V. Era Só o Que Me Faltava...

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Boa Leitura!

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[P.O.V. Camila]

Eu havia acabado de acordar. Fui até o banheiro para fazer minha higiene matinal e quando me olhei no espelho me deparei com uma Camila Cabello extremamente acabada, quase como um urso panda por conta das olheiras ocasionadas pela minha insônia. As lembranças da noite anterior insistiram em rodear a minha mente, então era impossível ter uma boa noite de sono. Aquilo jamais sairia da minha memória. A única coisa que eu conseguia pensar nas últimas horas era: Quem era Lisa de verdade? Eu precisava encontrá-la, eu precisava vê-la pelo menos uma última vez, mas, aparentemente, isso não seria nada fácil.
Segunda-feira. 10h00. Vida normal. E daqui 30 minutos eu já tenho que estar no trabalho. Depois de um bom banho, coloquei uma roupa "apresentável" e corri até a cozinha para comer algo rápido. Apenas dei uma última olhada no espelho perto da entrada da sala e segui até a lanchonete.
Eu tive muita sorte por não terem espalhado que sou uma suspeita no caso de Lucy Vives, do contrário, provavelmente eu não estaria indo para o meu trabalho, nem hoje, nem nunca mais.

Chegando na lanchonete, logo na entrada, já dou de cara com Allyson — a qual eu chamava carinhosamente de Ally — uma das minhas poucas amigas no trabalho e fora dele também. Ela me olhava com uma expressão de preocupação e eu imaginei que Dinah já tivesse contado a ela o que houve, já que éramos todas do mesmo grupo de amigas. Antes que ela pudesse dizer um "oi" ou qualquer outra coisa eu puxei-a para um canto e conversei com ela em meio a sussurros.

— Amiga, você sabe que eu não fiz nada disso né?! Você só não pode contar isso a ninguém, tá legal? Se alguém daqui ficar sabendo disso eu estou encrencada.

— Eu sei que você jamais faria algo desse tipo, Cami. E eu nunca espalharia uma coisa dessas. Mas, se você me permite... — ela deu uma olhada ao redor do ambiente antes de falar — Que diabos você estava fazendo no meio daquela cena de crime? — ela sussurrava mais alto agora.

— É uma longa história. Eu prefiro não falar sobre isso aqui.

— Tudo bem, depois você me conta.

! Agora finja que ninguém te contou nada e vamos trabalhar como se nada tivesse acontecido — Ally apenas sorriu e acenou com a cabeça. E então entramos na lanchonete.

[P.O.V. Lauren]

Acordar e não sentir Lucy ao meu lado tem sido uma das piores sensações desde que ela se foi. Acordar sem o seu sorriso, sem o seu bom dia e sem os seus carinhos têm deixado meus dias incompletos, sem cor e sem sentido. A aliança permanece em minha mão direita, assim como a saudade e o vazio permanecem instalados em mim, como uma adaga de prata no peito de um vampiro que os destroem por dentro nos filmes. A solidão me agarrava e eu não conseguia me soltar, mas eu precisava seguir em frente — ou pelo menos tentar.
Me permiti afogar em minhas próprias lágrimas enquanto abraçava o travesseiro dela e sentia o cheirinho do seu perfume que ainda exalava em nossos lençóis, como se ela ainda estivesse aqui. Naquele momento passava um filme em minha cabeça, desde quando nos conhecemos, há uns 7 anos atrás, até o momento em que eu a vi desacordada naquela maca com sangue por toda parte. Eu não fazia ideia de como seria daqui pra frente, pois todo o meu ser se encontrava em pedaços. Eu só precisava vingar a morte da Lucy e punir o desgraçado, ou A desgraçada, que fez isso com ela.
Tínhamos uma única suspeita até o momento, mas ainda não tínhamos provas suficientes que pudessem colocar ela atrás das grades e deixar ela apodrecer lá. Eu precisava de mais. Eu precisava encontrar provas que indicassem que Camila Cabello era realmente a culpada por tudo isso. Antes de liberá-la do departamento, eu tive que coletar alguns dados sobre ela, como: o endereço da casa dela, do trabalho e alguns documentos. Talvez eu possa usar isso ao meu favor. Eu não poderia simplesmente ficar nessa cama chorando e não correr atrás da justiça, que é o que realmente importa agora.

Se a Srta. Cabello ainda não foi demitida, provavelmente ela estaria no trabalho até às 20h de hoje. Isso seria uma ótima oportunidade para investigar mais a vida dela.

[P.O.V. Camila]

Já havia passado um pouco das oito horas da noite, mais conhecido como o final do nosso expediente. Então, eu e Ally fomos até o vestiário, tiramos os nossos uniformes, colocamos de volta as roupas com as quais saímos de casa e fomos embora. Ally morava do outro lado da cidade, então ela seguia um caminho totalmente oposto do meu. Nos despedimos ali na frente da lanchonete mesmo e Ally seguiu o seu caminho. Fiquei um pouco preocupada por conta de já estar meio tarde e eu ter de seguir sozinha até em casa, mas não tinha outra opção. Estava tudo escuro, apenas as luzes da lanchonete iluminavam a rua, que estava vazia, a não ser por um carro preto estacionado em frente à um outro comércio do outro lado da rua.

Dei uma última olhada para os dois lados da rua para ver se havia algum mau elemento por ali, mas não havia absolutamente ninguém. Ora, o que eu estou falando sobre maus elementos. Até ontem eu estava presa em uma cela imunda, acusada de assassinato. Se tem algum mau elemento aqui essa pessoa sou eu.

Enfim, fui seguindo rumo ao meu lar. Passei por uma esquina, algumas casas, mas uma delas em específico me chamou atenção, pois eu a conhecia muito bem: a casa de Lisa. Eu precisava investigar, mesmo que não fosse minha tarefa fazer isso. Eu precisava saber quem era Lisa de verdade e porque Lucy estava morta na casa dela, no mesmo instante em que eu me encontrava lá.

Por um impulso, me dirigi até a entrada da casa, que estava cercada por fitas listradas em preto e amarelo, já que ali havia sido a cena de um crime, mas não havia ninguém por perto, nem ao menos um policial fazendo a segurança do local. Passei por debaixo das fitas e entrei na casa tranquilamente, já que a porta também estava destrancada.

Antes de sumir do mapa, com certeza Lisa fez uma limpeza geral na casa para não deixar nenhum indício sequer da existência dela. Mas nem todo mundo é tão cauteloso assim, alguma coisa deve ter ficado para trás.

Fiquei paralisada no hall de entrada por um tempo, pensando por onde começar. O primeiro cômodo da casa, depois da entrada, era a sala, então resolvi começar pela mesma. Fui na direção da estante encostada na parede, atravessando o tapete que havia no meio da sala, e foi exatamente nesse momento que eu senti algo diferente no piso. Era oco, como se tivesse algo a mais embaixo do tapete.

Empurrei a mesa de centro para o canto da sala e me curvei, prestes a levantar o tapete e ver o que havia ali. Em questão de segundos, a porta principal da casa se abriu de maneira brusca, revelando a imagem de ninguém mais ninguém menos que: Lauren Jauregui. Era só o que me faltava...

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