Sirens

IX . Eu Aprecio Toda Boa Dança

[P.O.V. Camila]

Eu insistia com todas as forças para que o Shawn me dissesse para onde estávamos indo, mas não estava rolando. Aquele maldito não me dizia absolutamente nada e isso só fazia com que eu me estressasse. Até que chegamos em frente a uma boate, onde o nome Imperium reluzia em uma placa de LED azul escuro. A boate estava com uma fila imensa de pessoas bonitas pra entrar e eu não via a hora de ser uma dessas pessoas.

- Não é possível! Você me trouxe na Imperium, eu sempre quis vir aqui. Mas não pense que vai me comprar tão fácil, Mendes.

- Vou fazer de tudo para que você me perdoe - ele pegou em minha mão e me olhou seriamente - Cami, me perdoa por esse sumiço. Eu vacilei com você e sei que nenhuma boate ou comida vai apagar isso mas, por favor, eu só te peço uma chance. Você sabe que eu sou o melhor amigo do mundo, então acho melhor você me dar essa chance, viu? - ele disse a última frase em um tom brincalhão que me fez rir e em seguida dar um tapa de leve em seu braço.

- Não vou te prometer uma chance agora, porque você andou vacilando muito comigo ultimamente. O que eu quero na verdade é uma conversa. Mas depois, porque agora estamos em frente a essa boate escândalo e eu vou me acabar de dançar a noite inteira.

Saí do carro super animada e minha animação triplicou quando vi Ally e Dinah vindo em minha direção.

- Chancho, oh meu Deus! Você se arrumou para matar quem, menina? - Dinah disse batendo em minha bunda enquanto eu dava uma voltinha.

- Jesus, você está divina, Cami! Veio pegar todo mundo hoje - a mais baixa do grupo brincou.

- Não, suas pervertidas. Eu só quero dançar, beber e me divertir.

Puxei meus três amigos com uma frenética animação e fomos para a fila da boate, e em questão de minutos já nos encontrávamos dentro dela. O local estava quase lotado, abarrotado de gente. O calor humano se fazia presente e, alguns minutos depois, a tequila em meu corpo já era capaz de deixar tudo isso ainda mais quente e gostoso. O clima se tornou envolvente quando uma música latina reverberou no ambiente. Parecia até que o DJ estava lendo meus pensamentos, pois naquele momento, com aquela tequila, essa música era tudo o que eu precisava. Saí da minha roda de amigos, afinal estávamos dançando no canto, e segui em direção ao meio da pista. O álcool estava falando por mim a esse ponto e eu queria dançar, mas não dançar de qualquer jeito e sim dançar para nunca esquecer e nunca mais ser esquecida.

Quando o toque envolvente da música começou, meu corpo era pura sintonia e eu dançava para matar. Se eu me visse de longe com certeza estaria gozando só de me olhar. Rebolava com os dedos enfiados no cabelo, fazendo movimentos dos quais a música me acompanhava. Era uma sintonia perfeita. Até que senti duas mãos femininas pousarem em minha cintura. Nesse momento eu não estava ligando para nada, eu iria me divertir e quem sabe até ter uma noite prazerosa com a tal mulher que praticamente já estava me comendo por trás. Seus beijos eram quentes e doces ao mesmo tempo, eu me sentia arrepiar a cada aperto, em cada toque dos seus lábios em minha pele morena, em cada suspiro quente que eu sentia sair de seus lábios. Eu rebolava naquela mulher como se não houvesse amanhã e tudo o que eu queria era suas mãos em outros locais do meu corpo. Ela estava mexendo com todos os meus sentidos, juntamente com a tequila. Quando decidi me virar, queria desfrutar de seus lábios, de seu corpo e, acima de tudo, queria vê-la. Queria ver a mulher que estava me levando ao puro delírio da luxúria, mas algo em mim paralisou quando notei sobre mim duas orbes verdes escuras cheias de tesão. Aquelas orbes eu conhecia muito bem e aquele verde que eu já sabia exatamente a quem pertencia.

Naquele momento a música ainda estava tocando, mas eu já nem sequer ouvia mais. Eu estava me jogando nos braços de Lauren Jauregui e isso poderia ser extremamente delicioso se não fosse trágico, errado e, de certo modo, o próprio inferno. Seria como vender minha alma ao demônio e me agarrar a ele, mas o álcool em mim não queria me deixar voltar - ou talvez fosse eu mesma que não quisesse.