada. Eu só queria entender o porquê de tantas coisas ruins acontecerem comigo, quando eu apenas tento acertar. Tudo bem, eu fui encontrada na cena do crime, mas isso não me qualifica como a assassina e eles não poderiam me prender aqui sem provas suficientes, mas com certeza eles já juntaram todos os pontos e me declararam culpada sem nem considerar minha possível defesa, porque essa é a sina da família Cabello. Bufei e joguei o projeto de travesseiro longe. Que desgraça imensa. Só Deus poderia me ajudar agora, porque estou nas mãos do FBI e eles simplesmente fazem o que querem.

Ouvi passos apressados vindo na direção da minha cela e pedi fortemente que fosse minha advogada, para me tirar desse ninho de injustiça. A porta da cela foi aberta e vi meu anjo salvador, que também pode ser chamado de Dinah Jane, minha advogada e minha melhor amiga de sempre e para sempre. Ela entrou na cela e pediu que o agente que a acompanhava fechasse a porta, para que nós pudéssemos conversar a sós, assim ele fez.

- Cheechee, finalmente você chegou. Olha isso - apontei e abri espaço para que ela tivesse uma visão completa da cela - eles estão me mantendo aqui como uma criminosa da pior classe. Olha a cela que me colocaram! Isso tudo porque a dona do mundo Agente Jauregui mandou me colocarem na pior cela, a troco de que? Isso é abuso de poder, Cheechee! - falei tudo em um folego só, tamanha indignação eu estava.

- Chancho, se acalme, por favor. Isso não será fácil. Você foi pega na cena de crime e, coincidentemente, se tratava de Lucy Vives, noiva de Lauren Jauregui e ela está à frente do caso agora. Você também tem motivos pra querê-la morta e vocês tem uma ligação. Esses fatos são inegáveis, então precisamos ter calma - Dinah tentava me reconfortar mas era impossível. Ainda mais com essa informação que ela acabara de me falar.

- Mas, Dinah, se Lucy era noiva dela, ela não poderia estar à frente disso! Não é ético, porque ela vai envolver o emocional.

- Nós sabemos disso, Camila. ]as pouco importa pra eles, visto que Lauren é influente e uma das melhores investigadoras daqui. As pessoas de cima não negariam isso a ela. Precisamos apenas nos conformar e tirar você daqui - ela disse me abraçando de lado e dando um leve aperto de consolação.

- Agora eu vou ter que falar, não é? Com aquela arrogante do caramba! - me desvencilhei dos braços de Dinah e dei um soco na parede, que fez minha mão latejar de dor.

- Chancho, não faça isso, você pode se machucar. Agora vamos ter que ir e você vai, sim, ter que falar. Mas fique esperta, tudo bem? Jauregui é a melhor em interrogatórios e eu preciso que você mantenha o controle. Nós sabemos que você não estava na cena do crime, ao menos não na hora do crime, e só precisamos dizer isso, tudo vai ficar bem.

Sai daquela cela com Dinah ao meu lado e um agente do outro, nos levando para minha sentença de morte - ou de liberdade, se eu tiver esperança.

[P.O.V. Lauren]

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