XIX. Júlio Iglesias

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[P.O.V. Lauren]

Já era noite em Nova York e final de expediente, depois de confirmar que Ally não era mais suspeita, precisava ir ver um amigo — que de amigo não tem nada. Dirigi até o galpão abandonado para ter mais um encontro com Ty Dolla: um dos traficantes mais perigosos da gangue Scorpion. Ty havia sido preso há alguns anos atrás, mas o que ele tem de perigoso tem de burro, depois de fugir da prisão ele continuou por aqui, afinal é o seu maior espaço de vendas. Burro como uma porta, não demorei nem dois dias pra encontrá-lo. Eu sei que deveria ter levado ele para o FBI, mas lá eu simplesmente não iria conseguir nada dele relacionado a Halsey e eu precisava disso, então eu iria sim fazer o jogo deles, mas sempre no comando desse jogo.

Ao chegar no galpão abandonado, desci apenas com o número do pai de Veronica, vulgo chefe dos Navalhas. Ferramentas de tortura não seriam necessárias perante ao medo que Ty tinha por ele, e segui em direção ao galpão onde a diversão iria começar. Ao entrar liguei algumas luzes e observei Ty Dolla caído de lado na cadeira como eu havia deixado ao sair.

— Voltei, para continuarmos nossa conversa, se você estiver disposto — disse irônica.

— Sua vaca, eu já falei pode fazer o que quiser comigo, eu nunca vou entregar ninguém — ele disse com dificuldade por conta da sua posição, caminhei até ele e levantei a cadeira colocando a mesma em pé.

— Será que você não vai falar? Achei que tivesse mais medo pela sua vida.

— Prefiro que você me mate a te contar qualquer coisa.

— Não sou eu quem vai te matar, eu já te disse, vou te entregar para os Navalhas.

— De novo essa historinha pra boi dormir, Agente? — ele riu cínico.

— Bom, não é o que esse papel diz, nele tenho o número do chefe dos Navalhas, Júlio Iglesias, seu amigo de longa data. Ele vai adorar saber que tenho um pacote especial para ele.

— Até parece que esse número é real, e se for real, duvido muito que eles também te deixem sair com vida de lá, uma agente sempre tão correta que já prendeu inúmeros Navalhas, você é tão marcada quanto eu.

— Bom, isso é o que vamos ver — falei pegando o celular pré-pago que comprei, para não ser rastreada, e digitei o número.

*Ligação*

Quem fala?uma voz masculina, provavelmente de Júlio, me atendeu.

Júlio Iglesias, tenho uma surpresa para você. Ty Dolla, o seu antigo traficante, que entregou todo o seu esquema para a gangue Scorpion e estragou o seu maior lance, na época. Se lembra dele?

Todos os dias eu lembro de meus inimigos. Esqueço seus rostos, mas nunca seus nomesele respondeu.

Vou colocar ele na linha, um instante — coloquei o telefone próximo de Ty, no viva-voz.

Olá, meu antigo companheiro. Lembra de mim? — debochou Júlio.

O-o-olha, e-eu fui obrigado a fazer a-aquilo-o, senão eles iam me ma-atar — Ty começou a se explicar, nervoso e gaguejando.

Covarde! — Júlio gritou do outro lado da linha — Você é e sempre foi um covarde, um Judas que vai para o lado de quem dá mais. Eu tenho nojo de você e vou fazer com você exatamente o que se fazem com dedos duros — tirei o telefone do viva-voz e coloquei no meu ouvido.

Pois bem, aqui quem fala é a Agente Jauregui, do FBI, antes de desligar, quero explicar que estou fazendo tudo isso à margem da lei e que ele pode ser seu, sem polícia e sem investigação, com uma condição.

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