XI. Lauren

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Heeey, everyone! Estamos de volta! Nesse final de semana vai ter atualização tripla, preparem o coração!

Bom, esse capítulo é sobre um pouco da vida de nossa querida agente, espero que gostem!

Boa leitura

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[P.O.V. Lauren]

Meus fones estavam o mais alto possível enquanto eu corria pelas ruas de Nova York, passando por alguns parques, pela maldita New York University, onde Camila estudava, o que me fez perceber que a noite de ontem estava sendo muito difícil de ser esquecida. Mas nada que o tempo não apague, afinal não foi nada tão importante assim. Chegando em meu apartamento me deparo com Veronica e Normani sentadas no meu sofá conversando animadas.

— Até que enfim você voltou, Laur! – Veronica disse esboçando um sorriso animado.

— Nós pensamos que você ia correr Nova York inteira — Normani completou.

— Nota mental: lembrar de dizer para o porteiro parar de deixar vocês subirem aqui quando bem querem e entendem — pensei em voz alta jogando um pouco de água da minha garrafa em meu rosto.

— Ah, me poupe! Até parece que você vive sem a gente — Vero disse se levantando e me abraçando, o que me fez sorrir involuntariamente.

Normani estava logo atrás com uma feição preocupada e uma mão atrás da nuca.

— O que foi, Mani? Está tudo bem? — perguntei preocupada deixando Vero abraçada de lado comigo.

— Ah, Laur, agora que entendemos quem a Camila de ontem é. Bom, eu estou me sentindo meio mal, sabe? Eu não sabia que a minha Dinah era melhor amiga dela. Eu sei lá, só espero que fique tudo bem. Eu estou completamente amarrada na Dinah, Laur, mas você é extremamente importante pra mim, como uma irmã. Você sabe disso.

— Mani, está tudo bem. Para com isso, vai. Você e Dinah formam um casal tão belo que seria um desperdício atrapalhar isso. A sua felicidade é a minha felicidade, irmãzinha — eu abracei Normani apertado, quase sufocando ela.

— Ai, que bonito esse amor, esse afeto — Vero disse irônica — Quero estar nele também, não me excluam — então nos abraçamos as três e eu me senti tão feliz, como sempre desde que essas malucas entraram na minha vida.

— Agora me dêem licença, porque eu estou toda suada e preciso de um banho — disse enquanto me desvencilhava dos braços de Normani e Veronica.

— Você deveria sair assim para as festas, ia chover mulher na sua horta — Vero me analisou de cima a baixo e eu franzi o cenho — Estou falando sério — eu ri e fui tomar um banho.

Depois do meu belo banho tomado, agradeci aos deuses por só ter de ir pra divisão no turno da noite. Pude ter uma tarde em paz com minhas irmãs de alma, como gosto de chamá-las, e ficamos assistindo filmes e conversando sobre a vida. Normani e eu nos conhecemos no ensino médio, fomos a primeira experiência lésbica uma da outra, mas tudo na extrema amizade. Nunca passamos disso e eu diria que foi bem divertido nosso beijo. Mesmo que eu tenha feito Psicologia e ela Direito, independente disso fizemos na mesma universidade, em NY mesmo, moramos juntas na época da faculdade e nunca nos abandonamos. Vero foi um presente que a divisão me deu, ela é formada em biomedicina e sabe exatamente tudo sobre as amostras colhidas e todas as outras coisas; é minha perita mais confiável. Treinamos juntas e entramos juntas, somos uma dupla imbatível. Dizem que quando nos juntamos os criminosos correm a léguas. São a família que Nova York me deu e que eu agradeço todo santo dia em ter, e Lucy fazia parte disso.

Lucy e eu somos um caso a parte, pois sempre nos conhecemos. Ela era a minha vizinha em Miami por quem eu secretamente me apaixonei na época do ensino médio. Eu e Lucy ficamos, brincamos de seduzir, mas quando o ensino médio acabou, nossa relação nada sólida também acabou. Acontece que, por destino, fomos unidas novamente, quando ela veio transferida no penúltimo semestre de Psicologia para a minha turma. Desde então não nos separamos mais — até a morte levar ela de mim, dessa forma tão brutal.

Eram 16 horas e eu precisava me encontrar com minha família. Mamãe e papai insistiram para vir me ver, e felizmente minha única alegria na família veio com eles: Taylor. Chris não pôde vir e eu agradeço muito por isso ou, do contrário, acabaria socando a cara dele. Eu e Chris não nos dávamos muito bem, desde o dia em que ele decidiu dar em cima de todas as namoradas que eu tive, inclusive Lucy.

Me despedi das minhas meninas, coloquei uma calça colada tom creme com uma barra mais aberta, uma blusa preta lisa de alças finas por dentro da calça, um blazer da mesma cor da calça e um salto preto. Gostava de trabalhar neutra, passei um batom nude e um rímel pra ressaltar o verde dos meus olhos. Segui em direção ao meu carro e fui para o restaurante onde mamãe marcou.

Chegando lá, já estavam todos na mesa me aguardando. Taylor se levantou e veio correndo em minha direção, abracei forte minha doce irmã, que queria fazer medicina e estava sendo impugnada para fazer administração ou arquitetura, assim como eu fui, para seguir o ramo da família. Seria muita decepção para os Jauregui se outra filha fizesse uma faculdade totalmente diferente do que a que eles esperavam, mas eu estava nessa com minha irmã. Clara não ia roubar os sonhos de Taylor como fez com os do Chris, mesmo que agora com o Chris eu não me importe mais.

— Oi, filha, sentimos tanto sua falta — Meu pai se levantou e me abraçou forte. Pobre papai, não merecia Clara como esposa — Você faz muita falta em Miami.

— Oi, meu amor, me desculpe pela forma que agi ao telefone com você. Sabe que não sou insensível o suficiente para comemorar uma morte. Apenas não gostava dela — minha mãe forçou um sorriso e eu respirei fundo, forçando outro de volta.

— Tudo bem, sua opinião e seus sentimentos são nulos em minha vida, Clara.

— Por favor, Lauren, não me trate assim. Eu vim em paz — ela adorava se vitimizar, mesmo sabendo que estava completamente equivocada.

— É muito difícil não te tratar da forma como você merece, tendo em vista que você passou os quatro anos da minha faculdade sem falar comigo, apenas porque eu estava seguindo meus sonhos; ou quando me expulsou de casa quando eu me assumi e tantas outras situações. Agora você quer mudar tudo e passar uma borracha no passado como se você nunca tivesse me ferido tantas vezes? — disse com a voz trêmula de raiva e também por estar segurando o choro.

— Só peço que não viva mais no passado. Estou tentando melhorar, eu juro! — ela entrelaçava os dedos e os apertava, demonstrando nervosismo.

— Não, mamãe, você só pensa em si mesma. Ou por acaso se importa com o que Taylor quer fazer? Com os sonhos dela? Você está fazendo com ela exatamente o mesmo que fez comigo e se continuar assim vai perder outra filha.

— Vamos acalmar os ânimos, nós viemos aqui pra comer em família e saber como você está, filha. Por favor, vamos tentar ficar em paz — meu pai tentava me acalmar.

— Sim, Lauren. Outro dia nós brigamos pelos meus sonhos — Taylor disse mostrando suas covinhas com um sorriso sem mostrar os dentes — Você é a questão que mais importa hoje.

Eu respirei fundo, minha irmã e meu pai tinham o dom de me acalmar sempre. Era tão gostoso estar com eles que Clara passaria despercebido por mim naquele momento em família. Fizemos a refeição, falei um pouco sobre Lucy, chorei um pouco, conversamos sobre meu trabalho, sobre os negócios da família e sobre momentos especiais em que a vida ao lado de todos eles valeu muito a pena. Mas acabamos parando em Lucy novamente, como um looping.

— Irmã, o que Lucy tava fazendo naquela casa? Foi uma emboscada? — olhei para Taylor com o cenho franzido, já que eu nunca havia pensado nessa questão antes.

— Não sei, Tay, mas pretendo descobrir. É uma chave importante pra desvendar esse crime.

Nos despedimos e fui direto para divisão. Poderia dizer que sem o estresse inicial esse café foi leve, como o resto de todo o meu dia. Mas essa leveza se esvaiu quando eu entrei em minha sala e me deparei com um enorme quadro de pistas. O que minha noiva fazia na casa de Lisa? Elas nunca tiveram sequer uma conexão na vida. Teria sido uma emboscada? Mais uma parte desse crime que não se encaixava. Eram tantas perguntas em minha mente, mas aparentemente nenhuma tinha uma resposta.

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