Quer sair comigo?

79 9 62
                                    

Parei na frente da escola que meu irmão estudava e esperei o sinal bater para as crianças poderem sair.

Meu irmão era bem parecido comigo. Ele tinha um cabelos um pouco grandinhos que ia até abaixo da orelha e eram castanhos escuros, seus olhos eram em um verde oliva, quase sempre ele estava com as bochechas rosas por conta do calor (segundo o que ele dizia). Poderia se dizer que ele era eu em uma versão pequena, só que com roupas diferentes.

Ele estava no 5 ano e dormia no mesmo quarto que eu. Dormíamos em uma beliche, comigo em cima e ele em baixo, porque ele tinha problema na bexiga e toda hora tinha que ir no banheiro, então era mais fácil para ele.

Me escorei na parede e soltei um suspiro tentando manter minha belíssima paciência ao ouvir todas aquelas crianças saírem gritando e correndo após o sinal bater.

Depois de alguns segundos, Austin aparece no meio da multidão e anda calado até chegar ao meu lado, não se despedindo nem dos amigos que o acompanhavam.

- Que cara é essa? - Pergunto pegando a mochila dele e pondo nas minhas costas.

Passamos a caminhar enquanto eu observava meu irmão.

- O filha da puta do Arthur me empurrou enquanto eu carregava minha bandeja e eu consequentemente me cortei com o prato!

Ele tirou suas mãos dos bolsos e me mostrou. As duas mãos dele estava enfaixada perto do pulso.

- E você chorou? - Pergunto e viramos a esquina.

- O que você acha? Eu me cortei com caco de porcelana! - Ele quase grita e estica os braços indignado - E a escola inteira riu! Virei motivo de piada do mês. Só falta colarem um cartaz na porta de entrada da escola e uma flecha apontada para mim dizendo: George Austin Ross IV é o vencedor do motivo de piada do mês.

Ele fez um joinha com a mão e o uma cara retardada que me fez rir.

- Não tem graça, mano!

- Você é dramático demais, criatura!

Sim, eu chamo ele de criatura. Sou um ótimo irmão, obrigado!

- Não é você que passou vergonha hoje na frente do refeitório inteiro.

- Ta ta!

Revirei meus olhos e abri o portão para entrarmos, dei passagem para a criatura entrar e ele passou correndo já abrindo a porta de casa e provavelmente indo para a cozinha.

Fechei o portão e entrei dentro de casa fechando a porta com o pé.

- SE VOCÊ FECHOU ESSA PORTA COM O PÉ, VOCÊ VAI VER RYAN! - Ouvi minha mãe gritar da cozinha.

Jesus, essa mulher é o que? Um ser místico?

Na hora eu me lembrei de Brendon e soltei um riso ignorando todo mundo após passar na cozinha e subindo para o meu quarto.

Larguei nossas mochilas em um canto do quarto e subi na minha cama após tirar meus tênis e jogar no chão.

Me enterrei em baixo das minhas cobertas e logo peguei no sono.

Já era rotina eu chegar em casa e ir dormir, apara depois acordar, "almoçar", estudar e tomar um banho para depois ir dormir de novo.

[...]

Quando entrei na escola fui direto para a sala, eu estava alguns minutos atrasado por que hoje tive que levar Austin para a escola.

Então o resultado foi em me atrasar e ficar ouvindo o professor de filosofia reclamar por quase a aula inteira.

Demons // Ryden Where stories live. Discover now